Antipolítica sai de cena no 1º turno, marcado por teses conspiratórias

 

A direita foi deslocada em direção ao centro e a antipolítica perdeu adeptos. A esquerda ganhou fôlego importante em algumas capitais e nas Câmaras de Vereadores, mas os partidos do Centrão foram os grandes vencedores. O resultado do primeiro turno das eleições nas capitais mostra um refluxo na onda populista da direita que varreu o Brasil em 2018 com a vitória de Jair Bolsonaro. Na polarização do coronavírus, ganharam ou passaram para segundo turno em importantes capitais os postulantes que apostaram na ciência, em contraponto ao presidente, como mostra reportagem de Aiuri Rebello e Carla Jiménez, que traça um retrato das urnas. Entre as 25 capitais brasileiras onde houve eleição —a exceção foi Macapá, que teve a votação adiada devido ao apagão que atinge o Amapá há semanas—, em seis os prefeitos foram reeleitos no primeiro turno: Curitiba, Florianópolis, Palmas, Belo Horizonte, Natal e Campo Grande. Outras 19 capitais brasileiras definirão seus prefeitos e vices no segundo turno. É o caso da cidade de São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, que confirmou o segundo turno entre o prefeito e candidato à reeleição Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL). O tucano conseguiu 32,85% dos votos válidos, dando sobrevida a um enfraquecido PSDB. Covas garantiu a predileção do eleitorado paulistano ao apostar no descolamento da imagem do governador João Doria, também do PSDB, de quem foi vice. Já Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto, obteve 20,24% dos votos, atraindo parte do eleitorado de esquerda, que pela primeira vez em 32 anos não levou o PT ao segundo turno da disputa na capital paulista. O petista Jilmar Tatto terminou em sexto lugar, com 8,65% dos votos, e já declarou apoio ao PSOL no segundo turno. Já no Nordeste, o partido do ex-presidente Lula também amargurou com maus resultados no Executivo. Entretanto, conseguiu sobrevida ao garantir um segundo turno em uma cidade estratégica. No Recife, em Pernambuco, a petista Marília Arraes enfrentará o primo, João Campos (PSB), na disputa por um eleitorado tradicionalmente de centro-esquerda, uma base importante que reflete sobre outros Estados na disputa em 2022. O segundo turno das eleições acontece em 29 de novembro e contará novamente com a cobertura ao vivo do EL PAÍS. Antipolítica sai de cena nas eleições com centro-direita fortalecida e prefeitos pró-ciência reeleitos no 1º turno Pandemia elevou abstenção, mas eleitores saíram de máscara para votar em 5.567 cidades brasileiras. Atraso na divulgação dos resultados alimenta teorias conspiratórias de fraudes 6 prefeitos reeleitos e 19 disputas pelo 2º turno: os resultados nas capitais Saiba como ficou definido o Executivo das capitais brasileiras e em quais haverá segundo turno