domingo, 7 de fevereiro de 2021

O pior está por vir?

 


O pior está por vir?

O primeiro caso de covid-19 no Brasil foi confirmado em 26 de fevereiro do ano passado, e ainda estamos longe de qualquer previsão do fim dessa tragédia. O mais assustador é que talvez ainda não tenhamos chegado ao pior momento da crise.
 
Na semana passada, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta causou espanto ao alertar sobre um possível desdobramento grave do descaso brasileiro com a pandemia. Ele disse que em 60 dias podemos ter uma “megaepidemia” no país. Isso porque a falta de cuidados, especialmente com a transferência de pacientes de Manaus para outros estados, sem os protocolos de segurança adequados, pode resultar em uma cepa mais forte do novo coronavírus. 
 
Diante de tudo que vimos no mês de janeiro, nos convencemos de que esse era o momento de fortalecer nossa cobertura sobre a epidemia. Porque, em meio à terra arrasada, temos uma certeza: sem o jornalismo, seria ainda pior.
 
Jornalistas do Brasil inteiro estão lutando contra o poder quase inabalável da narrativa oficial que, desde o início, minimizou o risco de um vírus comprovadamente mortal. Eles decidiram não divulgar dados. Ridicularizaram a vacina. Falharam em negociações com laboratórios internacionais. Assistiram sem qualquer planejamento à morte de mais de 225 mil pessoas. Um genocídio sem armas, não temos dúvidas.
 
Nós vamos na contramão dessa boiada. Informando, investigando, denunciando. Em 2021, produzir informação confiável, crítica e de qualidade é mais do que um ofício: é resistir à mordaça do governo Bolsonaro e fortalecer a população contra abusos. Sem informação, fica-se à mercê de um governo que convive tranquilamente com a morte  — pior: faz dela sua política. Sem informação, não se toma nem uma vacina.
 
Pode contar com o Intercept para, apesar de e por tudo isso, ser sua fonte confiável de informação e resistência. Tudo que produzimos é gratuito e acessível a todos. Temos a competência e a independência para exercer esse papel, porque somos uma comunidade que reúne mais de 10 mil pessoas comprometidas com a vida, a liberdade de expressão, a transparência e o jornalismo. 
 


Um abraço,

Bruna de Lara
Editora

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