Anvisa alega “evento adverso grave” para suspender estudos da Coronavac

 

A Anvisa anunciou na noite desta segunda-feira a suspensão dos estudos clínicos da Coronavac, vacina produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, do Governo de São Paulo. A medida teria sido tomada após o registro de um “evento adverso grave”, que segundo apurações do EL PAÍS não está relacionado à utilização da vacina. Carla Jiménez e Gil Alessi explicam que o fato de a agência não ter avisado o Butantan, como seria de praxe, levanta especulações sobre a natureza da decisão. A vacina tem sido objeto de disputas políticas entre o Governo paulista e o Palácio do Planalto.  A semana também começou agitada no Peru, onde o Parlamento destituiu o presidente Martín Vizcarra. De Lima, a correspondente Jacqueline Fowks conta os detalhes da moção de vacância presidencial, que culminou na destituição do mandatário, acusado de receber propinas de empreiteiras quando ocupava o cargo de governador regional. Nos EUA, Joe Biden e a vice-presidenta eleita, Kamala Harris, já colocaram em marcha seu plano de transição, que lançará as bases de seu futuro governo, explica María Antonia Sánchez-Vallejo. Enquanto o Transition46 começa a tomar forma, Donald Trump, o presidente em fim de mandato, prepara uma batalha judicial contra a derrota e continua a governar de seu gabinete. Nesta segunda-feira, anunciou no Twitter a demissão do chefe do Pentágono, Mark Esper, em razão de desentendimentos sobre a violência aplicada aos tumultos nas cidades em meados do ano. Amanda Mars, correspondente em Washington, relata que Joe Biden tenta curar as feridas da nação, invocando o sentimento patriótico, enquanto o país caminha em outra direção, com o agravamento da polarização. “É hora de baixar a temperatura e curar feridas; vamos nos olhar, nos ouvir de novo. Deixemos de ver nossos oponentes como rivais. Não são, são americanos”, disse Biden no sábado. Poucas horas antes da vitória de Biden nos Estados Unidos, encerrava-se o tour de embaixadores de uma dezena de países por três dias na Amazônia. A viagem, organizada pelo vice-presidente Hamilton Mourão, vem em resposta à pressão de fundos de investimentos e ONGs sobre a maneira como o Brasil tem lidado com a questão ambiental. No entanto, como conta Naiara Galarraga Gortázar, o trajeto deixou de fora as zonas afetadas pelo crescente corte de árvores e pelos incêndios, e os líderes não puderam se reunir com representantes de organizações da sociedade civil. Para o Greenpeace “uma rota que não inclui os desafios e os graves danos ambientais que a região enfrenta é uma viagem incompleta e uma oportunidade perdida”.

Anvisa alega “evento adverso grave” para suspender estudos da Coronavac Agência não avisou Butantan, parceiro do laboratório chinês, como seria praxe. Evento que justificou suspensão não tem a ver com a vacina, apurou o EL PAÍS