Alvo de polêmica entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador paulista João Doria, a vacina Coronavac teve seus testes no Brasil suspensos por determinação da Anvisa devido a um “evento adverso grave”. A rádio CBN, revelou que um dos voluntários que participam do estudo morreu, mas o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que a morte não tinha relação com a vacina e que vai cobrar explicações da Anvisa. O Butantan é parceiro do laboratório chinês Sinovac Biotech no desenvolvimento da Coronavac.
Enquanto isso o país continua sem uma ideia precisa da real situação da pandemia. Pelo segundo dia consecutivo, quatro estados não atualizaram seus dados: SP, RJ, MG e AP. O Amapá ainda padece com os efeitos do apagão, enquanto os outros enfrentam problemas para acessar a rede do SUS. Rio e Minas atualizaram o número de casos, mas não de mortes. Pelas informações incompletas, o Brasil teve 264 mortes e 15.211 novos casos nas últimas 24 horas.
O laboratório Pfizer lançou uma onda de otimismo pelo mundo (e pelo mercado financeiro) ao anunciar ontem que sua vacina contra a Covid-19 em parceria com a alemã BioNTech tem eficácia de 90%, embora a fase de testes ainda não tenha sido concluída. A questão é: como isso afeta o Brasil? Diferentemente de outras vacinas, como a Coronavac e a Sputnik V, não há acordo formal para produção ou compra da vacina no Brasil, seja com instituições ou governos. Sem isso, ela não estaria disponível pelo SUS, apenas em redes privadas. (Globo)
A despeito disso, o coordenador dos estudos da Pfizer no Brasil, Edson Moreira, disse que a vacina deverá ser apresentada à Anvisa ainda em novembro, junto com um pedido de uso emergencial. A empresa quer também retomar negociações com o Brasil para compra antecipada. Mesmo admitindo que não terá peso na escolha, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que, se comprovada a eficácia, a vacina poderá, sim, ser comprada pelo governo.
Para não ficar atrás, a Rússia tratou de anunciar que sua vacina em estágio mais adiantado, a Sputnik V, tem eficácia “maior que 90%”. Ao contrário da Pfizer, porém, o governo russo não divulgou qualquer estudo que comprove a afirmação.
Mas ainda há uma boa e saudável dose de ceticismo. A Nature, uma das mais respeitadas publicações científicas do mundo saudou a descoberta, mas ressaltou que os dados da Pfizer não respondem três perguntas. A primeira é se o imunizante é igualmente eficaz contra todos os níveis de contaminação pelo SARS-COV-2. A segunda, se ele impede que pessoas, mesmo imunizadas, passem o vírus adiante. Finalmente, quanto tempo dura a imunidade.
Confira as 11 dúvidas sobre a vacina da Pfizer. (New York Times)
A Procuradoria Geral da República abriu uma investigação para apurar se a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, atuou para impedir que uma menina de 10 anos, vítima de estupro, fizesse um aborto legal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário