quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Falta de critério claro faz vacinação parar na Justiça

 


O Brasil, que até o momento distribuiu 12 milhões de doses, enfrenta dois grandes entraves para o avanço da vacinação entre os grupos prioritários: a escassez de imunizantes contra a covid-19 e a falta de uma diretriz clara sobre sua distribuição. Beatriz Jucá conta que a vacinação de doulas, educadores físicos e terapeutas antes de alguns grupos de idosos, consequência da falta de critérios previamente estabelecidos pelo Ministério da Saúde, foi parar na Justiça. A boa notícia na luta contra o coronavírus é que a OMS espantou as desconfianças em relação a uma das vacinas já aprovadas no Brasil. Tido na Europa como ineficiente para os cidadãos maiores de 65 anos, o produto da Astrazeneca ―aposta do Governo brasileiro junto com a Coronavac― teve sua aplicação recomendada pela organização nesta quarta-feira. A OMS indicou a aplicação em idosos e em países onde circulam mutações do vírus, algo determinante para o Brasil, que avança a passos lentos na imunização. O repórter Felipe Betim explica que, a partir de um modelo matemático, cientistas calculam que, se o país realizasse uma campanha de imunização em massa ainda em fevereiro, 90.000 mortes poderiam ser evitadas neste ano.

Nos Estados Unidos, o julgamento do impeachment de Donald Trump atravessou seu segundo dia no Senado. O ex-presidente ― que responderá politicamente, mesmo sem estar no cargo ― é acusado de incitar os ataques ao Capitólio em janeiro. A invasão por extremistas apoiadores do republicano deixou cinco mortos e dezenas de feridos. No entanto, para Chuck Palahniuk, o autor de Clube da Luta, o episódio da ocupação da sede do legislativo poderá ser benéfico em um longo prazo. "Quando alguém não consegue se comunicar, expressa sua frustração de forma física. (…) Quase não aprendemos nada com a paz. A ruptura é o passo prévio para a construção de algo novo”, diz o escritor em uma entrevista exclusiva ao EL PAÍS.

Já no Senado brasileiro, um parlamentar em especial parece mais protegido que seus pares. Por uma blindagem feita de recursos e pequenas (e grandes) vitórias no Judiciário, tudo sob a suspeita da interferência paterna. É assim que o filho 01 do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flavio Bolsonaro, vai ganhando tempo na investigação do escândalo das rachadinhas. Nesta terça, Flavio ganhou um respiro de 14 dias na análise do prosseguimento das investigações, graças a um pedido de vistas no STJ. Gil Alessi explica que o tema é um dos mais sensíveis para o clã Bolsonaro, que pauta seu Governo em discursos de moralidade. No confuso sobe e desce do elevador das instâncias judiciais, o senador acumula triunfos e manobras exitosas, além de contar com os elásticos prazos de análise do caso a seu favor.

 

B

Sem diretriz clara, casos de vacinação não-prioritária vão parar na Justiça
Sem diretriz clara, casos de vacinação não-prioritária vão parar na Justiça
Falta de critérios do Ministério da Saúde sobre quem deve ser vacinado quando há escassez de doses gera questionamentos legais

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