segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Biden já começa transição, Bolsonaro ainda não sabe como agir

 


O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, deve anunciar hoje os nomes do grupo de trabalho que darão estrutura a um plano de combate à pandemia a partir de 20 de janeiro, quando ele tomar posse. As duas metas iniciais são estabelecer um sistema nacional para testagem de casos e organizar, também nacionalmente, a cadeia de fornecedores de insumos e equipamentos. A Covid-19 não é sua única prioridade — recuperação econômica, combate ao racismo e mudanças climáticas completam a lista de temas que o novo governo deve encarar já no primeiro dia. Biden, esta semana, começará conversas com deputados e senadores para tentar influenciar na aprovação de novo auxílio emergencial, de forma a fazer dinheiro circular no país e evitar maior degradação da economia. O futuro presidente também enviará uma carta às Nações Unidas anunciando que seu governo voltará a ser signatário do Acordo de Paris, com compromissos para redução da emissão de carbono, logo que assumir. (New York Times)

Pois é... Mas há limites de ação. O governo Trump não liberou o dinheiro para que ocorra o processo de transição. O próprio presidente Donald Trump, que não fala em público desde quinta para sexta-feira, não reconhece a vitória do adversário e insiste que houve fraude eleitoral. “Se o argumento para não reconhecer a derrota é de que houve fraude”, disse ontem na TV o ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, “então mostre os indícios que você tem. Nós não podemos apoiá-lo sem provas concretas.” Christie é um dos muitos republicanos que trabalhou próximo de Trump. “Temos diferenças políticas, mas Joe Biden é um bom homem que venceu nas urnas o direito de liderar e unificar nosso país”, declarou ontem o ex-presidente republicano George W. Bush. “Liguei para ele e lhe disse o mesmo que já havia falado aos presidentes Trump e Obama: rezo por seu sucesso e prometo ajuda-lo de toda forma que puder.” (Washington Post)

Nem o presidente Jair Bolsonaro, nem o chanceler Ernesto Araújo, congratularam o presidente eleito americano por sua vitória. Na América do Sul, apenas os líderes de Brasil e Suriname não o fizeram. Mesmo aliados do presidente Donald Trump, como o israelense Benjamin Netanyahu e o húngaro Viktor Orbán, já deram os parabéns formais. (Globo)




Meio em vídeo: Há algo que a esquerda latino-americana não compreende a respeito dos EUA. Com todos seus defeitos, o país é uma inspiração democrática para muitos no mundo. Quando sua democracia se porta como uma República das Bananas, quando seu presidente atua como golpista, a notícia é ruim para todos. Assista.




Tomou posse em La Paz o novo presidente da Bolívia, Luis Arce, que venceu em primeiro turno com 55,1% do votos. Em seu discurso, ele adotou um tom conciliador, prometendo “um governo para todos”. O Brasil foi representado em La Paz pelo embaixador, enquanto Argentina, Paraguai e Colômbia mandaram seus presidentes para a posse. Exilado na Argentina, o ex-presidente Evo Morales, líder do partido de Arce, já está a caminho da Bolívia.




A Justiça Federal determinou que a empresa Isolux, dona da Companhia de Eletricidade do Amapá, restabeleça até terça-feira o fornecimento de eletricidade em todo o estado, que está parcialmente às escuras desde o dia 3. Perdendo alimentos nas geladeiras, sem água limpa e enfrentando uma temperatura média de 35 graus, os moradores ainda encaram ondas de protestos por conta do apagão. A CEA divulgou no domingo um programa de racionamento para o estado. O blecaute teria sido provocado pela explosão de um transformador em Macapá.

E o drama do Amapá faz o Centrão esticar o olho para a cadeira de Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia. Ele é da ala militar, e sua saída não era cogitada. Mas isso foi antes do apagão. (Estadão)




O fim de semana foi de articulação na centro-direita. O apresentador de TV Luciano Huck se encontrou em Curitiba com o ex-ministro Sérgio Moro para discutir uma “terceira via” diante de um cenário de polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e um nome da esquerda em 2022. João Doria, com quem Moro conversou em setembro, também estaria na aliança. Para eles, o nome de esquerda a ser batido é o de Ciro Gomes (PDT), não do ex-presidente Lula (PT), que continua inelegível. Moro, que enfrenta resistência entre os partidos do Centrão, não integraria a chapa. (Folha)

Painel: “Ainda que Luciano Huck dê sinais de que deseja construir uma ampla frente contra Jair Bolsonaro em 2022, a inclusão de Sergio Moro no grupo acaba com qualquer possibilidade de união, avaliam representantes da esquerda e da centro-esquerda. A explicação é que o ex-juiz é bolsonarista na essência, não é dissidente de fato do governo, porque saiu quando não tinha mais poder, e é inimigo pessoal de Lula e de outros personagens importantes para o bloco. Para políticos próximos a Huck, o diálogo em direção à direita é a única chance de vencer o presidente em sua tentativa de reeleição.” (Folha)




O hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) aumentou seu patrimônio em R$ 1 milhão entre 2010 e 2014, quando era deputado estadual, apenas com o esquema das “rachadinhas” na Alerj, a prática ilegal de receber parte do salário de assessores. A acusação faz pare da denúncia apresentada contra Flávio e outras 16 pessoas pelo MP do Rio. A defesa do senador diz que há “erros matemáticos” e nega a acusação. (Folha)

E o Fantástico levou ao ar uma reportagem mostrando quem é Luiza Sousa Paes, ex-assessora de Flávio que entregou ao MP as provas do esquema ilegal. Entre o material com os promotores estão extratos bancários e mensagens de texto. Numa delas, ela comenta com pai as primeiras denúncias contra o então deputado e seu ex-braço-direito Fabrício Queiroz. “Agora deu ruim”, escreveu Luiza.

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