sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

No dia com mais mortes, Bolsonaro insiste no negacionismo

 Nem bem rompeu a marca de 250 mil mortes por Covid-19, o Brasil viveu nesta quinta-feira, exatamente um ano após o primeiro paciente ser diagnosticado no país, o dia mais letal de toda a pandemia. Segundo levantamento do consórcio de veículos de comunicação junto às secretarias de Saúde dos estados, foram registrados 1.582 óbitos – até então, o pior dia havia sido 29 de julho, com 1.554 mortos. O total de vítimas até agora é de 251.661, com média móvel em sete dias de 1.150, também a maior desde o início da pandemia. (UOL)

Mas o presidente Jair Bolsonaro não dá sinais de se importar com o mais letal dos dias nem com a assustadora contagem de corpos. Em sua live semanal, pelo contrário, atacou o isolamento social e o uso de máscaras, justamente o que os especialistas apontam como formas eficientes contra a disseminação do vírus. E justificou sua “opinião” citando um suposto estudo alemão do qual não deu qualquer detalhe. (UOL)

Vera Magalhães: “O Brasil atingiu a inimaginável marca dos 250 mil mortos por Covid-19 sem que seu presidente tenha tido a decência mínima de decretar luto oficial. Assim como outras marcas tenebrosas em um ano de circulação do novo coronavírus em terras brasileiras, essa também passou em branco pelo Palácio do Planalto e pela Esplanada dos Ministérios. Vamos enterrando pessoas aos milhares todos os dias, sem que o governo federal reconheça a gravidade da crise sem precedentes que atravessamos.” (Globo)

Em reunião com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse que o país vive uma “nova etapa” na pandemia devido às novas cepas que tornam mais rápido o contágio pelo Sars-Cov-2. Já o presidente do Conass, Carlos Luna, responsabilizou também a baixa adesão da população às medidas de distanciamento social. Na avaliação dele, março poderá ser o pior mês devido à crescente ocupação de leitos. (Folha)

Pazuello defendeu três estratégias para enfrentar a crise: atendimento básico, vacinação e transferência de pacientes de estados com as UTIs lotadas. Ouviu dos secretários que “todo mundo está no limite”. Toda a Região Sul está à beira do colapso. Há filas por vagas nos hospitais de Curitiba (PR), o Rio Grande do Sul prevê esgotamento de leitos de UTI, e Santa Catarina admitiu que os esforços para conter a doença foram insuficientes. No Nordeste, a Paraíba decretou toque de recolher, e Sergipe estuda a mesma medida. (G1)

Veja a lista dos estados em situação crítica. (G1)

Para o neurocientista Miguel Nicolelis, somente um lockdown radical de três semanas em todo o Brasil pode evitar um colapso simultâneo no sistema de saúde do país e uma disparada ainda maior nas mortes. “A população precisa acordar para a dimensão da nossa tragédia”, diz o especialista. (Globo)

À noite, o ministério anunciou a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. Mesmo em seu país de origem o imunizante é controverso, pois foi aprovado sem apresentar os dados de eficácia no estágio final dos testes. A Anvisa ainda não recebeu pedido de uso emergencial nem registro da vacina indiana. (Globo)

O Meio errou. O número de mortos no Amazonas nos primeiros 54 dias deste ano foi 5.288, não 5.228, como publicado. Pedimos desculpas.

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