sexta-feira, 17 de julho de 2020

Salles e Pazuello ficam, diz Bolsonaro


Em sua live tradicional das quintas, sozinho no Alvorada por conta da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não cederá a pressões e manterá o comando do ministério do Meio Ambiente e da Saúde. “Temos hoje vinte e três ministérios”, afirmou, “temos nove ministros militares. Sem contar com o vice Mourão. É proibido militar entrar na política? Salles fica e Pazuello fica.” No caso de Salles, a pressão é internacional — fundos de investimento ameaçam deixar o país caso nada mude a política em relação a Amazônia. “A Europa é uma seita ambiental”, afirmou o presidente. “Não preservaram nada e o tempo todo atiram em cima de nós de forma injusta.” Assista. (Poder 360)

Pois é... Salles quer R$ 230 milhões a mais no orçamento. Sem a verba, diz, não conseguirá agir para preservar a floresta a partir de agosto. De acordo com um estudo da revista Science, até 20% da soja e da carne exportadas pelo país vêm de áreas desmatadas. (Estadão)

Vera Magalhães: “Os generais podem até falar grosso com Gilmar Mendes em público, representar contra o ministro na Procuradoria-Geral da União, mas a verdade é uma só: ele acertou em cheio num nervo exposto nas Forças Armadas que, desde então, só evidenciam a cada dia os sinais de desconforto com a associação entre seu papel institucional e as crises políticas do governo Jair Bolsonaro. Como se fosse possível dissociar uma coisa da outra. O general Eduardo Pazuello, pivô das críticas de Gilmar, deixa claro que gostaria de voltar para seu posto na Amazônia, embora diga que não pedirá para deixar o Ministério da Saúde, que ocupa interinamente. Da mesma forma, a passagem para a reserva de outro ministro, o responsável pela articulação política Luiz Ramos, mostra que oficiais da ativa não estavam mais tolerando a mistura de papeis.” (BR Político)

Meio em vídeo: O ministro Gilmar Mendes sugeriu que os militares podem terminar associados a um genocídio praticado pelo governo Bolsonaro. É exagero? Assista.



Dados obtidos pelo Ministério Público indicam que Fabrício Queiroz, ex-chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro, depositou em espécie R$ 25 mil na conta da esposa do senador, a dentista Fernanda Bolsonaro, no ano de 2011. Não foi o único depósito sem origem clara, e ajudou o casal a pagar a primeira parcela de um imóvel que haviam adquirido. (Folha)



Thomas Piketty: “A despeito do aumento da desigualdade nas décadas recentes, se compararmos a situação de hoje com a de cem anos atrás, ou com o século 19, a desigualdade é bem menor do que antes. Uma das exceções é o Brasil, onde a desigualdade ainda é muito grande, maior até do que na Europa do século 19 ou do começo do século 20. Tanto a crise financeira de 2008 quanto a atual pandemia em 2020 poderiam nos ajudar a compreender que precisamos de um sistema econômico mais equilibrado, justo e sustentável do que o que temos tido nas últimas décadas. Há alguns sinais de que a crise atual possa levar nessa direção, como na Europa, onde os membros poderão vir a decidir de forma conjunta o que fazer com o endividamento dos países e as linhas de um plano de recuperação. Essa é uma grande novidade, pois até agora a Europa foi apenas na direção de uma área de livre-comércio e de circulação de capitais. Mas de pouco espaço para um sistema de tributação comum. Isso é algo importante que pode sair desta crise e que precisamos acompanhar de perto.” (Folha)

Com base em números gerais das declarações de imposto de renda do ano base de 2018, o G1 produziu a lista das profissões mais bem pagas do Brasil. Titulares de cartório recebem, em média, mais de R$ 100 mil por mês. A eles seguem os membros do Ministério Público e do Poder Judiciário — R$ 53 mil os primeiros, R$ 51 mil os outros. Diplomatas, que frequentemente recebem em moedas fortes por conta de onde vivem, encostam nos R$ 40 mil, advogados do setor público têm em média R$ 31 mil e, a primeira profissão do setor privado na lista, médicos aparecem com por volta de R$ 30 mil ao mês. (G1)

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