quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Doria ignora apelos por restrições mais duras em São Paulo

 


Enquanto o Brasil beira 250.000 mortes por covid-19 e amarga uma campanha de vacinação em ritmo lento, o isolamento social ainda é uma das poucas medidas eficazes para conter a transmissão da doença na opinião dos especialistas. No entanto, em São Paulo —que registra recordes no número de pessoas em leitos de UTI e prevê, se nada mudar, um colapso do sistema de saúde em menos de um mês— o governador João Doria hesitou na hora de endurecer as normas para conter o avanço da pandemia. O repórter Felipe Betim conta que o confuso conjunto de medidas chamado “toque de restrições” ignora o alerta dos especialistas que o assessoram e impõe regras consideradas menos duras do que o necessário para frear a onda de contágios.  "A prioridade continua ser salvar vidas. E isso só poderá acontecer se o Brasil aumentar o número de pessoas vacinadas por dia e instituir, simultaneamente, lockdown por entre duas e quatro semanas, exatamente como o Reino Unido fez", escreve o colunista Miguel Nicolelis.

O combate à pandemia e a gestão na distribuição das vacinas também foram pauta do encontro entre os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e do México, Andrés Manuel López Obrador. Fernández é o primeiro presidente argentino em uma década a visitar o México durante seu mandato, e seus objetivos são essencialmente comerciais, sem, no entanto, abandonar a pauta ideológica que os aproxima. Francesco Manetto e Georgina Zerega explicam que os mandatários despontam na formação de um novo eixo progressista e antiliberal na região, com o objetivo de retomada dos equilíbrios recentes da geopolítica na região, o rompimento com o passado recente e a herança dos últimos governos. Por outro lado, no Chile, o momento é de celebração: o país tem a taxa mais veloz de vacinação do continente. De Santiago, Rocío Montes explica a fórmula chilena para conseguir vacinar 16% da população em apenas três semanas.

Já nos Estados Unidos, a Justiça busca redimir os erros do passado. No último sábado, Friedrich Karl Berger, de 95 anos, foi deportado para a Alemanha, por ter servido como guarda do campo de concentração nazista de Neuengamme. Berger, que vivia nos EUA desde 1959, foi deportado com base em uma emenda de 1978 à Lei de Imigração e Nacionalidade, conhecida como Emenda Holtzman, que proíbe qualquer cúmplice da perseguição nazista de entrar ou viver nos EUA. “Este caso demonstra que a passagem das décadas não deterá o Departamento na busca por justiça em nome das vítimas dos crimes nazistas”, destacou o secretário interino de Justiça, Monty Wilkinson.

Ainda nesta edição, a árdua recuperação que Tiger Woods terá de enfrentar após o acidente de carro sofrido na última terça-feira. Juan Morenilla conta que o golfista norte-americano teve sua perna direita destroçada e em razão disso, foi operado de fraturas na tíbia, no perônio e no tornozelo. As lesões voltam a colocar em xeque o mito, que agora tem diante de si um dos maiores desafios de sua carreira: recuperar-se, aos 45 anos, da fratura na perna após cinco operações nas costas e outras cinco no joelho esquerdo.

 

Com colapso de UTIs à vista, Doria ignora apelo por restrições mais duras
Com colapso de UTIs à vista, Doria ignora apelo por restrições mais duras
Governador de São Paulo faz anúncio confuso de medidas de restrição que, na prática, apenas se traduzem em mais fiscalização de aglomerações à noite

Nenhum comentário:

Postar um comentário