sábado, 7 de novembro de 2020

Análise de Mídia 07/11

 



 

CAPA – Manchete principal: *”Biden está perto da vitória nos EUA”*

EDITORIAL DA FOLHA - *”Sem proteção”*: A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na última quarta (4) complica a situação do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, ao deixá-lo mais perto do banco dos réus. Flávio é apontado como chefe de uma organização criminosa que teria desviado R$ 6 milhões da Assembleia Legislativa do Rio nos anos em que foi deputado estadual, apropriando-se dos salários de funcionários do seu gabinete. As investigações sobre seu envolvimento com o esquema da “rachadinha” tiveram início antes da chegada de Bolsonaro ao poder e assombram a família desde então, mas esta é a primeira vez que Flávio é alvo de acusação formal na Justiça. Outras 16 pessoas foram denunciadas com ele, incluindo o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, que por muito tempo foi uma espécie de faz-tudo dos Bolsonaros e é acusado de movimentar ilegalmente o dinheiro dos servidores. Uma ex-assessora de Flávio disse aos promotores ter sido obrigada a entregar a ele a maior parte dos vencimentos no período em que trabalhou no gabinete, reforçando a narrativa feita pela acusação.
O Ministério Público encontrou evidências de que o senador movimentou grandes quantias de dinheiro em espécie numa loja de chocolates da qual é sócio e em negócios com imóveis, além de receber de Queiroz recursos para pagamento de despesas pessoais. Caberá agora aos 25 desembargadores que compõem o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio examinar a denúncia e decidir se Flávio será processado —ou se a peça será simplesmente descartada, sem abertura de ação penal. O senador nega ter cometido irregularidades e diz que nada tem a ver com o que os assessores faziam com seus salários, mas tem gasto mais energia tentando obstruir as investigações do que esclarecendo as graves suspeitas que pairam sobre sua vida financeira. Infelizmente, tudo indica que o imbróglio jurídico em torno do caso se arrastará por um bom tempo antes que o envolvimento de Flávio com os desvios seja esclarecido e os responsáveis sejam punidos. O TJ do Rio lhe garantiu foro especial, mantendo o caso longe da primeira instância. Uma das ações movidas contra essa decisão no Supremo Tribunal Federal terá como relator o ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro e empossado na quinta (5). Num momento em que Jair Bolsonaro reconstrói pontes com o Judiciário, o pior que poderia acontecer seria o presidente usar suas novas amizades para proteger o filho de embaraços. Espera-se que a Justiça examine a denúncia dos promotores do Rio com o rigor que ela merece, sem procrastinação.

FERNANDO HADDAD - *”Geopolítica”*: O que esperar da muito provável vitória de Joe Biden? Há vantagens na derrota de Donald Trump. Devemos esperar mudanças em relação ao meio ambiente, nas dimensões climática e sanitária e em relação aos direitos humanos quanto ao racismo e à xenofobia. Biden parece também ter mais apreço pela democracia, pelo menos no seu próprio país. O que dizer de mudanças no sistema de poder? Nesse ponto, tudo é mais estável. A relação entre estados se pauta pela defesa de interesses em torno do fortalecimento do poder bélico e econômico, em geral associados. Isso depende de fontes de energia (combustíveis e alimentos), do domínio da ciência (sistema de inovação) e da logística (transporte e comunicação). Essas atividades são desenvolvidas no ponto de encontro entre poder e dinheiro, onde o Estado e o capital se reforçam mutuamente. Quando Adam Smith defendeu as leis inglesas de navegação —que estabeleceram um monopólio conflitante com a liberdade de comércio—, ele invocou um argumento extra econômico, sugerindo que convinha aos ingleses trocar opulência por mais segurança. Omitiu, contudo, as vantagens econômicas que isso trazia para a Inglaterra tanto na disputa com a Holanda —no que toca a indústria naval, o transporte marítimo e a pesca— quanto no intercâmbio mercantil com as suas colônias
Vejam que o argumento é parecido com o que invocam os Estados Unidos na disputa com a China acerca do 5G. Sob o manto da segurança nacional, há uma rixa econômica empedernida entre grandes potências, antes em torno da navegação marítima, hoje, da virtual. Em relação à geopolítica, portanto, pouca coisa se altera com Biden. Os Estados Unidos continuarão de olho no petróleo da Venezuela e da Arábia Saudita, dizendo defender a democracia naquele país enquanto apoiam a monarquia absolutista neste outro, sem nenhum constrangimento. Verão com alegria prosperar a dolarização das economias latino-americanas, agora com o apoio do Brasil, prestes a autorizar depósito bancário em moeda estrangeira. A China, por sua vez, faz seus movimentos. Diante do comportamento errático do governo brasileiro, em que presidente e vice se contradizem diariamente, a China diversifica suas fontes de proteína, comprando soja da Tanzânia e da Argentina. E defende a liberdade econômica no plano internacional, enquanto controla o acesso ao seu mercado interno, praticando, na esteira de Japão e Coreia, uma espécie de desenvolvimentismo 3.0, depois de deixar para trás o despotismo soviético. O amadorismo de Jair Bolsonaro nos torna uma presa fácil num mundo de predadores profissionais.

PAINEL - *”Oposição analisa nomes de três possíveis candidatos à presidência da Câmara e aponta defeitos”*: Ainda sem definição de candidatos, a eleição para presidente da Câmara colocou na lista de parte da oposição três nomes para análise: Baleia Rossi (MDB-SP), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Todos têm alguma debilidade, segundo um integrante desse campo político, mas estão na disputa. Rodrigo Maia (DEM-RJ), próximo da esquerda, continua tentando se viabilizar para uma nova recondução —o que é, por ora, vedado pela Constituição. No PT levantaram problemas em apoiar Baleia Rossi pela proximidade com Michel Temer. dividido No PSOL, há o receio em endossar o antigo aliado de Edir Macedo, Marcos Pereira. Já o PSB vê problemas em Aguinaldo Ribeiro conseguir se viabilizar, uma vez que seu partido prefere lançar Arthur Lira (PP-AL). Marcos Pereira foi considerado o que mais tem capacidade de virar o jogo a seu favor. Até pouco tempo atrás, o deputado do Republicanos era visto como uma opção para sair candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. O PC do B, por sua vez, tem a reeleição de Rodrigo Maia como hipótese preferencial.

PAINEL - *”Fafá de Belém, Janaina Rueda e Roberto Minczuk farão parte de bloco de apoio a Bruno Covas em SP”*
PAINEL - *”Ligado a Bolsonaro, Skaf terá reunião com França para discutir apoio a candidato em SP”*
PAINEL - *”Ciro Gomes avisa Márcio França que embarca na segunda (9) em campanha em SP”*

PAINEL - *”Orlando Silva diz que entrevista de Russomanno sobre 'mãe de leite negra' é enciclopédia do racismo”*: Para o candidato à Prefeitura de São Paulo Orlando Silva (PCdoB), as falas de Celso Russomanno (Republicanos) sobre ter sido criado por uma "mãe de leite negra" transformaram a participação do concorrente na sabatina da Folha e do UOL em uma "enciclopédia do racismo". Ao ser questionado sobre o motivo para ter repudiado ação da gestão Bruno Covas (PSDB) no dia da consciência negra, Russomanno disse: "Não vou polarizar essa questão. Eu fui criado por uma mãe de leite, negra. Eu sou uma pessoa que não vejo diferença entre os negros e os brancos. Tenho grandes amigos que são negros. E tive namorada, inclusive. Eu não tenho problema nenhum com isso. Agora, a prefeitura não pode fazer uma campanha e não dizer para população o que é que ela está fazendo".Silva classificou a fala como repugnante. "É difícil pensar em algo mais violento que a vida das escravizadas submetidas à condição de amas de leite: estupradas e obrigadas a ter filhos permanentemente, separadas deles com violência, compradas, vendidas, alugadas para cumprir esta função que as brancas rejeitavam", disse. "Não falta na entrevista, é claro, os clássicos do racismo 'tenho até amigos negros', 'até namorei negras'. Mas nada me revolta mais, como negro, do que essa afirmação abjeta sobre as amas de leite. Isso dói na alma de quem conhece a história da escravidão e o racismo estrutural", completou o deputado federal. Russomanno classificou a ação da Prefeitura de São Paulo, que colocou imagens de punhos fechados em semáforos, como "vandalismo" e tentou associá-la à promoção de ideologias de esquerda. Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (5) mostrou nova queda de Russomanno na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Agora ele se encontra empatado tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB).

PAINEL - *”Justiça rejeita denúncia do Ministério Público contra líder do MBL por tráfico de influência”*

PAINEL - *”Bia Kicis palestra sobre temas caros ao bolsonarismo a turma de 51 coronéis”*: A deputada Bia Kicis (PSL-DF) vai palestrar para uma turma de 51 coronéis da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército na próxima semana. Ela pretende abordar questões que são caras ao bolsonarismo, como a eleição americana e Donald Trump, o conflito do que eles consideram ser o globalismo em oposição à soberania das nações, além da discussão sobre liberdade de expressão nas redes sociais.

*”Com tendência de queda de Russomanno, Covas e França projetam herdar votos, indica Datafolha”* - Com o segundo turno embolado em São Paulo e Celso Russomanno (Republicanos) em tendência de queda, a pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (5) mostra que os candidatos que mais se beneficiam como segunda opção de voto são Bruno Covas (PSDB) e Márcio França (PSB). Em busca da reeleição, Covas tem 28% das intenções de voto. Sua campanha, porém, não arrisca um palpite sobre quem o tucano enfrentará no segundo turno. Estão tecnicamente empatados Russomanno (16%), Guilherme Boulos (PSOL, com 14%) e França (13%). A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Segundo o Datafolha, 42% dos moradores de São Paulo ainda podem mudar seu voto em uma semana –o primeiro turno da eleição é no dia 15. Os candidatos vistos como segunda opção entre quem ainda pode mudar de ideia são Covas, para 20% dos eleitores, França (18%), Russomanno (13%), Boulos (6%) e Joice Hasselmann (PSL, com 6%). Entre os que brigam pelo segundo turno, os que têm mais chances de perder seus eleitores são França e Russomanno. Entre quem declara voto no candidato do PSB, 54% afirmam que podem mudar de ideia; entre simpatizantes do deputado, 49% podem migrar. Boulos e Covas têm eleitores mais consolidados –28% podem abandonar o candidato do PSOL, enquanto 37% não estão firmes com o tucano. Entre os eleitores de Jilmar Tatto (PT), que tem 6% das intenções de voto, 36% podem mudar sua decisão. Considerando que o derretimento de Russomanno siga em marcha, seus votos não consolidados migram principalmente para Covas (27%) e França (24%), segundo o Datafolha. A campanha de Russomanno, no entanto, não trabalha com a ideia de perder mais votos. Para seus aliados, seu piso foi alcançado. O candidato tem hoje um percentual maior do que recebeu em 2016, quando teve 13,6% dos votos válidos, e menor do que em 2012, quando marcou 21,6% —ele terminou em terceiro nas duas ocasiões.
Russomanno trabalha com pesquisas internas em que, segundo ele, aparece com 20% e, portanto, no segundo turno. Sua equipe vê como ponto positivo a estagnação de Boulos, que manteve seus 14% do Datafolha anterior, e a fragmentação de candidatos da esquerda. Seus estrategistas mantêm a ideia de associá-lo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem recebeu apoio. Para adversários, porém, é o padrinho político que causou o derretimento de Russomanno, que marcou 29% em 23 de setembro. Nesse período, a rejeição a Russomanno disparou de 21% para 47% —ele é o mais rejeitado entre os candidatos. Covas está em segundo, com 25% de rejeição. A alta rejeição é um entrave tanto para que Russomanno alcance o segundo turno como para que vença o tucano caso chegue lá. Bolsonaro estreou na propaganda de TV de Russomanno na noite desta sexta-feira (6). O vídeo com o presidente deve ser repetido ao longo do fim de semana para fixar seu apoio. O Datafolha mostra que Russomanno é segunda opção para 24% dos eleitores de Covas que podem mudar de ideia, 21% dos eleitores não consolidados de França e 18% dos eleitores de Joice que cogitam um plano B.
Se a trajetória de queda de Russomanno persistir, França é beneficiado no embolado segundo lugar —considerando que Covas, outro herdeiro de votos do deputado, já tem vaga no segundo turno. A campanha do ex-governador, que subiu três pontos desde o último levantamento, conta com uma arrancada para o segundo turno. Além de poder herdar 24% dos votos de Russomanno, França é colocado como segunda opção por 30% dos eleitores de Boulos, 26% dos eleitores de Covas e 19% de Tatto. França pode perder votos, por outro lado, para Covas (32%) e Russomanno (21%). Apenas 9% de seus eleitores não consolidados veem Boulos como uma segunda opção. Ou seja, na briga entre PSB e PSOL, um derretimento do ex-governador não beneficia Boulos diretamente. Já o contrário é verdade, de acordo com o Datafolha. Os eleitores de Boulos que ainda podem mudar de ideia têm como segunda opção França (30%), Covas (18%) e Arthur do Val (Patriota, 12%). Apenas 2% podem abandonar o PSOL para votar no PT de Tatto. Olhando a situação inversa, Boulos é visto como segunda opção para 25% dos eleitores de Tatto que consideram mudar de voto. Mas quem mais se beneficia de uma migração de votos do petista é Covas (27%). França é segunda opção de 19%, e Russomanno de 11% dos eleitores de Tatto.
Enquanto Boulos, para crescer, precisa canalizar os votos de petistas, França é visto como segunda opção entre uma parcela maior do eleitorado. Outra vantagem do candidato do PSB contra o candidato do PSOL na disputa pelo segundo turno é seu crescimento de 10% para 13%, enquanto Boulos apresentou os mesmos 14%. Por causa da estagnação e do desempenho ruim na migração de votos, a pesquisa foi recebida com frustração por parte da equipe de Boulos, embora o discurso oficial seja o de que o desempenho foi satisfatório. O próprio candidato buscou minimizar o baque e destacar pontos positivos a ele. “A nossa candidatura é, de longe, a que tem o voto mais consolidado. 72% dos que declaram voto na gente afirmam convicção completa”, disse Boulos. “Eu vi essa pesquisa como uma vitória. Nós fomos alvos na última semana de fake news na televisão todos os dias. No meio de um bombardeio desse, a gente com 17 segundos [de tempo de TV], crescer na pesquisa espontânea e estar empatado tecnicamente no segundo lugar, isso é uma vitória”, completou. O candidato do PSOL se referia a peças de publicidade de Russomanno contra ele e de críticas de França. Boulos, por sua vez, tem alimentado um embate com França afirmando que ele não é representante da esquerda, mas um aliado do PSDB. “Não acho que vamos ter dois PSDBs no segundo turno", afirmou o líder de movimentos de moradia. "Vamos estar no segundo turno. O voto de esquerda se define na reta final, na última semana. Tem um eleitorado progressista e de esquerda em São Paulo que sempre colocou um candidato ou em primeiro ou em segundo lugar."
Animado com o resultado da pesquisa, França usará os últimos dias de campanha para tentar capturar a fatia do eleitorado que se diz propensa a migrar para ele. "Na reta final, há o boca a boca, as pessoas trocam opiniões", disse o ex-governador, que adotou na campanha a retórica anti-Doria, com a qual se contrapõe a Covas. Ele destacou ainda a baixa rejeição (14%) como um dos ativos de sua candidatura e afirmou que esse aspecto faz com que ele herde voto "de todo lado". Raul Cruz Lima, marqueteiro da campanha do PSB, projeta um cenário em que uma nova queda de Russomanno beneficie o ex-governador. "O Russomanno caindo, acho que a maioria dos votos vai para o Márcio." Segundo ele, a pesquisa deu ânimo extra à equipe. "Eu ​esperava essa subida mais para a frente, mas aconteceu antes, o que é positivo." As ideias de que o voto se define na reta final e de que, tradicionalmente, São Paulo tem um segundo turno entre esquerda e direita são partilhadas pelo PT e são a esperança da campanha de Tatto, que não viu seu candidato disparar até agora. O PT trabalha com a hipótese de que Russomanno seguirá caindo e que o segundo turno, contra Covas, terá França, Boulos ou Tatto. “A última semana costuma ser de muita mudança e com mais agudeza. É uma reviravolta mais intensa na última hora”, disse o deputado estadual José Américo (PT), um dos coordenadores da campanha de Tatto. Já entre os tucanos, a liderança isolada medida pelo Datafolha foi comemorada. A equipe de Covas apostou em não nacionalizar a disputa, em evitar atacar adversários e em esconder o governador João Doria (PSDB), que não é considerado um bom padrinho político do ponto de vista eleitoral. Essa estratégia vai se manter até que o adversário no segundo turno seja definido. “Recebemos o resultado com alegria, porque demonstra que o trabalho do prefeito está sendo aprovado pelas pessoas. Mas temos que ter cautela, porque ainda tem o segundo turno”, disse Wilson Pedroso, coordenador da campanha tucana.

*”Folha e UOL promovem debate com os quatro principais candidatos à Prefeitura de SP”*
*”Sem debates na TV, candidatos recorrem a encontros em praça pública e na internet”*

*”Voltar ao voto impresso é como comprar videocassete, diz Barroso”* - Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltar a defender a votação por meio de cédulas de papel no país, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, disse que a medida seria "um retrocesso". Durante uma live, Bolsonaro falou que uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) prevendo o voto impresso pode ser apoiada pelo governo. Durante o 8º Fórum Liberdade e Democracia, em Vitória (ES), o ministro Barroso, sem citar o presidente, falou: "Retornar ao voto impresso é como comprar um videocassete. (...) De 1996 para cá, nunca se documentou nenhuma coisa errada, nem fraudes. Não tenho paixão pela urna, mas tenho apreço por eleições limpas". O ministro criticou, no entanto, o preço dos equipamentos. "Meu incômodo é o custo. Temos 500 mil (urnas eletrônicas). Custa R$ 700 milhões. E a cada eleição temos que trocar 100 mil", ponderou. Barroso aproveitou a plateia pra se mostrar preocupado com o que chamou de "grupos hierarquizados, que têm mercenários" para difundir fake news. "Isso não é liberdade. São bandidos. A mentira deliberada tem um dono. As notícias falsas nesta campanha até agora tiveram papel pequeno e quase todas requentadas", comentou.

*”Impulsionado pelo combate à pandemia, Covas é visto como mais preparado, diz Datafolha”*
VOTO A VOTO - *”Por que as coligações encolheram em 2020?”*
*”Aliados de prefeito suspeito de elo com PCC disputam prefeituras de cidades vizinhas na Grande SP”*
*”Messina diz em sabatina Folha/UOL suspeitar de relação de Crivella com 'QG da propina' no Ri”*o

DEMÉTRIO MAGNOLI - *”Regra de ouro 'um eleitor, um voto' é estranha à democracia dos Estados Unidos”*

*”STJ diz que cópia de acervo está salva, e PF vê rastros na Europa de ataque hacker”* - O STJ (Superior Tribunal de Justiça) informou nesta sexta-feira (6) que recuperou 100% das informações armazenadas no sistema interno da corte, alvo de um ataque hacker na última terça (3). Entre elas, segundo comunicado do tribunal, estão os dados relativos ao acervo de cerca de 255 mil processos judiciais. O resgate das informações foi possível porque um dos backups mantidos pelo STJ não sofreu avarias. “É possível assegurar que no próximo dia 9 de novembro, segunda-feira, o sistema Justiça estará operante e disponível aos ministros e servidores”, informou o tribunal. O sistema reúne funções relacionadas ao processo eletrônico e os julgamentos dos vários colegiados da corte. Paralelamente ao trabalho dos técnicos em informática, os peritos da Polícia Federal tentam identificar quem está por trás do ataque cibernético. Foram identificados vestígios do ataque em um servidor da Europa. Um inquérito foi aberto para apurar o caso. A polícia tem um suspeito, segundo disse o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em sua live em rede social, após conversar com o diretor-geral da PF, delegado Rolando Souza. Bolsonaro comentou que o hacker pediu resgate para não destruir os dados. A rede interna da corte saiu do ar pouco depois das 15h da última terça-feira, momento em que as turmas do tribunal realizavam as tradicionais sessões de julgamento. As atividades do STJ foram interrompidas. Os prazos processuais estão suspensos até que o tribunal volte a trabalhar regularmente. Neste período, apenas o presidente da corte, ministro Humberto Martins, atua em regime de plantão, e as petições estão sendo enviadas por email. As autoridades de segurança analisam também um possível ataque hacker ao Ministério da Saúde, após servidores enfrentarem dificuldades para acessar os sistemas internos.
Parte dos sistemas da pasta que deixaram de funcionar nesta quinta-feira (5) foi reativada, mas alguns seguiam fora do ar nesta sexta. Em nota na quinta, a pasta informou que "identificou a existência de vírus em algumas estações de trabalho e, por motivos de segurança, o Departamento de Informática do SUS bloqueou o acesso à internet, bem como às redes e aos sistemas de telefone, evitando, assim, a propagação do vírus entre os computadores". Nesta sexta, em novo comunicado, o ministério informou que identificou incidentes em páginas web, o que desconfigurou layouts. "A questão está sendo tratada pela equipe do DataSUS, e as páginas estão sendo restabelecidas. Não foram afetados os dados nem os servidores da pasta, que estão preservados pelas medidas de segurança adotadas." A pasta afirmou ainda que está revisando todas as camadas de segurança dos sistemas de informação do SUS, o que pode causar interrupções em sistemas e na disseminação de informações da saúde durante o fim de semana, com previsão de término até este domingo (8). A atualização dos dados do coronavírus desta sexta, porém, exclui dados de cinco estados: São Paulo, Santa Catarina, Amazonas, Tocantins e Amapá. Segundo o ministério, a situação ocorre devido a novos problemas na rede da pasta, que chegou a ser desativada na quinta (5), após identificação de um vírus.

*”Apesar de poucos recursos, pequenas e médias cidades emplacam ações de destaque”*
*”Russomanno defende elo com Bolsonaro e busca negar racismo citando 'mãe de leite negra'”*

*”Entidade ligada ao movimento negro vê fala racista e presta queixa contra Russomanno”* - A Uneafro Brasil, entidade ligada ao movimento negro, entrou na tarde desta sexta-feira (6) com uma representação criminal na Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo contra o candidato a prefeito Celso Russomanno (Republicanos) por racismo. Em nota, o candidato chamou a representação de infundada e afirmou se tratar de um factoide. Russomanno havia chamado de vandalismo uma ação da prefeitura da capital paulista que, em homenagem ao Dia da Consciência Negra, comemorado no próximo dia 20, colocou em semáforos da cidade imagens de punhos cerrados, símbolo da luta contra o racismo. Nesta sexta, em sabatina feita pela Folha em parceria com o UOL, Russomanno afirmou que não havia entendido que era uma homenagem à Consciência Negra e negou ser racista ao dizer que foi criado por uma mãe de leite negra e ter amigos negros. "Eu não vou polarizar essa questão. Eu fui criado por uma mãe de leite negra. Eu sou uma pessoa que não vejo diferença entre os negros e os brancos. Os meus melhores, tenho grandes amigos que são negros. E tive namorada, inclusive. Eu não tenho problema nenhum com isso. Agora, a prefeitura é que não pode fazer uma campanha e não dizer para população o que é que ela está fazendo e colocar o punho cerrado nos semáforos, o que contraria inclusive a legislação de trânsito, eles vão responder inclusive por crime de improbidade”, disse o candidato.
A representação, assinada por Elaine Mineiro, afirma que “na tentativa de se livrar na prática racista realizada, Russomano reafirma o seu racismo reforçando a estigma social do ‘lugar dos negros’ na sociedade brasileira, ou seja, como ‘mãe de leite’, serviçal. Externa, portanto, o racismo da sua conduta”. “Em um país de grande desigualdade, fundada no racismo estrutural, não há como negar o racismo praticado por não haver diferenças entre negros e brancos. A diferença existe em especial quando se analisa os dados das desigualdades vigentes na sociedade brasileira. E o ato de negar o racismo na sociedade não reduz o racismo praticado por sua conduta individual”, continua. A peça diz que Russomanno não só comete o crime de racismo como incita a prática, “dada a influência do mesmo por ser figura pública com cerca de 143.000 mil seguidores apenas na rede social Twitter, por ter quadro televisivo e por ser deputado federal.” O texto diz que o gesto do punho fechado significa a luta contra a opressão e foi usada em diferentes momentos históricos, como na Olimpíada do México de 1968 (quando atletas fizeram o protesto sobre um pódio, no auge da luta pelos direitos civis nos EUA), em movimentos na Nigéria ou no Black Lives Matter, nos EUA. A peça pede a abertura de inquérito para investigar o crime e a interrupção de “transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio do denunciado que resultam na prática de racismo”, “com fins de sustar o crime de incitação ao racismo praticado”, diz. Em nota, a assessoria do candidato negou que tenha havido crime na fala. "Não existe o menor indício de racismo na fala de Russomanno, a não ser para quem quer forjar uma má interpretação para prejudicar o candidato dos Republicanos. Trata-se de uma representação infundada, realizada por movimento com o exclusivo objetivo de criar um fato político e de conferir à fala uma dimensão que ela não teve. Como Russomanno se mantém nas pesquisas, buscam criar factóides para tentar influir de forma ilegítima na consciência do eleitor", disse a campanha de Russomanno.
O candidato Orlando Silva (PC do B) também se manifestou. Em rede social, chamou a fala de “enciclopédia de racismo” e “repugnante”. “Entre tantas barbaridades, a maior: Russomano diz, com orgulho, que foi criado por ‘mãe de leite negra’. É difícil pensar em algo mais violento que a vida das escravizadas submetidas à condição de amas de leite: estupradas e obrigadas a ter filhos permanentemente, separadas deles com violência, compradas, vendidas, alugadas para cumprir esta função que as brancas rejeitavam”, escreveu. “Não falta na entrevista, é claro, os clássicos do racismo ‘tenho até amigos negros’, ‘até namorei negras’. Mas nada me revolta mais, como negro, do que essa afirmação abjeta sobre as amas de leite. Isso dói na alma de quem conhece a história da escravidão e o racismo estrutural”, concluiu.

*”Russomanno erra sobre gastos de campanha e posicionamentos sobre pandemia na sabatina Folha/UOL”*

*”Militares procuraram Temer para reclamar de Dilma e PT antes do impeachment, diz entrevistador”* - Antes do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), militares procuraram o então vice-presidente Michel Temer (MDB) para manifestar insatisfações e buscar apoio para pautas das Forças Armadas, segundo o filósofo Denis Rosenfield, entrevistador do recém-lançado livro de Temer. Rosenfield diz que ocorreu grande descontentamento dos militares quanto à atuação do PT em relação à Comissão Nacional da Verdade e ao Programa Nacional de Direitos Humanos 3. Também resultaram em desgastes discussões sobre a Lei da Anistia, a promoção de militares aos altos escalões e os valores de salários e verbas para equipamentos, de acordo com o entrevistador. O filósofo nega que os contatos do então vice-presidente com os comandantes das Forças Armadas tenham servido também para tratar do impeachment de Dilma. Segundo Rosenfield, isso não seria cabível pois os militares não têm influência sobre os congressistas que votaram pelo afastamento da petista. O entrevistador diz que foi o organizador das reuniões por ter boa relação com os oficiais e Temer. Em nota publicada nesta quinta-feira (5), Dilma afirmou que o livro de Temer mostra que ocorreu a participação de comandantes militares nos acontecimentos que resultaram em seu impeachment, ao qual qualifica de “golpe de 2016”.
A obra, intitulada “A Escolha - Como um Presidente Conseguiu Superar Grave Crise e Apresentar uma Agenda para o Brasil”, reúne entrevistas concedidas pelo ex-presidente a Rosenfield no segundo semestre de 2018, sendo a última delas após o segundo turno das eleições daquele ano. Também inclui um prefácio do economista Delfim Netto e um pósfacio no qual Temer critica a prisão preventiva de que foi alvo no início de 2019. Em um dos capítulos do livro, o emedebista aborda sua relação com os militares e conta que havia viajado a Dourados (MS) com o então comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, e o chefe do Estado Maior, Sérgio Etchegoyen, para uma visita ao Sisfron, o sistema para monitorar fronteiras, e que havia jantado com Villas Bôas. No texto do livro, porém, não há menção a discussões sobre problemas e insatisfações dos militares com o governo Dilma e o PT. Esses temas surgiram a partir do lançamento da obra em outubro. Na ocasião, segundo a coluna Painel da Folha, Rosenfield afirmou que um ano antes do impeachment, em 2015, Villas Bôas lhe procurou para saber de Temer. Os militares estavam “preocupados com o país”, de acordo com o filósofo, que então marcou uma reunião sigilosa com o então vice-presidente. Além de Villas Bôas, também participou do encontro Etchegoyen, que depois se tornaria ministro de Temer. Ao Painel, o ex-presidente disse que “não havia a perspectiva de impedimento àquela altura” e que o interesse das lideranças militares se daria pelo fato de não se conhecerem.
Na última segunda-feira (2), o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem que traz a afirmação de Rosenfield de que antes do impeachment ocorreram reuniões dos comandantes com Temer em virtude do desgaste da relação do PT com os militares. Os descontentamentos ocorreram em razão da Comissão Nacional da Verdade, do receio de que Dilma tentasse mudar a Lei da Anistia e de outros assuntos que integravam o Programa Nacional de Direitos Humanos 3. Os comandantes receavam também que o PT buscasse alterar a forma de acesso de oficiais aos altos escalões e a formação dos militares nas academias. O objetivo dos militares era ouvir o então vice para saber com quais cenários deviam trabalhar, segundo o relato do filósofo ao jornal. Procurado pela Folha, Rosenfield acrescentou que, além desses temas, havia a insatisfação com os salários dos militares e os recursos destinados à aquisição de equipamentos para as Forças Armadas. Rosenfield negou que as reuniões de Temer com os militares tenham sido usadas para discutir o impeachment de Dilma. “Os militares fazem parte de uma instituição de Estado, e não de governo. Agiram assim antes, durante e depois”, disse. Além de comentar sobre a boa relação com os integrantes das Forças, no livro Temer faz uma defesa contra as acusações de ter sido conspirador, golpista e ter tentado obstruir a Justiça no caso JBS, além de enaltecer seu governo, que durou dois anos e oito meses.
A maioria das questões feitas a Temer são permeadas por elogios, e o entrevistador não esconde a relação de amizade com o ex-mandatário. Na obra, o emedebista fala sobre a aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que instituiu o chamado teto de gastos no país, a reforma trabalhista, a liberação de valores de contas inativas do FGTS, a reforma do ensino médio e números positivos na economia no fim de seu mandato. A trajetória pessoal, profissional e política de Temer também é abordada no livro, a partir de sua infância na cidade de Tietê (SP), onde nasceu.

*”Indicado por Bolsonaro, Kassio será relator de ação no STF que questiona foro de Flávio no caso 'rachadinha'”*

*”Ao assumir liderança em Geórgia e Pensilvânia, Biden fica cada vez mais perto da vitória”*
*”Steve Bannon é banido do Twitter após sugerir decapitar funcionários do governo”*

*”Alemanha pede calma a Trump e diz que democracia precisa de 'perdedores decentes'”* - O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, pediu calma ao presidente dos EUA, Donald Trump, e disse que colocar em dúvida a legitimidade da eleição é irresponsável. "Qualquer um que continue jogando óleo no fogo em uma situação como essa está agindo de forma irresponsável", disse o ministro alemão em entrevista ao grupo de mídia Funke, nesta sexta (6). "Agora é a hora de manter a cabeça fria até que um resultado determinado de forma independente esteja disponível", afirmou. O presidente americano tem falado na possibilidade de fraudes desde antes da eleição e, na noite de quinta, fez pronunciamento afirmando que a eleição estava sendo "roubada". Emissoras de TV americanas chegaram a interromper a transmissão, afirmando que Trump mentia. Maas afirmou que os Estados Unidos não são um "show de um homem só" e que "perdedores decentes são mais importantes para o funcionamento de uma democracia do que vencedores radiantes". Na França, segunda maior economia da União Europeia, o ministro das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, disse acreditar que as instituições dos EUA vão validar o resultado de "uma votação histórica, em termos de comparecimento e de tensão". As declarações do presidente americano colocando em dúvida as eleições democráticas também causaram "preocupação" ao alto representante para Relações Exteriores da União Europeia, Josep Borrell. No Reino Unido, a oposição criticou o governo britânico por não criticar as acusações de fraude feitas por Trump. "O silêncio de Boris Johnson [primeiro-ministro] e Dominic Raab [ministro das Relações Exteriores] enquanto Donald Trump tenta minar o direito do povo americano a eleições livres e justas é uma desgraça nacional", afirmou o ministro da Justiça do governo paralelo, David Lammy.

*”Presidente da Câmara dos Deputados dos EUA chama Biden de 'presidente eleito'”*
*”Polícia da Filadélfia prende dois homens armados perto de centro de contagem dos votos”*
*”Estados podem levar de dias a semanas para divulgar resultado definitivo da eleição nos EUA”*
*”Trump recorre à Suprema Corte para suspender contagem na Pensilvânia”*

*”Trump mentiu sobre fraudes? Veja checagem de discurso do presidente na Casa Branca”*
TODA MÍDIA - *”Sob pressão, cobertura atravessa quarto dia em suspenso”*
OPINIÃO - *”Catarse de TVs americanas contra Trump abre precedente ético complexo”*
*”Mônica Bergamo entrevista Glenn Greenwald ao vivo neste sábado”*

*”'Trump não é a pessoa mais importante do mundo', afirma Bolsonaro”* - Na reta final da apuração nos Estados Unidos, que indica o democrata Joe Biden como o favorito para ocupar a Casa Branca, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (6) que, assim como ele não é a pessoa mais importante do Brasil, Donald Trump não é a pessoa mais importante do mundo. Durante cerimônia de formatura de 650 policiais federais rodoviários, em Florianópolis, Bolsonaro não citou diretamente as eleições nos EUA, mas voltou a dizer que tem preferência pelo atual líder americano. O presidente brasileiro e Trump, que concorre à reeleição, encontraram-se diversas vezes desde o ano passado. Durante o período, trocaram elogios, e Bolsonaro sempre fez questão de destacar o alinhamento entre os dois países, em uma relação que por muitas vezes exibiu contornos pessoas, e não institucionais. Assim, a eleição do democrata, que já criticou o líder brasileiro e a política ambiental do governo, é indesejada por Bolsonaro. Durante o primeiro e caótico debate presidencial nos EUA, Biden disse que "a floresta tropical no Brasil está sendo destruída". À época, o presidente classificou a fala como lamentável.​ Por isso, ainda que tenha dito que torce pela reeleição do republicano, Bolsonaro negou interferir no pleito americano e acusou o ex-vice de Barack Obama de intromissão em assuntos internos do Brasil justamente devido às criticas à política brasileira para o meio ambiente.​ Nesta sexta, Bolsonaro disse que “o momento do Brasil ainda é difícil", que assiste à política externa e tem uma preferência, uma vez que "o que acontece lá fora interessa para cada um de nós aqui dentro”. “Eu não sou a pessoa mais importante do Brasil, assim como Trump não é a pessoa mais importante do mundo, como ele mesmo bem disse. A pessoa mais importante é Deus.” Na quinta-feira (5), em evento no interior de Alagoas, o presidente já havia falado que o Brasil era uma “pátria abençoada, e ninguém tem o que temos”. “O mundo está de olho em nós. Temos o que eles não têm. E, para que possamos dizer que isso é nosso, isso passa pela união dos 210 milhões de brasileiros.”
Participaram da cerimônia a governadora interina de Santa Catarina, Daniela Reinehr, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Eduardo Ággio, e os ministros André Mendonça, da Justiça e Segurança Pública, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, e Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência. Reinehr (sem partido) é próxima da família presidencial e já havia se encontrado com Bolsonaro na quarta (4), em Brasília. Uma de suas defensoras no processo de impeachment que culminou no afastamento do governador Carlos Moisés (PSL) foi a advogada Karina Kufa, também próxima dos Bolsonaro. O evento teve a presença dos formandos, seus familiares e autoridades. Houve aglomeração no local, com filas na entrada e convidados em arquibancadas, sentados a menos de um metro de distância entre si. O uso de máscara era obrigatório, mas o presidente e seus ministros abdicaram da proteção. Após discursar, Bolsonaro provocou aglomeração ao tirar foto com familiares dos policiais. A região da Grande Florianópolis voltou a ser classificada como de risco gravíssimo —o mais alto— pelo mapa de áreas de risco do governo de Santa Catarina. Com as praias lotadas nos feriados, o número de casos de Covid-19 na capital catarinense disparou. Após o evento, a comitiva presidencial se dirigiu para Chapecó, no oeste de Santa Catarina, onde trocou de aeronave e foi a Renascença (PR), para a inauguração de uma usina hidrelétrica ainda nesta sexta-feira.

*”Maia diz que situação dos EUA pode ser espelho para o Brasil em 2022”* - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira (6) que os próximos seis meses serão decisivos para o fortalecimento ou enfraquecimento do governo de Jair Bolsonaro e disse que as eleições americanas podem ser um espelho para o Brasil em 2022. Em uma videoconferência de macroeconomia do Itaú, ele comentou as perspectivas para as eleições de 2022 e disse que o fim das coligações partidárias deve ter impacto grande no processo eleitoral. “Eu acho que, em relação a 2022, a gente tem que esperar os próximos seis meses”, afirmou, a respeito da intenção do governo de encaminhar reformas, respeitar o teto de gastos e cortar despesas. “Nós vamos ter que entender qual vai ser a decisão do governo. Os próximos seis meses do governo Bolsonaro serão decisivos para seu fortalecimento ou para seu enfraquecimento”, afirmou. Somado a isso, ele defendeu que se acompanhe a situação nos Estados Unidos. “O exemplo que a gente está vendo dos EUA, como é que esses movimentos mais radicais trabalham processos eleitorais e, principalmente, o processo de apuração”, disse. “Acho que isso pode ser um espelho para o Brasil. Não quer dizer que vá acontecer, mas pode ser”, ressaltou.
Com uma disputa acirrada com o democrata Joe Biden, o presidente Donald Trump fez discurso questionando a apuração das eleições. "Se você contar os votos legais, eu ganho facilmente", disse o presidente, enquanto os votos ainda estão sendo contados em diversos Estados americanos. Trump classificou como "ilegais" os votos enviados pelo correio —ao contrário do que alega o presidente, isso é oficialmente permitido nos Estados Unidos. As declarações de Trump sobre votos ilegais são falsas. Além disso, a campanha de Trump tem protocolado uma série de ações judiciais questionando a legitimidade da apuração e, em alguns estados, exigindo a recontagem das cédulas. Maia afirmou que, no Brasil, o centro precisa encontrar um caminho, por ter convergência com a agenda econômica liberal do governo Bolsonaro, mas divergência em outras pautas. “Mas eu acredito que novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março vão ser decisivos para organizar a eleição de 2022”, disse, indicando que será possível ter mais clareza do caminho que o governo vai adotar na economia e se o Executivo terá coragem de tomar as medidas necessárias. “Continuo defendendo as reformas, o teto de gastos. Acho que a gente tem que enfrentar, por mais duro que seja o corte de despesas no curto prazo, mas acho que a política, o movimento da política vai depender muito do governo”, ressaltou.
Se o governo Bolsonaro estiver forte, isso terá influência na disputa, complementou. “Sempre numa eleição com reeleição você tem um número menor de candidatos do que uma eleição sem reeleição”, disse, lembrando que isso depende muito da força do governante. “Então o movimento dos outros partidos vai depender muito dos próximos seis meses do governo, que acho que são decisivos." Se o governo não se organizar, disse, terá “muita dificuldade”. “Aí acho que vai abrir um cenário político para que outras correntes, não apenas um movimento de centro, possam pensar em construir suas candidaturas para 2022.”

*”Exército brasileiro vê mesmos projetos de defesa com os EUA em eventual vitória de Biden”* - Integrantes do Alto Comando do Exército veem como positiva uma eventual vitória do democrata Joe Biden na disputa pela Presidência nos EUA, na medida em que uma mudança do eixo de poder americano pode provocar diminuição de conflitos no governo Jair Bolsonaro. A cúpula do Exército também enxerga pouca ou nenhuma mudança nos assuntos internos de defesa; na relação com a Venezuela do ditador Nicolás Maduro e na visão sobre o fracasso do regime; e nas parcerias com os militares americanos já previstas para 2021, caso se confirme o favoritismo de Biden. O democrata segue à frente do presidente Donald Trump na contagem dos votos. Integrantes da cúpula do Exército ouvidos pela Folha, sob a condição de anonimato, dizem que a eventual eleição de Biden pode reduzir os conflitos públicos travados entre auxiliares de Bolsonaro alinhados à ideologia trumpista e ministros militares. Para além do radicalismo da militância virtual, os principais vetores desse conflito, hoje, são o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente), e o filho 03 do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O parlamentar é presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara e chegou a fazer postagens corroborando acusações infundadas de fraudes na eleição nos EUA. Já a principal força do trumpismo no governo, depois do próprio presidente, é o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Em 18 de setembro, com Trump em campanha pela reeleição, ele ciceroneou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em visita a Roraima, na fronteira com a Venezuela. As informações trocadas sobre a visita, registradas antes e depois em comunicações dos postos diplomáticos, ficarão em segredo até 2035, por determinação do Itamaraty, como revelou a Folha.
No momento da visita, o Brasil simulava na Amazônia uma operação de guerra sem precedentes, em que "azuis" promoveram a retirada de "vermelhos" na região. Somente em combustível, horas de voo, transporte e munição, o Exército gastou R$ 8,9 milhões. Participaram da ação 3.600 militares. Para generais que fazem parte do Alto Comando do Exército, uma passagem de poder de Trump para Biden não mudará o cenário em relação à Venezuela. Isso porque, segundo eles, nenhum deles concorda com o regime de Maduro no país. Os militares brasileiros já precisaram, mais de uma vez, passar mensagens de que não embarcariam em um conflito armado na Venezuela protagonizado pelos EUA de Trump. O alinhamento automático de Bolsonaro e de seu chanceler ao presidente americano sempre alimentou esse temor. Documentos oficiais que embasam as diretrizes das Forças Armadas passaram a prever cenários de conflitos na região, mas sem especificar países e situações. A revisão da Política Nacional de Defesa e da Estratégia Nacional de Defesa, encaminhada ao Congresso, prevê "tensões e crises" no entorno do Brasil. A confirmação do favoritismo de Biden também não impactará as parcerias militares entre os Exércitos brasileiro e americano, segundo os generais ouvidos pela reportagem. Eles citam duas operações previstas para 2021, consideradas como parcerias consolidadas.
Uma é a Operação Panamax, organizada pelo Departamento de Defesa dos EUA, com a participação de 18 países. O exercício simula combates que se destinariam a ações reais de segurança no Canal do Panamá. A outra é a Operação Culminating, que faz parte de um acordo entre os Exércitos brasileiro e americano desde 2015. Militares costumam ir aos EUA para treinamentos. Já na esfera política, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirma que as tentativas de Trump de questionar o processo eleitoral devem despertar a atenção para o que pode ocorrer no Brasil em 2022. Bolsonaro se coloca sempre como candidato à reeleição e, a exemplo de Trump, aponta fraudes, sem qualquer prova, no sistema eletrônico de votação. "Em relação a 2022, a gente tem que esperar os próximos seis meses", afirmou Maia, a respeito da intenção do governo de encaminhar reformas, respeitar o teto de gastos —regra que limita o aumento de despesas à inflação do ano anterior— e cortar despesas. "Nós vamos ter que entender qual vai ser a decisão do governo. Os próximos seis meses do governo Bolsonaro serão decisivos para seu fortalecimento ou para seu enfraquecimento", afirmou. Somado a isso, o presidente da Câmara defendeu que se acompanhe a situação nos EUA. "O exemplo que a gente está vendo dos EUA, como é que esses movimentos mais radicais trabalham processos eleitorais e, principalmente, o processo de apuração", disse, em uma videoconferência do Itaú. "Isso pode ser um espelho para o Brasil. Não quer dizer que vá acontecer, mas pode ser", afirmou.

*”Presidente eleito da Bolívia é alvo de ataque com dinamite, mas sai ileso, diz partido”* - O presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, foi alvo de um ataque com dinamites na noite desta quinta-feira (5), mas não ficou ferido, disse um porta-voz do partido MAS (Movimento Ao Socialismo) à imprensa local. De acordo com a sigla, um grupo deixou os explosivos em frente a um escritório de campanha, em La Paz, enquanto acontecia uma reunião de dirigentes da qual Arce participava. O porta-voz do MAS, Sebastián Michel, disse que a explosão ocorreu na porta do local e que ninguém ficou ferido. A polícia investiga o caso. “Estamos muito preocupados com o que está acontecendo. Sentimos que estamos à mercê de nós mesmos, totalmente desprotegidos, e ninguém nos dá a garantia necessária para a segurança de nossa autoridade”, disse ele. Segundo o porta-voz, Arce ainda não conta com escolta oficial das forças de segurança. Ele também lamentou a existência de "grupos radicalizados" que ameaçam a propriedade e a vida das pessoas. A posse do ex-ministro da Economia de Evo Morales está marcada para domingo (8). A vitória nas eleições de outubro sinalizou um retorno à normalidade democrática quase um ano depois de o ex-presidente renunciar, pressionado por protestos populares e pelas Forças Armadas. Jeanine Añez, que se declarou presidente dois dias depois da renúncia de Evo, fez seu último pronunciamento à nação nesta quinta-feira (5). "Parto feliz por ver que o convívio democrático avançou e amadurece na Bolívia. Há divergências de ideias, visões e interesses, mas ambos os lados sabem que o caminho para resolver essas diferenças é a democracia", disse. "Parto com a alegria de saber que entrego um sistema que respeita o voto popular, a lei e a liberdade política."
Na região de Santa Cruz, reduto da direita boliviana, lideranças civis iniciaram uma greve de dois dias contra Arce. De acordo com Fernando Larach, um dos organizadores do movimento, a principal pauta dos grevistas é a exigência de uma auditoria no processo que elegeu o novo presidente. Arce venceu com mais de 55,2% dos votos, derrotando o ex-presidente Carlos Mesa, de centro-esquerda, que obteve 28,9%, e o representante da ultradireita Luis Fernando Camacho, que é de Santa Cruz e recebeu 14% dos votos. De acordo com imagens de emissoras bolivianas, havia nesta quinta alguns povoados com estradas bloqueadas com madeira, pneus e entulho. Em outros locais, porém, não houve adesão. Desde a semana passada, Santa Cruz, a cidade mais populosa da Bolívia, tornou-se palco de protestos ocasionais contra Arce, convocados por um conglomerado de grupos civis e de empresários de direita. Os manifestantes rejeitam a decisão do Congresso, controlado pelo MAS, de reduzir o quórum necessário para aprovar determinados projetos, confirmar a promoção de generais e nomear embaixadores. Os grupos de Santa Cruz ameaçam estender os protestos a La Paz, mas aliados de Arce preveem que as tensões devem diminuir até o domingo. ​"Declaramo-nos em estado de emergência para resguardar a paz, para que não haja confronto entre irmãos nos dias de transição de poder", disse Juan Carlos Huarachi, líder da Central Obrera Boliviana (COB), uma das principais centrais sindicais do país.

*”Coronavírus pautará agenda econômica no pós-eleição nos EUA”*
PAINEL S.A. - *”Presidente da câmara americana vê governo Biden com menor instabilidade”*

PAINEL S.A. - *”Mercado de móveis registra falta de estofado a puxador”*: Na turbulência da pandemia sobre a cadeia de fornecimento, a rede de móveis Etna começou, em julho, a ver dificuldade na reposição de estoques das peças de espuma e placas de fibra, mas agora o problema está no abastecimento de produtos que levam metal. A varejista prevê que a situação se normalize no primeiro trimestre de 2021, mas a segunda onda do coronavírus no exterior pode desestabilizar os negócios novamente, atrasando a projeção. "As empresas pararam e teve uma retomada brusca. Está faltando painel, vidro, aço, puxador, tudo o que se imagina de matéria-prima", afirma Candida Cervieri, diretora da Abimóvel (associação da indústria de mobiliário). Para acelerar a produção, em dezembro e janeiro, as férias coletivas não devem acontecer, diz ela.

PAINEL S.A. - *”Medida de Bolsonaro para brinquedos leva emprego à China, diz dono da Estrela”*: Carlos Tilkian, presidente da brasileira Estrela, disse que a redução do imposto sobre brinquedos importados, anunciada por Bolsonaro nesta quinta (5), vai transferir empregos do Brasil para a China. "Vamos aguardar o contato com os membros da Camex [Câmara de Comércio Exterior] para tentar entender como um pedido de uma empresa americana que produz na China pode ser mais importante do que um acordo, um contrato, do governo brasileiro com determinados setores", disse Tilkian. Segundo o empresário, o governo brasileiro não tem motivos, neste momento, para adotar uma medida que favorece a entrada de mais concorrentes importados. "Não houve aumento de preço neste ano nem falta de produto nem qualquer cenário desse tipo", afirma.

PAINEL S.A. - *”San Francisco vai taxar empresa que paga salário exagerado ao chefe”*
PAINEL S.A. - *”Secretaria de Cultura recebeu 13,6 mil cadastros para auxílio emergencial a artistas em SP”*
CIFRAS & - *”Netflix paga bem e não perdoa medianos, mostra livro do fundador”*
*”Obra vai da filosofia à economia em busca de orientações para investimentos”*

*”Eleição nos EUA leva OMC a adiar escolha de nova diretora”*
ANÁLISE - *”Biden pode fazer Trump parecer um acidente de percurso no caminho da liberação comercial”*
*”Bolsa sobe 7,4% na semana e dólar recua 6%, para R$ 5,39”*
*”'Vamos dançar com todo mundo', diz Guedes sobre eventual vitória de Biden”*

*”Inflação sobe 0,86%, maior alta para outubro desde 2002”*
*”Auxílio emergencial é reduzido e captação da poupança fica menor em outubro”*
*”PIB do Brasil em 2018 é revisado de alta de 1,3% para 1,8%”*

*”Demissões nas montadoras continuam apesar de retomada na produção”* - A produção de veículos teve alta de 7,4% entre setembro e outubro. Foram montadas 236,5 mil unidades no último mês, de acordo com os dados divulgados nesta sexta (6) pela Anfavea (associação das fabricantes instaladas no Brasil). Em relação a outubro de 2019, há queda de 18%. Os cálculos incluem carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. Mas embora passe por um momento de retomada, a produção acumula queda de 38,5% em 2020 na comparação com igual período de 2019. O resultado continua a refletir nos empregos. Foram cortadas 6.300 nas montadoras nos últimos 12 meses –4.600 ocorreram a partir do início da pandemia. O número acumulado desde outubro de 2019 representa redução de 5% nos quadros, e ainda há diversas empresas com programas de demissão voluntária abertos. Ao mesmo tempo, as fabricantes têm feito jornadas extras, com produção em dois turnos e aos sábados. Isso ocorre devido à demanda de momento e à necessidade de seguir protocolos sanitários. Há menos trabalhadores nas linhas de produção. “É muito difícil fazer um planejamento, a dúvida que se tem é se essa recuperação veio para ficar ou se estamos atendendo a uma demanda reprimida do primeiro e do segundo trimestres”, diz Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. O aumento dos custos com matéria prima e a falta de insumos como aço e compostos químicos são outros empecilhos à retomada. As fabricantes enfrentam períodos de desabastecimento, que tem interrompido as linhas de montagem. O setor de caminhões é um dos mais afetados, gerando longas filas de espera. Novas ondas de Covid-19 na Europa também despertam dúvidas sobre a retomada global dos negócios. A indústria se equilibra entre a esperança de um crescimento vultoso em 2021 e a realidade do coronavírus.
As boas notícias vêm da área de vendas. Foram comercializadas 215.044 unidades no último mês, melhor período de 2020 até agora. Houve alta de 3,5% em setembro, mas queda de 15,1% em relação a outubro de 2019. Os resultados poderiam ser melhores caso as empresas estivessem conseguindo atender às demandas das locadoras. O setor de aluguel está aquecido e as próprias montadoras começam a entrar no negócio dos carros por assinatura. Mas a impossibilidade de acelerar as linhas de montagem trava o setor. Para as fabricantes, é mais rentável atender à pessoa física neste momento, em vez de direcionar a produção aos frotistas. Os estoques continuam baixos: há 132,5 mil carros nos pátios das montadoras e das concessionárias, quantidade suficiente para atender a 18 dias de vendas. Em abril, momento crítico da pandemia, havia 237 mil veículos em estoque. “As empresas ficaram com muita matéria-prima armazenada, o que afetou o capital de giro. A indústria foi se adequando à nova demanda, mas sem exagerar na produção para não ter dinheiro empatado com estoques”, afirma Moraes. Com 34,9 mil unidades enviadas ao exterior no último mês, as exportações de veículos também registram melhora, apesar de a base de comparação ser baixa. Houve alta de 14,3% sobre setembro e de 16,4% em relação a outubro de 2019. No entanto, a queda de 34,2% no acumulado do ano representa o pior resultado para o setor desde 2002. A principal causa da retração é a crise na Argentina, principal parceiro da indústria automotiva brasileira. Em setembro, o país vizinho estabeleceu uma cota de importação para veículos, definida em 96 mil unidades até o fim deste ano. Ao mesmo tempo, as fábricas argentinas têm recebido veículos de maior valor agregado. A Volkswagen inicia agora a produção do SUV Taos em Pacheco. O modelo chega ao Brasil no primeiro semestre de 2021. A Renault passou a produzir a picape média Alaskan na fábrica de Córdoba e a Peugeot optou por montar o novo 208 em El Palomar.
MAQUINÁRIO RODOVIÁRIO MANTÉM ALTA
O setor de maquinário segue em alta, e não só pelo agronegócio. A retomada da construção civil e das obras colabora para um aumento de 7,2% na comercialização entre os meses de outubro de 2019 e de 2020. Contratações neste segmento ajudam também a reduzir o impacto das demissões. “Tivemos 1.402 demissões entre setembro e outubro, mas também tivemos 592 contratações, grande parte temporária, com prazo determinado”, diz o presidente da Anfavea.

*”Reforma tributária é mais importante agora do que autonomia do Banco Central, diz Maia”* - Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a votação do projeto que prevê autonomia do Banco Central não é urgente neste momento e tem importância menor do que a aprovação da reforma tributária. Maia participou nesta sexta-feira (6) de uma conferência de macroeconomia do Itaú. O Senado aprovou na última terça-feira (3) o projeto que estabelece mandato para o presidente e diretores do Banco Central, traz novas regras para suas demissões e confere novas atribuições à autoridade monetária. Com isso, a proposta seguiu para a Câmara. Segundo Maia, antes de avançar na discussão de autonomia do BC e no projeto que permite à autoridade monetária utilizar depósitos voluntários é preciso debater a reforma do sistema tributário do país. “Porque a tributária eu acho que tem importância para o Brasil neste momento muito maior do que a autonomia do BC”, disse. “Acho que aqui a gente não deveria estar debatendo autonomia do BC, eu não acho isso que é urgente pra hoje", complementou. “Talvez seja urgente olhando o próximo governo, olhando um risco de conflito terminal na relação do presidente com o ministro da economia, o que vai ser da próxima equipe econômica. Não vejo esse risco nos próximos seis meses.”
O projeto de lei complementar aprovado pelos senadores prevê que o BC passe a ser uma autarquia de natureza especial, não ligada a nenhum ministério. Atualmente, a autoridade monetária é uma autarquia que pertence à estrutura do Ministério da Economia. Na avaliação do deputado, é mais importante discutir a troca do recurso do abono numa política social, o déficit primário do país, como vai ser a administração da dívida e como cortar mais despesas para organizar o orçamento. Maia afirmou que se for possível votar só a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Emergencial, que traz mecanismos de ajuste fiscal, “está bom”. “Agora, se a gente for votar pautas econômicas além da Emergencial, a tributária tem que estar dentro”, afirmou o deputado, cobrando boa vontade do governo para avançar nas discussões do assunto. “Queremos organizar a pauta até o final do ano. A gente tem condição de colocar autonomia, de colocar depósito voluntário, mas nós queremos que nessa pauta esteja incluída também, pelo menos na Câmara, a reforma tributária relatada pelo deputado Aguinaldo [Ribeiro, PP-PB]”, afirmou.
Maia ressaltou ainda que a proposta de depósitos voluntários vai gerar uma pressão sobre gastos. “Porque ela vai reduzir a dívida não do país, ela vai reduzir a dívida do Tesouro”, disse. O projeto foi apresentado pelo líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE). O deputado afirmou ter medo de que, para aprovar a autonomia do BC, tenha sido chancelado um projeto que vai gerar pressão no final do ano, “exatamente porque reduziu a dívida do Tesouro, mas não reduziu a dívida do país.” “Porque se o BC vai aceitar depósito, a dívida fica para ele”, resumiu. Maia defendeu novamente que o país adote medidas para promover um crescimento sustentável maior que a média anual de 1% dos últimos anos, para que isso possa aumentar a arrecadação com o efeito de geração de riqueza, e não de elevação da carga tributária. “Até porque estados e municípios vão precisar disso. Porque estados e municípios estão em uma situação de colapso. O governo federal não tem mais dinheiro. Como faz para organizar melhor a estrutura do estado? Não vai ser aumentando a carga tributária”, disse.

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*”Santa Catarina tem avanço de Covid-19 e Florianópolis está sob risco 'gravíssimo'”* - Quando os shoppings de Santa Catarina reabriram as portas em 22 de abril e chamaram a atenção do país, o estado somava 1.115 casos confirmados de Covid-19. Agora, em um cenário de praias lotadas e relaxamento do distanciamento social em todo o estado, já são 268.644 casos até a última quinta-feira (5), com 2.007 novos casos diários nas últimas 24 horas. “Estamos atentos ao aumento de casos, mas, se a tendência é de piora ou estabilidade, veremos nas próximas semanas”, afirma Maria Cristina Willemann, epidemiologista do Centro de Operações do estado. A região de Florianópolis está sob risco potencial gravíssimo, com a cor vermelha no mapa estadual de monitoramento. A maioria das regiões está sob alerta de potencial grave (laranja), mas uma matriz de risco usada internamente pela Secretaria da Saúde indica que outras regiões podem se agravar na próxima semana. A capital é a segunda com mais casos —Joinville é a primeira e Blumenau, a terceira. Já é possível afirmar que a capital catarinense vive a chamada segunda onda da Covid-19, segundo Oscar Bruno Romero, professor de doenças infecciosas e vacinas do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Quando se observa por semanas seguidas uma diminuição de casos como ocorreu em setembro e, sem mudanças nas circunstâncias, passa a ocorrer um aumento constante, há uma segunda onda. Em um gráfico com casos, observa-se claramente as duas ondas”, diz. De acordo com o pesquisador, Florianópolis ainda não chegou ao topo desta segunda onda, mas os casos não param de crescer. Especialistas consideram que a pandemia chegou ao primeiro pico em 20 de julho, quando havia 2.157 casos. Na sexta-feira (6) eram 22.124 casos totais na capital, um aumento de 925%. A cidade chegou a ficar um mês sem novos óbitos, de 4 de maio a 5 de junho. Agora são 171 mortes no total. “Certamente o cidadão de Santa Catarina tem limites para se sustentar e sofre financeiramente. Por isso, é preciso que o poder público faça seu apelo para relembrar que nada mudou, que estamos no meio de uma pandemia e temos que manter precauções”, afirma o professor.
Nesta sexta (6), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou de uma solenidade de formatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Florianópolis. O ato desrespeitou a portaria estadual publicada em 23 de outubro que proíbe eventos sociais em regiões de risco gravíssimo, como a capital catarinense. Em regiões de risco “grave”, eventos podem ser realizados com até 30% do espaço. A Secretaria Municipal de Saúde informou que a Vigilância Sanitária abrirá um processo administrativo para verificar se os protocolos no evento com Bolsonaro “foram seguidos conforme autorizado”. A Secretaria de Estado da Saúde informou que as portarias definem critérios para realização de eventos de acordo com as regiões e que as responsabilidades sobre as fiscalizações são das vigilâncias estadual e municipal. Questionada, a Presidência da República respondeu que a PRF deveria ser procurada. A Polícia Rodoviária Federal não retornou o contato até a publicação desta reportagem. Joinville, campeã de casos no estado, tem um total de 24.934 infecções confirmadas. A prefeitura da cidade afirma que uma das razões para o número elevado é o número de testes realizados —foram feitos 100 mil testes desde o início da pandemia em uma população de 569.645 habitantes. Para comparação, Florianópolis realizou 49.303 testes —a população da cidade é de 477.798 habitantes. Mas, para o secretário de Saúde de Joinville, Jean Rodrigues da Silva, o aumento está relacionado ao relaxamento das regras. Por ora, o município não recuará da reabertura mas também não flexibilizará mais.
Segundo Silva, todas as pessoas com resultados positivos para Covid-19 precisam ficar em isolamento. Já foram multadas 113 pessoas que não respeitaram a quarentena. A multa é no valor de R$ 3.300. Blumenau, que precisou cancelar a tradicional Oktoberfest deste ano, é a terceira cidade do estado com mais casos em Santa Catarina. No ano passado o evento reuniu mais de 500 mil pessoas. São 14.859 casos confirmados na cidade. Foram realizados 65.000 testes para detectar o coronavírus —a população é de 343.715 habitantes. Segundo a prefeitura, a situação é estável e chegou a ter 100% de UTIs lotadas no período mais crítico, entre julho e agosto. Blumenau, onde um shopping reabriu com música ao vivo, chegou a ter 3.140 pacientes em tratamento. Agora, segundo a prefeitura, são mil pessoas em tratamento e uma ocupação de leitos de UTI de 23%. “A tendência dos governos é jogar no cidadão a responsabilidade pelo cuidado e decisões, mas sem a comunicação efetiva sobre os dados o cidadão não tem condição de tomar uma decisão livre sobre o que fazer. Na ausência de dados, toma as próprias decisões porque seu dever é cuidar da sua família e empresa. Se ninguém diz que estas decisões estão erradas, ele vai sofrer a consequências sem que tenha sido alertado”, afirma Romero.

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*”Puxadas por desmate, emissões do Brasil crescem 10% no primeiro ano sob Bolsonaro”*
*”Voluntários devolvem ao mar cerca de 120 baleias encalhadas na costa do Sri Lanka”*

MÔNICA BERGAMO - *”TSE entra em alerta e reforça sistemas de segurança após ataque hacker ao STJ”*
MÔNICA BERGAMO - *”Ataques de Trump reacendem discussão sobre como esvaziar discurso contra votação eletrônica no Brasil”*
MÔNICA BERGAMO - *”Mercadorias com estampas de Olavo de Carvalho entram em promoção em loja virtual de filme”*
MÔNICA BERGAMO - *”Governo de SP prevê aporte de R$ 3 bilhões em linhas de crédito turístico até 2022”*

MÔNICA BERGAMO - *”Brasileiros que já visitaram a floresta amazônica se orgulham mais dela do que os que nunca estiveram lá”*
MÔNICA BERGAMO - *”Produção de filme sobre a Lava Jato apura fake news envolvendo conteúdo do longa”*
MÔNICA BERGAMO - *”Sesc Bom Retiro exibe série de web-documentários sobre entorno do bairro”*

CAPA – Manchete principal: *”Biden vira em dois estados e fica perto da vitória”*

*”Pacotes de bondades – Em busca da reeleição, prefeitos abrem o caixa e tomam decisões populares”*

*”Russomano teve queda em 18 de 20 faixas do eleitorado”* - A queda de Celso Russomanno em relação às intenções de voto atravessa praticamente todas as fatias da população, segundo dados do último levantamento feito pelo Datafolha entre eleitores da cidade de São Paulo, divulgado na quinta-feira. O candidato do Republicanos à prefeitura de São Paulo oscilou negativamente em 18 dos 20 recortes feitos por sexo, idade, renda, escolaridade, religião e raça. As únicas duas exceções foram as fatias de eleitores entre 25 e 34 anos e dos eleitores com renda familiar de 5 a 10 salários mínimos. A principal queda foi entre os eleitores mais jovens. Russomanno caiu 11 pontos percentuais no universo de pessoas entre 16 a 24 anos. No último levantamento, no dia 20 de outubro, 20% dos eleitores mais jovens ouvidos pelo Datafolha responderam que votariam no deputado federal. Agora, apenas 11%. Nos bastidores, estrategistas de campanha atribuem a queda do candidato aos ataques dos adversários, à falta de recursos da campanha e ao tempo de televisão. Russomanno já declarou receita de R$ 1,3 milhão, contra cerca de R$ 9 milhões de Covas. Os mesmos argumentos foram apresentados por Russomanno quando largou na frente e ficou de fora do segundo turno nas campanhas à prefeitura de 2012 e 2016. O candidato do Republicanos pretende manter a associação de seu nome ao do presidente Jair Bolsonaro nos próximos dias. A campanha também credita a desidratação a ataques feitos pela campanha de Guilherme Boulos (PSOL) num episódio que envolveu uma caixa de supermercado que acusa o candidato de humilhação num programa de TV em 2006. Boulos chegou a se encontrar com a funcionária. Pesquisas internas identificaram que o episódio viralizou na periferia, onde teve grande repercussão. A queda de Russomanno entre os mais jovens foi compensada por um crescimento de sete pontos percentuais de Bruno Covas nessa faixa etária e de uma oscilação positiva de dois pontos de Boulos. O atual prefeito Bruno Covas foi o principal beneficiado da queda de Russomanno registrada pelo Datafolha. Entre os eleitores com idade entre 45 e 59 anos, por exemplo, o candidato do Republicanos perdeu cinco pontos e Covas ganhou sete.
Tatto “cristianizado”
Isolada na liderança da disputa, a campanha de Covas já analisa as pesquisas eleitorais do ponto de vista de um eventual segundo turno. A sondagem do Datafolha reforçou na equipe tucana a avaliação de que crescem as chances de Márcio França (PSB) ser o adversário do prefeito numa próxima etapa da eleição. A campanha do prefeito atribui o crescimento de Covas na disputa a seu perfil moderado e a uma aposta de não nacionalizar a eleição. A palavra de ordem na campanha, faltando nove dias para o primeiro turno, é manter a estratégia atual: prestação de contas da gestão e propostas para áreas-chave da administração. O distanciamento do governador João Doria do processo eleitoral também é apontado como um acerto. Entre os três candidatos que disputam a segunda posição nas pesquisas, Márcio França foi o único que oscilou positivamente no levantamento do Datafolha. A campanha do candidato do PSB acredita que a trajetória descendente de Russomanno será decisiva na última semana da corrida eleitoral. Por enquanto, nenhuma mudança deve ocorrer na campanha. Na semana que vem, uma das poucas novidades deve ser a participação de Ciro Gomes (PDT) na propaganda da campanha de França. A pesquisa Datafolha aumentou o temor entre lideranças petistas de São Paulo de que o candidato do partido, Jilmar Tatto, sofra uma desidratação em razão do voto útil em favor de Guilherme Boulos (PSOL) na reta final da eleição. O petista tem apenas 6% das intenções de voto na pesquisa e está em quinto lugar. Parlamentares relataram que têm sido questionados por militantes de classe média sobre uma adesão ao candidato do PSOL, que soma 14% e está tecnicamente empatado em segundo lugar. A avaliação é a de que a migração de parte dos votos de Tatto pode ocorrer naturalmente, mesmo sem nenhum movimento da cúpula partidária. A retirada de Tatto da disputa é rejeitada pela maioria das lideranças, mas não considerada impossível por parte delas.

*”Carlos Bolsonaro e Rogéria omitem Crivella de seus santinhos”*
*”Aracaju: prefeito lidera, mas gestão na saúde é alvo”*
*”Kassio Nunes Marques fica com ação sobre Flávio”*
ENTREVISTA: LILIA SCHWARCZ, antropóloga e historiadora - *”’Nossa sociedade se recusa a enxergar o racismo’”*

*”Efeito estufa – Emissões do Brasil aumentam 9,6% no primeiro ano da gestão Bolsonaro”*
*”Fator Biden – Dólar cai 6% na semana. Brasil ‘vai dançar com todos’, diz Guedes”*

 

CAPA – Manchete principal: *”Em vantagem, Biden fica perto da vitória e discursa como eleito”*

EDITORIAL DO ESTADÃO - *”Um chamado às pessoas civilizadas”*: Opresidente norte-americano, Donald Trump, não decepcionou seus mais fanáticos seguidores e fez o que prometeu há meses: contestou, nos mais rasteiros termos, a contagem de votos que indicavam a eleição de seu rival, o democrata Joe Biden, à presidência dos Estados Unidos. Em pronunciamento na Casa Branca, Trump declarou, sem apresentar qualquer dado concreto, que, se apenas os votos válidos fossem contados, ele seria declarado vencedor. Ato contínuo, exigiu a interrupção da apuração em Estados onde havia avanço da votação em Joe Biden e acusou os opositores de tentarem “roubar a eleição”. Se Donald Trump seguiu um roteiro que foi exaustivamente anunciado, algo absolutamente inusitado aconteceu: três das principais emissoras de TV dos Estados Unidos, que mostravam ao vivo o pronunciamento de Trump, interromperam a transmissão e informaram seu público que a fala do presidente estava repleta de falsidades e imprecisões. As redes sociais, por sua vez, haviam tomado providência semelhante ao longo do dia, classificando como “contestáveis” ou “incorretas” as mensagens de Trump que denunciavam fraude na eleição.
Isso mostra que há um limite concreto para a escalada do populismo niilista liderado por Trump e secundado por dedicados sabujos em várias partes do mundo, inclusive no Brasil: é o limite imposto pelo vigor dos sustentáculos da democracia – especialmente a imprensa livre, mas não só. Ao mesmo tempo, o Judiciário norte-americano, demonstrando sua independência, rejeitou, por falta de provas, diversas demandas da campanha de Trump para interromper a contagem de votos ou para contestar a lisura do pleito, enquanto muitos parlamentares republicanos, correligionários do presidente, manifestaram seu inequívoco repúdio à tentativa de Donald Trump de colocar em dúvida o processo eleitoral. A reação generalizada à farsa de Trump mostra a saúde da democracia norte-americana, apesar de tudo. Para funcionar, uma democracia depende da manutenção de uma base comum, sustentada na verdade dos fatos e nas leis aceitas por todos. É sobre essa base comum que a sociedade debate, no espaço público, as soluções para seus problemas, seja qual for a preferência ideológica ou partidária. Quando um presidente da República incita seus compatriotas a duvidar dos fatos e a desrespeitar a lei, destrói esse entendimento mínimo e ergue, em seu lugar, um mundo de absoluta desconfiança – nas instituições democráticas e entre os próprios cidadãos. Nesse mundo em que a verdade é hostilizada e a lei é para os fracos, só os delinquentes triunfam.
Por isso, é fundamental que as pessoas civilizadas, seja qual for sua preferência política, impeçam os vândalos da democracia de prevalecer, como está acontecendo nos Estados Unidos. O exemplo norte-americano nos é particularmente importante, pois neste momento o presidente Jair Bolsonaro, imitando seu mestre Donald Trump, reiterou suas dúvidas sobre o processo eleitoral brasileiro. Sem nenhuma evidência, Bolsonaro afirma que o sistema de votação nacional é suscetível a fraudes. Em meio ao vergonhoso escarcéu causado por Trump e suas denúncias infundadas de manipulação de votos, Bolsonaro informou que vai patrocinar uma proposta de emenda constitucional destinada a acabar com o sistema eletrônico de votos e substituí-lo pelo voto em papel, que ele diz ser “confiável”. Pode-se argumentar que o sistema que Bolsonaro considera mais “confiável”, o voto em papel, é justamente aquele que está sendo colocado em dúvida por Trump, mas é ocioso esperar qualquer discussão racional com quem deliberadamente estimula a irracionalidade. O fato a se tomar nota, e que deve alarmar todos, é a clara estratégia de Bolsonaro de estimular a farsa segundo a qual o sistema de votação não é confiável, alimentando um clima de suspeita permanente no País e preparando o terreno para, como Trump, desrespeitar o resultado da eleição presidencial de 2022, caso lhe seja desfavorável, alegando “fraude”. O nome disso, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil, é tentativa de golpe.

*”Bolsonaro transforma ‘live’ em horário eleitoral”* - Com mais de 600 mil visualizações nas redes sociais, o “horário eleitoral gratuito” promovido pelo presidente Jair Bolsonaro nas suas “lives” semanais pode custar caro a seus aliados. Na avaliação de especialistas consultados pelo Estadão, a propaganda presidencial utilizando seus canais oficiais e a estrutura do governo infringe a legislação e pode resultar na cassação dos que foram beneficiados. Anteontem à noite, Bolsonaro pediu voto a sete candidatos a prefeito, dez a vereador e uma aliada que concorre ao Senado, ao longo de 22 minutos da transmissão que realizou, ao vivo do Palácio da Alvorada. Entre os promovidos, Celso Russomanno e Marcelo Crivella, que concorrem às prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, e o filho Carlos Bolsonaro, que tenta a reeleição na Câmara Municipal do Rio — os três, do partido Republicanos. Adversários disseram que preparam ações por abuso de poder político. O próprio Bolsonaro foi quem chamou a live presidencial de “horário eleitoral gratuito”. O termo remete à forma oficial de divulgação de candidatos na TV e no rádio, em que cada um tem um tempo determinado de acordo com o tamanho do seu partido e sua coligação. Desta forma, para estudiosos do direito eleitoral, a utilização de uma plataforma de comunicação em que o presidente costuma fazer anúncios de atos do governo pode representar uma vantagem indevida aos candidatos aliados. “O benefício é pelo uso do bem público, o Palácio da Alvorada, possivelmente câmera de filmagem e funcionários públicos. Isso já é suficiente para haver infração”, disse Daniel Falcão, advogado e professor em Direito Eleitoral do Instituto Brasiliense de Direito Público.
A Lei das Eleições trata como conduta vedada ao agente público “ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União”. Ainda que o presidente utilize seus canais pessoais no Facebook e no Youtube nas “lives”, a professora de Direito Eleitoral Raquel Machado, da Universidade Federal do Ceará, diz que a forma como a transmissão foi feita institucionaliza a comunicação. O presidente também passou a publicar “santinhos” – imagens com foto e número da urna – dos candidatos aliados nas suas redes sociais. “Ele (Bolsonaro) está ali sendo o presidente. A legislação veda que as redes institucionais veiculem propaganda. É uma rede privada, mas o presidente está dando um caráter muito institucionalizado, e por isso seria abusivo”, disse Machado. Nas “lives”, Bolsonaro costuma estar acompanhado de ministros e auxiliares do governo. “Essa ‘live’ é como se fosse um programa Fala Presidente, com ele toda semana dando prestação de serviço. Isso gera uma situação de desigualdade entre os candidatos que não terão o mesmo espaço”, completa o professor Marcelo Weick, da Universidade Federal da Paraíba. O apoio do presidente, porém, não tem surtido efeito nas principais disputas. Como mostrou o Estadão no domingo passado, a maior parte dos candidatos ligados ao bolsonarismo nas principais cidades do País está no pé da tabela das intenções de voto ou tem escondido a figura do presidente para evitar a queda nas pesquisas.
Adversários. Candidato a prefeito em São Paulo, Orlando Silva (PCDOB) entrou ontem com representação contra Bolsonaro sob argumento de que o presidente usou “de aparato de propaganda do governo federal para fins particulares, eleitorais”. A campanha de Márcio França (PSB) disse que também avalia a medida. No Rio, a Procuradoria Regional Eleitoral solicitou apuração sobre a conduta do presidente em relação às campanhas na cidade. Procurado, o Planalto não se manifestou.

*”Voto impresso custaria R$ 2,5 bi, segundo TSE”*

*”Debate escancara briga por 2º turno em SP”* - Dois dos três candidatos que disputam uma das vagas no segundo turno das eleições municipais em São Paulo – segundo as mais recentes pesquisas de intenção de voto –, Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB), protagonizaram alguns dos poucos momentos de críticas mútuas no debate realizado ontem pela revista Veja. O prefeito e candidato à reeleição Bruno Covas (PSDB) se isolou na liderança na disputa, com 28% das intenções de voto, enquanto Boulos e França têm 14% e 13%, respectivamente, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada anteontem. Celso Russomanno (Republicanos), que tem 16%, mas em trajetória decrescente nas pesquisas, não compareceu ao debate, alegando conflito de agenda. No mesmo horário, ele foi sabatinado pelo jornal Folha de S.paulo.
Nas duas vezes em que escolheu para qual candidato iria direcionar a sua pergunta, Boulos selecionou França. Entre as farpas trocadas, o ex-governador chegou a mencionar uma controvérsia envolvendo o currículo do adversário do PSOL. “Vi aí no teu currículo a história de que você declarou que estava dando aula em uma escola em que não estava, negócio meio torto. Pensei assim: ‘Será que o (Jair) Bolsonaro leva ele para ser ministro?’ Porque o Bolsonaro tem mania de pegar uns caras que fazem uns currículos meio tortos”, disse. Boulos acusou o adversário de fazer fake news. “Sou professor, dou aulas e tenho vínculo”, afirmou. O candidato havia incluído em seu currículo Lattes uma atuação profissional na USP desde 2014, mas não havia especificado o vínculo e enquadramento funcional. Em agosto, a assessoria do candidato disse que Boulos foi bolsista da Capes de 2014 a 2016 e concluiu mestrado em Psiquiatria na Faculdade de Medicina da USP. O campo que ele havia preenchido não era destinado a bolsas estudantis, apenas a vínculos profissionais. Por causa da confusão, circulou a notícia falsa segundo a qual Boulos seria funcionário fantasma da universidade, o que foi desmentido pelas agências de checagem. Também estavam presentes no debate Arthur do Val (Patriota), Jilmar Tatto (PT) e Joice Hasselmann (PSL). O prefeito, que está isolado na liderança das pesquisas, foi alvo de todos os presentes. Os demais postulantes à Prefeitura fizeram dobradinhas entre si – quando tanto quem pergunta quanto quem responde se alinham para criticar uma terceira pessoa ou elogiar um projeto.
Temas. Boulos e Arthur discutiram sobre a situação de imóveis abandonados no centro de São Paulo. Para o candidato do Patriota, o problema é o excesso de tombamentos. Ele propôs “flexibilizar leis de tombamento para dar uso e vida para o local”. O candidato do PSOL falou em transformar esses imóveis em moradia popular. “Muitos imóveis abandonados devem mais imposto do que o valor dele próprio”, disse. A situação da população em vulnerabilidade social foi debatida por Covas, França e Joice. O ex-governador criticou o prefeito ao afirmar que o dinheiro de obras como a fonte do Anhangabaú e de reformas em calçadas poderia ser usado para dar oportunidades a pessoas que estão nas ruas, e disse que em sua gestão a Prefeitura ofereceria pousadas e hotéis. “Justiça social não se faz com utopia”, respondeu Covas. Joice criticou a gestão municipal de educação durante a pandemia. “A prefeitura tem que dar conta de levar a educação para a casa da criança se necessário”. Covas afirmou que reverteu a tendência de queda do município no Ideb e prometeu investir em turno nas escolas e contraturno em casa “com tablets com internet”.

*”Empreendedorismo enfrenta desafios na eleição de SP”*
*”Técnicos reforçam segurança do TSE após ataque hacker”*
*”Sob apagão, moradores do Amapá usam água de chuva e racionam comida”*

*”Desmatamento na Amazônia cresce 50% em outubro”* - Após três quedas consecutivas, os alertas de desmatamento da Amazônia voltaram a subir no mês de outubro. A região perdeu 836,23 km² até o dia 30, uma alta de 50,6% em relação aos alertas feitos em outubro do ano passado, de 555,26 km², de acordo com dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É o maior valor para o mês da série histórica, iniciada em 2015. O dado foi atualizado ontem no site Terrabrasilis, do Inpe, em meio à viagem do vice-presidente Hamilton Mourão com embaixadores de vários países à Amazônia, em uma tentativa de melhorar a imagem externa sobre a ação federal na região. Além da alta no desmatamento, o mês passado teve o maior número de queimadas dos últimos cinco anos. Foram 17.326 focos – ante 7.855 em outubro de 2019. A alta foi de 120%, mas vale a ressalva de que outubro do ano passado teve o menor valor do registro histórico. Mourão, que lidera o Conselho da Amazônia, criado para combater os crimes ambientais na região, vinha destacando as quedas observadas em julho, agosto e setembro deste ano – em comparação com os valores desses meses no ano passado --, como uma inversão da curva de alta até então. Esse seria, para o vice-presidente, um resultado da Operação Verde Brasil 2, que está na região desde maio. Os primeiros meses da operação ainda tinham apresentado alta nos alertas. A devastação da floresta entrou em ritmo acelerado em maio do ano passado. Por 14 meses seguidos, os valores registrados foram superiores aos observados nos mesmos meses do ano anterior. Em sete deles, o valor foi o mais alto da série histórica.
Alertas. Em julho deste ano houve a primeira queda, mas o mês ainda apresentou o segundo maior número de alertas do Deter em cinco anos. O mesmo vale para agosto e setembro. Nesses meses, no ano passado, o desmatamento tinha alcançado números bem superiores aos observados desde 2015. Em julho deste ano, por exemplo, a perda foi de 1.654,32 km², ante 2.255,33 km² em julho de 2019. Em julho de 2016, foi de 739,46 km²; em 2017, 457,53 km², e em 2018, 596,27 km². Na visão de especialistas em Amazônia, as quedas recentes ainda não são motivo para comemoração e indicam pouca efetividade da ação dos militares na região. Nesta quinta, dia 5, a Operação Verde Brasil 2 foi ampliada até abril de 2021. No agregado do ano a queda é pouco significativa. De 1.º de janeiro até 30 de outubro, o Deter indicou a devastação de 7.899 km². No mesmo período do ano passado, a perda foi de 8.425 km² – redução de apenas 6%. O maior valor dos últimos anos para esse período até então tinha sido em 2016: 5.648 km². Na viagem com os embaixadores, Mourão eximiu o governo da responsabilidade. “Chega um momento em que o caldo entorna e ele entornou no nosso momento. Os problemas não aconteceram desde 1.º de janeiro”, disse sobre o desmatamento e as queimadas na Amazônia. “Acabar com a destruição da floresta e as repercussões da política antiambiental deste governo exigirá mais do que tentar enganar embaixadores com um sobrevoo”, disse Rômulo Batista, do Greenpeace Brasil, em nota à imprensa. A nota propõe, entre outras coisas, começar por uma moratória der 5 anos do desmatamento da região, a retomada de criação das unidades de conservação e punições maiores aos crimes ambientais.

*”Inflação chega a 0,86% em outubro, maior variação para o mês desde 2002”* - Ainda pressionado pelos preços de alimentos e, desta vez, também por remarcações de eletrodomésticos e de alguns serviços, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deu um salto em outubro e alcançou a maior variação para o mês desde 2002. Segundo o IBGE, o indicador oficial de inflação chegou a 0,86%, ante 0,64% em setembro. Diante do número, o mercado voltou a ajustar para cima as estimativas para a inflação no ano – para algo entre 3% e 3,5%, ainda abaixo do centro da meta de 4% perseguida pelo Banco Central. Para os analistas, mesmo com o novo recorde, a percepção ainda é de um fenômeno temporário. Esta é a opinião de Vitor Vidal, economista da XP Investimentos, para quem a elevação recente do IPCA é um “choque temporário, por mais que seja prolongado”. Segundo João Fernandes, economista e sócio da gestora de recursos Quantitas, o número de outubro “reforça as preocupações” recentes, mas “ainda há muitos fundamentos para continuar caracterizando essa inflação como algo temporário”. Assim, completa ele, não haveria “um processo persistente de piora da inflação”.
A referência feita por Fernandes sobre o “reforço das preocupações” tem a ver com o chamado índice de difusão, que mede a proporção de itens com alta de preços diante do total monitorado. Segundo o IBGE, esse índice foi de 68% em outubro (ante 63% em setembro), o maior do ano. Os alimentos puxaram esse espalhamento, mas a continuidade do avanço da difusão na passagem de setembro para outubro sugere que o movimento foi além dos alimentos. “Foi uma difusão maior. Boa parte é nos alimentos, mas há outros componentes”, afirmou Pedro Kislanov, gerente do IPCA. Isso aparece na aceleração da inflação dos grupos vestuário (1,11%, ante 0,37% em setembro, na segunda alta seguida) e artigos de residência (1,53%, ante 1% em setembro). Os preços dos artigos de casa tiveram a segunda maior variação entre os nove grupos do IPCA. A alta de outubro foi influenciada pelos eletrodomésticos e equipamentos, com avanço de 2,38%. O espalhamento também foi visto nos serviços, com alta de 0,55% em outubro, a maior desde fevereiro. Segundo Kislanov, a alta se deveu a um movimento pontual nas passagens aéreas – alta de 39,83% em outubro –, mas incluiu serviços como manicure (que acelerou de 0,37%, em setembro, para 0,75% em outubro) e cabelereiro e barbeiro (que passou de -0,37% para 0,64%). A inflação de alimentos, ainda que tenha arrefecido (para 1,93%, ante 2,28% em setembro), respondeu por quase metade do avanço agregado do IPCA, com impacto positivo de 0,39 ponto porcentual no total.

*”Em agosto, preço do botijão foi recorde”*
*”Maia quer tributária antes de mudar BC”*

*”Sem insumo, fornecedor está parando, diz Anfavea”* - A Anfavea, associação que reúne as montadoras instaladas no País, informou ontem que a insuficiência de insumos, principalmente derivados de aço, vem provocando pequenas interrupções de produção na cadeia de suprimentos. Ao apresentar os números de outubro do setor, o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, disse que microparadas vêm acontecendo em fornecedores de peças, o que leva montadoras a dar apoio logístico para contornar o problema. “A gente tem observado microparadas no fornecedor ou no fornecedor do fornecedor, e as montadoras estão tentando mitigar esse risco”, afirmou Moraes em entrevista coletiva online. “Falta de insumo aqui e ali pode ter impacto na produção. Estamos tentando monitorar isso.” Segundo ele, pneus também estão em falta. O executivo informou ainda que as montadoras estão negociando preços do aço, na tentativa de reduzir os reajustes anunciados pelas siderúrgicas, algo que, se repassado aos preços, afetará os volumes do seto. A produção das montadoras subiu 7,4% em outubro ante setembro, no maior volume em 12 meses. No mês passado, 236,5 mil unidades – entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus – saíram das linhas de montagem, de acordo com a Anfavea.
Na comparação com outubro de 2019, contudo, a produção de veículos caiu 18%. De janeiro a outubro, a produção de 1,57 milhão de veículos significou um recuo de 38,5% ante o mesmo período de 2019. Moraes observou que, para aliviar o investimento em capital de giro, a indústria automotiva vem controlando a produção e operando com estoques “justos”: “Não dá para produzir sem ter certeza da demanda. A indústria está atendendo a demanda, mas sem exagerar na produção para não ter dinheiro empatado em estoque.” Os estoques de veículos em pátios de fábricas e concessionárias fecharam o mês passado com volume suficiente a 18 dias de venda, abaixo dos 20 dias registrados em setembro. Desagregando os números por segmento, foram fabricados 223,8 mil carros de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, uma alta de 7,2% frente a setembro. Ante outubro de 2019, houve queda de 18,5% nas linhas de montagem de carros. A produção de caminhões, de 10,9 mil unidades no mês passado, subiu 15,6% no comparativo com setembro, mas recuou 3,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Completando a estatística divulgada pela Anfavea, a produção ônibus, de 1,8 mil unidades em outubro, teve um recuo de 7,8% em relação ao número de setembro. Na comparação com outubro de 2019, a produção de coletivos caiu 31,8%.
Vendas. Com 215 mil unidades emplacadas, as vendas de veículos novos no País tiveram em outubro o maior volume do ano, com alta de 3,5% sobre setembro, até então o melhor mês de 2020. Na comparação com o mesmo período de 2019, contudo, outubro mostrou redução de 15,1% das vendas, na soma de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Os dados confirmam as informações divulgadas pela Fenabrave, entidade que representa as revendas de automóveis, na quarta-feira, 4. No acumulado de janeiro a outubro, a queda foi de 30,4%, com 1,59 milhão de veículos vendidos nos dez meses. O presidente da Anfavea disse que as montadoras estão acelerando a produção, inclusive convocando jornadas aos sábados, mas reconheceu que falta veículo para atender rapidamente os pedidos de frotistas como as locadoras, que apontam demora de até 180 dias nas entregas de automóveis. “No primeiro semestre, tinha produto e não tinha locadora comprando. Não dá para entregar 150 mil unidades de um mês para outro”, comentou. “As locadoras serão atendidas, sim, mas não na velocidade que elas gostariam.” Segundo o executivo, a abertura de novos turnos de produção nas fábricas depende de maior clareza sobre a sustentabilidade da recuperação. As montadoras exportaram 34,9 mil veículos no mês passado, 16,4% a mais que no mesmo período de 2019. Em relação a setembro, as exportações de veículos, que têm a Argentina como principal destino, avançaram 14,3%. De janeiro a outubro, porém, as vendas para o exterior tiveram queda de 34,2% ante o mesmo período de 2019.

*”Biden fica perto da vitória ao virar na Pensilvânia e já discursa como eleito”*
*”Republicanos buscam saída para Trump”*
*”Centro de apuração vira ponto de protesto”*
*”Em 2000, 36 dias até Suprema Corte decidir eleição”*

*”Com Biden, Araújo e Salles ficam sob pressão”* - Uma possível vitória de Joe Biden deve elevar a pressão por trocas na cúpula do governo de Jair Bolsonaro. Analistas de política externa consideram que o presidente deveria, em nome da construção de uma relação positiva com o democrata, substituir os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente). A dupla sintetiza hoje o alinhamento ao republicano Donald Trump e ao rebaixamento da agenda verde, que deve ser convertida em prioridade com Biden na Casa Branca. Araújo é lembrado em Washington por sua devoção a Trump, a quem se referiu como “salvador” da civilização ocidental, antes mesmo de assumir a chancelaria. Ele também é conhecido por criticar o que chama de “climatismo” e desacreditar evidências do aquecimento global. Salles, por sua vez, é associado às queimadas florestais e ao enfraquecimento de normas ambientais em prol da exploração econômica.
Uma troca nos ministérios, na visão de observadores da diplomacia internacional, poderia arejar as relações de alto nível político e sinalizar a disposição de diálogo. A avaliação é compartilhada por acadêmicos, militares e diplomatas, defensores de uma política mais pragmática e menos ideológica. Carlos Gustavo Poggio, americanista e professor de Relações Internacionais na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), afirma que caberia ao Brasil se mover e sinalizar abertura em direção a Biden, e não o contrário. Foi o governo Bolsonaro que escolheu os EUA como “aliado preferencial”. A Casa Branca enxerga o Brasil como parceiro estratégico, mas nunca colocou o País como prioridade de sua política externa. “Vejo a possibilidade de substituição do Ernesto Araújo por um ministro um pouco mais competente e experiente. Dentro do Itamaraty temos nomes bastante importantes e com capacidade para reconstruir as relações com os democratas. Vai depender de quanto o governo Bolsonaro vai deixar esse ministro trabalhar”, afirma Poggio. “Bolsonaro vai buscar moderação como fez em relação ao Congresso e ao STF. Ele é suficientemente inteligente para saber que não adianta confrontar a realidade aqui dentro e lá fora”, diz o embaixador Paulo Roberto de Almeida, ex-diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), ligado ao Ministério das Relações Exteriores. Crítico de Ernesto Araújo, ele é cauteloso em apostar numa mudança nos rumos do Itamaraty.
Valorização da China. O general de Exército da reserva Maynard de Santa Rosa, ex-secretário de Assuntos Estratégicos de Bolsonaro, prega um “repensar” da política externa, uma acomodação que, para ele, passa pela valorização de parcerias com os asiáticos, sobretudo a China. O oficial é ideologicamente alinhado com Bolsonaro. Santa Rosa pondera que o governo tentará abrir canais de diálogo, um padrão na diplomacia, e, se não funcionar, “posteriormente as circunstâncias podem levar a uma mudança, mas não de imediato”. “O Brasil pode, por conveniência própria, fazer um jogo de interesse, aproximar-se de um ou de outro. No que for negado pelo americano, podemos nos aproximar do chinês. E, quando o chinês abusar, a gente volta para o americano, como já foi feito no passado, no governo Geisel”, defende o general, ex-integrante do Alto Comando do Exército. No seu diagnóstico, é preciso ter conhecimento e jogo de cintura. “Infelizmente, a nossa diplomacia hoje não tem. Começa de cima, nosso chanceler nunca foi nem embaixador nos grandes países, não tem experiência funcional e jogo de cintura como tivemos no passado.”
Bolha. Desde o início do governo, Salles e Ernesto Araújo são identificados com os apoiadores mais conservadores e radicais de Bolsonaro. Trata-se justamente da “bolha ideológica” no Twitter. As gestões da dupla sofreram reparos de oficiais militares influentes na Esplanada dos Ministérios. Em momentos distintos, ambos foram tutelados pelos generais, chamados a assumir as rédeas de relações diplomáticas e da Amazônia. Um dos que exercem funções diplomáticas, principalmente no relacionamento bilateral com a China, é o vice-presidente, Hamilton Mourão. Ao menos no curto prazo, porém, uma mudança repentina é considerada pouco provável. Motivo: a troca, após o abatimento provocado por um revés de Trump, poderia soar como abandono a ícones de seu eleitorado mais radical, já insatisfeito com as articulações do presidente em direção ao centro político.

 

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