Já trabalhando a pleno vapor, a equipe de transição para o governo Joe Biden começa a dar forma a um ambicioso plano para combater as mudanças climáticas. Entre as tarefas está a de publicar um relatório que indique quais países estão alinhados com os compromissos determinados pelo Acordo de Paris e quais não estão. Haverá uma lista negra do clima — e, de acordo com o site Vox, o Brasil deverá ser o primeiro a integrar a categoria de ‘fora da lei climático’. O país passa por dois anos seguidos de incêndios florestais recordes e o presidente Jair Bolsonaro será, com a saída de Donald Trump, o principal chefe de Estado negacionista dos problemas ambientais. De acordo com um dos especialistas ouvidos, EUA, China e Europa podem se juntar para pressionar comercialmente o Brasil a entrar na linha. (Vox) Começam a aparecer fissuras importantes no apoio republicano ao presidente Donald Trump. O governador Mike DeWine, de Ohio, onde Trump venceu este ano e no pleito anterior, reconheceu ontem a vitória eleitoral de Joe Biden. E um dos principais estrategistas eleitorais do partido, Karl Rove, escreveu um artigo no Wall Street Journal. Ele argumenta que recontagens, historicamente, movem votações em algumas centenas — não em dezenas de milhares de votos. “Os esforços do presidente dificilmente mudarão os resultados em algum estado”, escreveu Rove. “Certamente não mudarão quem saiu vitorioso.” E embora boa parte dos senadores sigam leais ao presidente, alguns já pedem flexibilidade no processo de transição. James Lankford, de Oklahoma, gostaria que Biden passasse a receber os relatórios presidenciais de inteligência. O decano do partido no Senado, Charles Grassley, concorda. Mike Rounds e Marco Rubio, se movem já na mesma direção. (New York Times) A China, que hesitava em se manifestar, congratulou ontem o futuro presidente. “Respeitamos a escolha do povo americano”, disse a porta-voz da chancelaria, Wang Wenbin, “e parabenizamos o Sr. Biden e a Sra. Harris. Compreendemos também que os resultados das eleições ainda serão confirmados de acordo com procedimentos da lei dos EUA.” (Washington Post) Então... O Departamento de Segurança Nacional, criado logo após o Onze de Setembro para auxiliar o presidente, emitiu um comunicado ontem afirmando que a eleição americana deste ano foi a mais segura da história. “Não há sinais de que algum sistema tenha sido apagado, que tenha perdido votos, alterado votos ou tenha sido de alguma forma atacado”, diz o texto. Os especialistas em cibersegurança acompanharam o pleito pois, da última vez, houve tentativa de ataque hacker russo. (Axios) E saiu um dos últimos resultados esperados. A imprensa projeta que, pela segunda vez em sete décadas, o Partido Democrata venceu o pleito no Arizona. (CNN) Os candidatos aproveitaram o último debate da campanha, em São Paulo, para atacar o atual prefeito, Bruno Covas. Como pelas regras da TV Cultura não era possível escolher com quem interagir, foi comum que dois se juntassem para criticar o tucano. Houve também um embate paralelo — em queda nas pesquisas, Celso Russomano (Republicanos) acusou Guilherme Boulos (PSOL) de contratar empresas fantasmas para sua campanha. Boulos, que está subindo nas mesmas pesquisas, afirmou que a denúncia é reciclada de uma pessoa já presa por espalhar fake news. O psolista entrou com queixa criminal contra Russomano. De acordo com o último Datafolha, Covas lidera com folga as intenções de voto — 32% — enquanto Boulos e Russomano disputam a vaga no segundo turno — 16% e 14% respectivamente, empatados na margem de erro.(Folha) Jairo Nicolau: “Nas últimas eleições municipais a insatisfação dos eleitores se manifestou em duas frentes. A primeira foi a eleição de candidatos outsiders — ou que não pareciam pertencer à tradicional elite partidária — em algumas capitais (Rio, São Paulo e Belo Horizonte). A segunda foi o crescimento dos votos inválidos para vereador e prefeito, particularmente nas cidades com maior população. A explicação mais óbvia para esse crescimento é que ele indicaria uma maior insatisfação com a política. Mas há uma outra dimensão que precisa ser levada em conta. A rua deixou de ser um espaço de campanhas nas grandes cidades (por conta das restrições da legislação eleitoral, placas não podem mais ser colocadas nas casas e em espaços públicos, juntando-se ao tradicional outdoor que já havia sido proibido). Em 2016, o tempo de campanha no rádio e televisão foi reduzido, e com isso os candidatos passaram a ter poucas formas de se comunicarem. No dia 15 de novembro, faço uma singela sugestão: dê uma olhada na taxa de votos nulos e em branco. É um bom indicador para captar o humor dos eleitores.” (UOL) Após três meses de alta em que a aprovação do governo de Jair Bolsonaro se mostrava bastante superior à rejeição, os números começaram a apertar. De acordo com o PoderData, 45% dos brasileiros aprovam e 43% desaprovam — os números eram 52% e 41% em meados de outubro. (Poder 360) |
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