quarta-feira, 30 de junho de 2021

Deu na Imprensa - 30/06/2021

 

A crise política na qual o governo está mergulhado desde as revelações da grande corrupção no Ministério da Saúde, feitas pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) cresceu mais, e ele próprio revela que recebeu oferta de propina para não atrapalhar contrato da Covaxin. A Folha revela – manchete da edição desta quarta-feira, 30 – uma nova denúncia que é mais uma bomba contra o Palácio do Planalto: o governo pediu US$ 1 por dose em propina, diz vendedor de vacinaBolsonaro está em sérios apuros.

A cobrança veio do diretor Roberto Dias, ligado ao líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). A negociação teria sido feita com uma empresa chamada Davati Medical Supply, que o empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, ouvido pelo jornal, diz representar no Brasil. Em entrevista, Dominguetti afirma ter recebido o pedido de "acrescentar" US$ 1 por dose por fora para o ministério como condição para o negócio. A CPI quer ouvi-lo na próxima sexta-feira, dia 2. O caso é escandaloso, porque está se falando de propina que giraria em torno de R$ 1 bilhão.

A repercussão internacional também abala a já combalida imagem do país no exterior. A imprensa estrangeira dá amplo destaque às suspeitas de corrupção no governo – leia em Brasil na Gringa. Reportagens em jornais influentes e cobertura das agências de notícias amplificam a crise na imprensa europeia e estadunidense. 

Nesta quarta, os partidos de oposição entregam na Câmara um novo superpedido de impeachment de Bolsonaro. Artigo na Folha dos advogados Mauro de Azevedo Menezes e Marco Aurélio de Carvalho defendem a urgência da abertura do processoRosângela Bittar, no Estadão, diz que a denúncia abala gravemente o governo. "Esfacela-se o mito de governo incorruptível de Bolsonaro"Folha destaca que Bolsonaro cometeu ao menos 10 crimes nas últimas três semanas.

Bolsonaro está nas cordas. Bela Megale informa no Globo que o presidente foi alertado sobre histórico de gravações de reuniões com Miranda. Ainda assim, está ganhando tempo: o procurador-geral Augusto Aras pediu ao STF para aguardar conclusão da CPI antes de decidir sobre inquérito contra Bolsonaro.

A nova denúncia ocorre no momento de maior fragilidade do governo, que corre atrás do prejuízo para tentar estancar a crise, o que parece em vão. Estadão e O Globo dão na manchete que governo suspendeu contrato. Diz o diário paulista: compra da Covaxin é suspensa após suspeita de corrupção. E o carioca: Três meses após denúncia, governo suspende contrato da Covaxin. Já a edição brasileira do El País destaca a decisão do Ministério da Saúde de exonerar diretor suspeito de cobrar propina ao negociar vacina.

No GloboMalu Gaspar lembra que as denúncias de propina em negociações de vacina atingem o coração do PP, pilar do Centrão. O partido de Ricardo Barros é a antiga moradia do próprio Bolsonaro e está na gênese de escândalos de corrupção na política há décadas – desde os tempos de Maluf. O partido hoje tem a Presidência da Câmara, com o deputado Arthur Lira (AL) como um de seus principais líderes.  

O Globo noticia que o empresário que negociou Covaxin no governo é investigado por contratos com Petrobras, Correios e governo do DF"Francisco Emerson Maximiano ascendeu nos negócios graças a uma ampla rede de contatos, que vai do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) a integrantes do PT", diz o jornal. Vera Magalhães aponta que as várias versões do governo para o caso da Covaxin não têm nexoPainel diz que TCU vê indícios de fraude de R$ 40 milhões em investimento envolvendo sócio de Precisa. Segundo área técnica do tribunal, há dúvidas sobre o real valor das ações da empresa, cujo sócio será ouvido pela CPI.

Ontem, num esforço desesperado, o líder do governo no Senado poupou Bolsonaro e Pazuello e disse que o ex-número 2 da Saúde apurou e nada encontrou sobre Covaxin. Estratégia do Palácio do Planalto de apresentar novo nome é fortalecer tese de que presidente não ignorou as denúncias. 

Na FolhaMonica Bergamo informa que a PF já negocia com servidor que denunciou Covaxin para incluí-lo no programa de proteção a testemunhas. Irmão de Luís Ricardo, o deputado disse que ele sabe muito mais do que já revelou e necessita de segurança. Os dois levaram a crise para dentro do Palácio do Planalto ao revelar que informaram Bolsonaro sobre a existência do esquema para a importação do imunizante.

LULA

Elio Gaspari critica o ex-presidente Lula por ter elogiado a força do Partido Comunista da China para lidar com a pandemia. Lula não deveria ter exagerado ao citar governo forte da China no combate à pandemia, escreve. "Lastimar falta de instrumentos como os do país asiático é menoscabo às instituições brasileiras", insiste. "O fascínio de Lula pela ditadura chinesa é antigo. Em 2003, quando era presidente, disse que 'a China acordou, e o mundo está, pelo menos, preocupado com o potencial de crescimento da China. Antes de Napoleão Bonaparte ter visitado a China, o hino brasileiro já falava que nós somos um gigante'. (Napoleão nunca foi à China)". 

Já O Globo traz reportagem apontando que choque entre Lula e Ciro por 2022 afasta PT e PDT nos estados"Rivalidade cada vez maior entre presidenciáveis leva partidos a disputarem aliados e cogitarem ficar em lados opostos na corrida por governos", informa. "Em estados como São Paulo e Pernambuco, o foco da disputa é o PSB, aliado pedetista nas disputas municipais de 2020 que passou a ser cortejado pelo PT. No Rio, a aproximação entre o PSB e Lula, após a filiação do deputado federal Marcelo Freixo, levou o PDT a acelerar a pré-candidatura de Rodrigo Neves ao governo".

ÍNDIOS

Folha destaca que projeto que dificulta demarcação de terras indígenas avança na Câmara. Texto estabelece marco temporal para demarcação e é contestado pela oposição e por líderes indígenas. A principal comissão da Câmara concluiu ontem a votação do projeto que muda as regras e dificulta a demarcação de terras indígenas. O texto tinha sido aprovado por 40 votos a 21, na semana passada, em uma sessão que durou mais de sete horas, marcada por protestos de indígenas. Nesta terça, os membros da CCJ apreciaram e rejeitaram sugestões de mudanças ao parecer do deputado Arthur Maia (DEM-BA). 

BRASIL NA GRINGA

O correspondente Juan Arias escreve no El País sobre como Lula seria capaz de refazer o país, que está em escombros"O ex-presidente precisará oferecer à nação, ao invés de promessas inúteis e desgastadas, um projeto de transformação radical que lhe permita colocar o Brasil ao lado dos países que estão mudando de era", aponta. "Começa a ficar cada dia mais claro que o bolsonarismo está se enfraquecendo. Assim como existe uma convergência nas pesquisas de que Lula seria hoje o único candidato capaz de derrotar, inclusive no primeiro turno, o capitão que ameaça destruir os valores da democracia e dar lugar a soluções golpistas".

Segundo Arias, os primeiros movimentos parecem indicar que Lula, felizmente, entendeu que precisa ressurgir não só como um político tradicional, mas sobretudo como um estadista capaz de repensar o país que já não é o mesmo. "Porque o mundo está em dores de parto à espera de uma nova época que ainda não sabemos como batizá-la, mas que certamente será diferente", observa. 

Financial Times destaca nesta manhã que escândalo de vacina no Brasil representa nova ameaça política para Jair Bolsonaro"Os oponentes do presidente usam polêmica sobre o contrato de doses da Covaxin de fabricação indiana para intensificar a pressão", resume o diário britânico. "Alegações de corrupção em um acordo para comprar 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin geraram críticas à forma como o governo está lidando com a pandemia , que deixou mais de meio milhão de pessoas mortas no país mais populoso da América Latina"

O inglês The Guardian também noticia que o Brasil suspendeu contrato com Covaxin após 'graves acusações' de irregularidades"O negócio de US$324 milhões para comprar 20 milhões de doses de vacina indiana se tornou uma dor de cabeça para Bolsonaro após acusações", relata. "Bolsonaro, cuja popularidade diminuiu quando o número de mortos Covid-19 do Brasil subiu para 500.000, negou qualquer delito, dizendo na segunda-feira que não tinha conhecimento de nenhuma irregularidade. Mas questões espinhosas se recusam a ir embora e podem representar problemas para ele na corrida para a eleição presidencial do próximo ano".

O francês Libération também repercute as denúncias que abalam o líder da extrema-direita brasileira: no Brasil, o laço aperta Bolsonaro"Em Brasília, a comissão senatorial que investiga há dois meses os fracassos na gestão da pandemia pelo governo brasileiro tomou conhecimento de novas revelações que minaram o campo de Bolsonaro", informa. 

Agências internacionais de notícias também destacam a suspensão da compra da vacina Covid-19 indiana pelo governo brasileiro por conta das denúncias de corrupção. Diz a ReutersO Brasil vai suspender contrato de US$ 324 milhões para a vacina Covid-19 da Índia que envolveu o presidente Jair Bolsonaro em acusações de irregularidades. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, seguindo orientação da CGU. "O acordo para comprar 20 milhões de doses da dose Covaxin da Bharat Biotech se tornou uma dor de cabeça para o Bolsonaro depois que denunciantes divulgaram as supostas irregularidades", descreve a Reuters"Um funcionário do ministério da saúde disse que alertou o presidente sobre suas preocupações".

Associated Press também dá destaque às acusações: Bolsonaro do Brasil sob fogo após acusações de acordo de vacina. Segundo a agência, "as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro fez vista grossa para uma possível corrupção em um acordo para comprar vacinas contra o coronavírus aumentaram as ameaças à sua Presidência, incluindo uma medida para recomendar que ele seja acusado de crime". A AP diz que as acusações deram ímpeto ao movimento de impeachment da oposição e deixaram os aliados do líder brasileiro no Congresso avaliando os custos de seu apoio. "Bolsonaro tem sido alvo de protestos de rua em todo o país nas últimas semanas".

Le Monde traz artigo do correspondente Bruno Meyerfeld lembrando da revolta da vacina, no Rio de Janeiro, em 1904"Em uma cidade em rápida transformação, os cariocas, acotovelados pela campanha de saneamento forçado do governo, desencadearam uma violenta revolta. Cento e dezesseis anos depois, eles estão, ao contrário, pedindo a vacinação contra a Covid-19", escreve.

O argentino Página 12 noticia que o Brasil pede economia de energia e água potável"O governo de Bolsonaro disse que enfrenta a pior crise de água em 91 anos", relata o periódico.

INTERNACIONAL

O jornal New York Times destaca na manchete principal o alerta de general americano apontando o risco de guerra civil no Afeganistão com a saída das tropas americanas. Segurança no Afeganistão está diminuindo, general dos EUA diz enquanto as forças partem. "A guerra civil é certamente um caminho que pode ser visualizado", disse o general Austin S. Miller, comandante das forças lideradas pelos EUA. "Isso deve ser uma preocupação para o mundo."

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: CPI quer investigar testes de Covid e líder do governo

Estadão: Com risco de apagão, agência quer dobrar taxa sobre energia

O Globo: STF recebe pedido de ação contra Bolsonaro por prevaricação 

Valor: Congresso discute reduzir tributação de dividendos

El País (Brasil): América do Sul, epicentro mundial da pandemia

BBC Brasil: Brasil tem 'legião de bebês prematuros' com alta de covid em grávidas

UOL: Planos devem R$ 2,9 bi ao SUS; valor pagaria 58 milhões de doses de vacina

G1: Crise hídrica: Brasil pode repetir cenário de 2001 com apagão e racionamento?

R7: Brasil recebe nesta terça-feira mais 528,8 mil doses da vacina da Pfizer e 1 milhão da CoronaVac

Tijolaço: Hoje é dia do "choque da inflação"

Brasil 247: Senadores que denunciaram Bolsonaro ao STF apontam indícios claros do crime de prevaricação

DCM: Intermediadora de corrupção pressionou Anvisa por liberação da Covaxin

Rede Brasil Atual: Governo pede 'esforço' de consumidores; Aneel fala em aumento na conta de luz

Brasil de Fato: Tenente-coronel critica PM de Goiás no caso Lázaro: "Operação foi uma catástrofe"

Folha: Governo pediu US$ 1 por dose em propina, diz vendedor de vacina

Estadão: Compra da Covaxin é suspensa após suspeita de corrupção

O Globo: Três meses após denúncia, governo suspende contrato da Covaxin 

Valor: Oferta de ações poderão chegar a R$ 120 bi até julho

El País (Brasil): Ministério da Saúde decide exonerar diretor suspeito de cobrar propina ao negociar vacina

BBC Brasil: Não mexe no DNA nem causa câncer: entenda como a vacina da Pfizer age no corpo

UOL: Após novela em 2020, Pfizer chamou governo para negociar vacina até 2023

G1: Governo correu para marcar reunião sobre proposta com suspeita de propina

R7: Receita paga hoje restituição do IR a 4,2 milhões

Tijolaço: Esgoto das vacinas – o retorno de Jefferson e a reação de Miranda

Brasil 247: Turbinado pela propina da vacina, superpedido de impeachment de Bolsonaro será apresentado hoje

DCM: Bolsonaro tentou dar cargo na Anvisa a suspeito do esquema de propinas

Rede Brasil Atual: 'Superpedido' de impeachment de Bolsonaro aquece terceiro ato nacional do sábado, #3J

Brasil de Fato: Nova denúncia: governo Bolsonaro teria pedido propina para compra de AstraZenca

Ópera Mundi: Areazza: OEA e governos de direita atrapalharam América Latina na luta contra a covid-19

Fórum: Exoneração de diretor que pediu propina por vacina é publicada no DOU

Poder 360: Demissão de diretor de logística da Saúde é publicada no Diário Oficial

Vi o Mundo: Seis empresas tiram dinheiro de Sikêra Jr., reagindo a ofensas do apresentador bolsonarista aos LGBTQIA+: "Raça desgraçada"

New York Times: General dos EUA adverte sobre guerra civil no Afeganistão após a saída

Washington Post: Grande investigação do júri vai apurar desabamento de condomínio

WSJ: United Airlines aposta no crescimento pós-pandemia com o maior pedido de jatos de todos os tempos

Financial Times: Ministros revelam esquema de auxílio estatal pós-Brexit para apoiar a indústria

The Guardian: Inglaterra 2 Alemanha 0. Como emergir de um sonho para uma estranha nova luz 

The Times: Lance para acabar com o caos da Covid na escola

Le Monde: O RN enfrenta o desgaste de Marine Le Pen

Libération: Covid-19. A vacinação ou a prolongação 

El País: Aragonès expõe ante Sánchez seu plano independista máximo 

El Mundo: Aragonès alardeia que Sánchez aceitará uma solução votada

Clarín: Governo permitirá mais voos se as províncias controlarem quem chega

Página 12: Rio revolto

Granma: Cuba, em transmissão comunitária, aprova novo Plano de Medidas

Diário de Notícias: Augusto Santos Silva: "Os países apresentaram os planos do PRR numa lógica antitroika"

Público: Santos Ferreira suspeito de favorecer Joe Berardo quando liberou a Caixa

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Os olhos tristes de Londres 

The Moscow Times: Putin responde às perguntas dos russos na chamada anual da maratona

Global Times: Por que o PC da China é a escolha destinada?

Diário do Povo: Xi concede a maior homenagem do Partido a modelos exemplares antes do centenário do PCC

Nesta terça-feira o Brasil registrou 1.917 mortes por Covid-19, elevando o total a 516.119

 Postos de saúde da capital paulista voltaram a ficar sem CoronaVac para a aplicação da segunda dose. Na semana passada, toda a vacinação em São Paulo foi interrompida por falta de imunizantes, e a prefeitura admitiu ter usado as reservas para a segunda dose. (UOL)

Mas há uma boa notícia em outra área. Segundo o Imperial College de Londres, a taxa de transmissão no Brasil, que há uma semana era de 1,13, recuou para 0,98, a menor em 40 dias. Isso significa que cem pessoas contaminadas passam o Sars-Cov-2 para outras 98, indicando desaceleração da doença. (Globo)

Nesta terça-feira o Brasil registrou 1.917 mortes por Covid-19, elevando o total a 516.119, segundo levantamento de veículos de comunicação junto aos estados. A média móvel de óbitos em sete dias, 1.603, teve a terceira queda consecutiva, mas ainda em um patamar elevado. (G1)

Nos EUA, cientistas da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram uma máscara facial que é capaz de detectar a presença do coronavírus em até 90 minutos após ser usada por meia hora. Segundos os criadores da máscara, ela tem a mesma precisão de um teste PCR e a um custo bem menor, equivalente a R$ 25. (Estadão)




Começam hoje e vão até 14 de julho as inscrições para o Enem 2021, cujas provas estão previstas para 21 e 28 de novembro. A taxa é de R$ 85, e o estudante deve escolher a prova escrita ou a digital ao se inscrever na página do participante, do Inep. (Folha)




Sabem quando alguém de fora chega num grupo e as pessoas mudam a conversa e até o jeito de falar para agregar o forasteiro? É mais ou menos o que acontece quando um bando de sauim-de-mãos-douradas (Saguinus midas) interage com os sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), duas espécies de macacos nativas da Amazônia. Nesses casos, constaram cientistas, os mãos-douradas adotam uma “linguagem” semelhante à da outra espécie e diferente da que usam sozinhos. Já os coleira são monoglotas, “falam” do mesmo jeito em qualquer situação. (Folha)

Nova denúncia de corrupção nas vacinas deixa governo atordoado

Um dólar por dose de vacina. Essa foi a propina que o diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, teria cobrado pela compra de 200 milhões de novas doses da vacina AstraZeneca. A denúncia é um furo jornalístico da repórter Constança Rezende, que ouviu detalhes do empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante no Brasil da indiana Davati Medical Supply. A cobrança teria acontecido durante jantar em um restaurante em Brasília, no dia 25 de fevereiro. “Não estavam só eu, estavam Dias e mais dois, um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”, afirmou. Segundo o intermediário, Dias disse que, “para trabalhar dentro do ministério, tem que compor com o grupo”, sem explicar a quem se referia. “Se pegar a telemetria do meu celular, as câmeras do shopping, do restaurante, qualquer coisa, vai ver que eu estava lá com ele.” No dia seguinte, os dois tiveram uma reunião oficial que incluía o coronel Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério levado pelo general Eduardo Pazuello. Segundo Pereira, Dias saiu da sala e de fora lhe telefonou, perguntando se “teria acerto”, o que foi rejeitado. O valor da propina chegaria a cerca de R$ 1 bilhão, o negócio não foi fechado. (Folha)

Ainda na noite de ontem o Planalto decidiu exonerar Roberto Dias, que é tido como indicação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), embora este negue. O governo sequer tentou negar. Em depoimento à CPI da Pandemia, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou ter ouvido do próprio presidente Jair Bolsonaro que as irregularidades na compra de outra vacina, a Covaxin, pelo Ministério da Saúde seriam “rolo” de Barros. (CNN Brasil)

E o deputado Luís Miranda apimentou ainda mais o caso da Covaxin. Ele afirma ter recebido sugestão de propina para que seu irmão, o funcionário do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, parasse de criar problemas na compra da vacina. O autor da oferta, segundo ele, foi o lobista Silvio Assis, e uma segunda reunião para tratar da oferta teria contado com a presença de Ricardo Barros. (Crusoé)

A CPI pretende convocar Luiz Paulo Dominguetti Pereira para que confirme pessoalmente sua denúncia. Em rede social, o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que pretende ouvir o empresário ainda nesta sexta-feira. A AstraZeneca informou que não opera com intermediários, mas a Davati, sediada nos EUA, confirmou que um de seus representantes no Brasil pediu ajuda na compra de vacinas, mas que a proposta enviada ao governo não foi respondida. (G1)

Antes que a nova denúncia explodisse, o Ministério da Saúde procurou fazer uma contenção de danos suspendendo o contrato para a compra da Covaxin. Segundo o ministro Marcelo Queiroga, a suspensão aconteceu por orientação da Controladoria-Geral da União (CGU) “para que análises mais aprofundadas sejam feitas”. (UOL)

Os trabalhos da CPI da Pandemia estão previstos para terminar em 7 de agosto, mas o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse já ter 34 assinaturas pedindo sua prorrogação por mais três meses, sete a mais que o mínimo necessário. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), porém, disse que ainda vai esperar o fim do prazo para se pronunciar. (Folha)

Enquanto isso... A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que aguarde a conclusão da CPI para decidir sobre o pedido de investigação contra Bolsonaro por prevaricação. (Globo)




Apoio, sim; participação, bem... Cruciais nos protestos de 2015 e 2016 contra Dilma Rousseff, movimentos conservadores como o MBL e o Vem Pra Rua estão à margem dos atos pelo impeachment de Jair Bolsonaro, embora também desejem vê-lo fora do Planalto. No MBL, um grupo trabalha no “convencimento dos militantes” e tenta conseguir adesão de outros movimentos fora da esquerda, que atualmente monopoliza os protestos. Oficialmente, tanto MBL quanto o Vem Pra Rua dizem que não vão para a rua por conta da pandemia de Covid-19. (Veja)

Ontem, no Twitter, um dos principais líderes do MBL se manifestou. “Tudo se encaminha pra um gigantesco esquema de roubo de vacina. Não da pra não ir pra rua. Repito: é minha posição pessoal. Mas não dá pra fugir dessa discussão mais.” (Twitter)




Partidos políticos, movimentos sociais de diferentes matizes e até ex-aliados protocolam hoje na Câmara um superpedido de impeachment contra Jair Bolsonaro reunindo em um só documento os 120 pedidos de dormem na gaveta do presidente da Casa, Artur Lira (PP-AL). Mas mesmo os organizadores reconhecem que será necessária pressão das ruas para que o pedido prospere, pois o presidente ainda tem no centrão uma base para barrá-lo. (Folha)

Meio em vídeo. Ainda há tempo para o impeachment do presidente Jair Bolsonaro? A articulação com o centrão parecia protegê-lo. Mas, agora, o jogo pode virar e a ameaça é uma das vacinas para a Covid-19: o caso Covaxin. Para entender como o impeachment funciona, os critérios para sua aplicação e o que a história nos diz sobre os presidentes afastados, o Conversas com o Meio recebeu o professor da Faculdade de Direito da USP Rafael Mafei, autor do livro Como Remover um Presidente. Confira no YouTube.

PGR pede que STF espere CPI para decidir sobre notícia-crime

 

PGR pede que STF espere CPI para decidir sobre notícia-crime
PGR pede que STF espere CPI para decidir sobre notícia-crime
Apuração sobre suspeita de prevaricação de Bolsonaro no caso da Covaxin seria “concorrente” aos trabalhos da comissão

Sob cerco da CPI, Governo suspende contrato da Covaxin

 

Sob cerco da CPI, Governo suspende contrato da Covaxin
Sob cerco da CPI, Governo suspende contrato da Covaxin
Decisão se deu por recomendação da CGU, que abriu uma auditoria para verificar a regularidade do contrato de 1,6 bilhão de reais

Cercado, Barros tem trunfo contra Bolsonaro nas mãos

 


A temperatura política subiu rapidamente nesta terça-feira. Novas suspeitas de corrupção envolvendo a negociação para compra das vacinas contra a covid-19 pelo Governo Bolsonaro vieram à tona, apertando ainda mais o cerco em torno do Planalto e do deputado federal Ricardo Barros, líder do Governo na Câmara. O Ministério da Saúde anunciou a exoneração do diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, depois que um representante de uma empresa médica disse ter ouvido dele um pedido de propina, conforme publicou a Folha de S. Paulo. Dias é apontado como sendo uma indicação de Barros, o que o deputado nega. O líder do Governo da Câmara, por sua vez, ofereceu propina ao deputado Luis Miranda em troca de sua conivência com a compra da vacina indiana Covaxin, relata a revista Crusoé. Enquanto isso, o Governo tenta reduzir danos. A Saúde anunciou a suspensão do contrato de compra de 20 milhões de doses da Covaxin, uma aquisição que custaria 1,6 bilhão de reais aos cofres públicos.

A enxurrada de denúncias, que deve alterar os ânimos da CPI da Pandemia, parece abalar pouco Ricardo Barros até o momento. O repórter Flávio Freire explica que o líder do Governo se move com a tranquilidade de quem sabe que tem um trunfo nas mãos. Barros, um veterano camaleônico de vários Governos, é peça-chave no arranjo que sustenta a Gestão Bolsonaro na Câmara, por meio do Centrão, e é um passaporte incontornável se o mandatário quiser viabilizar sua reeleição. Em suma, o deputado do Paraná tem em mãos uma fatura que Bolsonaro não tem como pagar.

A pandemia de covid-19 fez da América do Sul seu atual epicentro global, e a disseminação da variante delta coloca os Governos da região em alerta. Na Argentina, Alberto Fernández adotou medidas drásticas para conter a crise sanitária: voltou a fechar as fronteiras e limitou a entrada de argentinos ou residentes do exterior a apenas 600 viajantes por dia. De Buenos Aires, a correspondente Mar Centenera conta sobre as novas restrições, que impediram o próprio mandatário de participar de um fórum que ocorreria na França. A variante delta é motivo de preocupação também na Europa. A nova cepa é a nuvem que se sobrepõe aos planos de volta à normalidade. O colunista Jamil Chade escreve a respeito dos contrastes de um continente que ― após combinar oito meses de medidas de isolamento social e vacinação ― começa a ter sinais de vida, com a reabertura da sociedade e o restabelecimento de ritos, cerimônias e objetivos, ainda sob sombra do vírus.

Para ler com calma, uma conversa com Anitta, a superestrela brasileira. Polêmica, não sabe o que é vergonha. É a embaixadora do Brasil do século XXI: nela convivem favela e luxo, alegria e violência. Guillermo Alonso entrevistou a cantora, dona de inúmeros hits e duetos com artistas de peso no cenário internacional, que fala sobre seu último disco, sua história e carreira. "Eu gosto de cantar sobre a sexualidade porque isto para mim significa liberdade”, diz.


Ricardo Barros tem nas mãos fatura que Bolsonaro não tem como pagar
Ricardo Barros tem nas mãos fatura que Bolsonaro não tem como pagar
Sob tsunami de denúncias, deputado se move com a tranquilidade de quem é peça-chave no arranjo do Centrão que sustenta o Governo na Câmara
Planalto e líder do Governo são alvos de novas denúncias de corrupção
Representante da Davati Medical acusa Gestão de pedir propina. Senador Randolfe Rodrigues apresentará pedido para que deponha na CPI
O campo minado em torno do deputado
Convocação pela CPI vem após ter sido citado em pressão suspeita na compra da Covaxin. Compra da Convidecia também será apurada