domingo, 21 de fevereiro de 2021

Bolsonaro põe general no comando da Petrobras


Jair Bolsonaro já contratou a turbulência nas ações da Petrobras na segunda-feira. Após dias de críticas à estatal por causa da política de preços dos combustíveis, o presidente anunciou que irá indicar o general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro da Defesa e atual diretor-geral da hidrelétrica Itaipu Binacional, para substituir Roberto Castello Branco na presidência da empresa. A decisão, que precisa ser chancelada pelo conselho da Petrobras, reforça a presença militar em cargos-chave da administração brasileira e é um aceno à estratégica categoria dos caminhoneiros, aliada do Planalto. O temor de uma interferência política na estatal repercutiu no mercado financeiro e fez as ações despencarem quase 8% nesta sexta-feira mesmo antes da troca. “O mercado entendeu como um sinal ruim em termos de governança das empresas. Em um passado recente, a grande crítica que havia sobre as estatais era essa interferência política”, afirma Joelson Sampaio, coordenador do curso de economia da FGV.

Em paralelo, a Câmara dos Deputados decidia em Brasília pela manutenção da prisão do deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), preso sob acusação de ter cometido os crimes de coação e ofensas ao Supremo Tribunal Federal e ao Estado Democrático de Direito. Afonso Benites explica que o Legislativo, liderado pelo Centrão, segue o script de não entrar em confronto com o Judiciário. O grupo comandado pelo novo presidente da Câmara, Arthur Lira, se uniu à oposição para enviar um recado: apesar de aliado tático do Planalto, não vai bancar a tensão entre os Poderes promovida pela base radicalizada bolsonarista. Pesou contra Daniel Silveira, que pediu desculpas pelas ofensas, seu histórico de extremista e suas poucas relações políticas —quase ninguém quis gastar seu capital para salvá-lo.

Ainda nesta edição, a história de Aruká Juma, sobrevivente de um massacre nos anos 60, que morreu de complicações do coronavírus nesta semana. Era o último homem de seu povo, e as três filhas que deixa são as únicas remanescentes da etnia que já teve entre 12.000 e 15.000 membros.  A correspondente Naiara Galarraga Gortázar escreve que Aruká ilustra como a pandemia atinge indígenas que vivem em aldeias no Brasil ―uma minoria especialmente vulnerável que habita um vastíssimo território― e também oferece um olhar sobre a história dessas comunidades dizimadas desde a colonização portuguesa e que são essenciais para a conservação da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo.


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