Os líderes das 20 maiores economias do mundo assinaram nesta semana uma série de compromissos para enfrentar as crises econômica e sanitária geradas pela pandemia da covid-19. A declaração dos chefes de Estado e de Governo do G20 foi subscrita por todos os participantes do encontro, entre eles o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que, nos dois dias de debates, preferiu passear por Roma a buscar reuniões bilaterais com seus pares. Talvez o desinteresse explique por que parte do que foi firmado pelo mandatário brasileiro vai na contramão do que ele apregoa em seus discursos ou da maneira como age seu Governo desde janeiro de 2019. Afonso Benites listou cinco exemplos que constam do documento e confrontam a práxis bolsonarista, de meio ambiente a igualdade de gênero. Na cúpula do clima, em Glasgow, o compromisso firmado por mais de 100 países foi de reduzir em 30% nesta década as emissões de metano, o gás responsável por 25% do aquecimento global. Os países que assinaram esse acordo representam 70% da economia mundial e são responsáveis por quase metade das emissões antropogênicas de metano. Estados Unidos e União Europeia patrocinaram o pacto que busca limitar o aumento da temperatura mundial, contam Rafa de Miguel e Manuel Planelles, direto da Escócia. O Brasil foi um dos signatários, mas ambientalistas acreditam que nenhuma medida será implementada enquanto Bolsonaro estiver no poder. A preocupação ambiental se confunde com a necessidade de garantir uma recuperação econômica equilibrada após o impacto da pandemia de coronavírus. O Ministério de Comércio da China recomendou nesta semana às famílias que estoquem “certa quantidade de artigos de primeira necessidade, preparando-se para emergências”, em meio de uma preocupação generalizada por uma escalada incomum no preço das hortaliças e o medo de que surjam problemas de desabastecimento, relata Macarena Vidal Liy. O Governo esclareceu que o alerta decorre “da abundância de desastres naturais registrados neste ano, da flutuação dos preços das hortaliças, do fenômeno meteorológico La Niña e dos casos de covid-19 em vários pontos do país”. Por último, voltamos à União Soviética. Sobreviver a uma queda de 5.220 metros agarrada a um pedaço da fuselagem de avião não converteu a cidadã soviética Larisa Savitskaya em notícia, mas em uma testemunha incômoda. Em 1981, o voo no qual ela voltava de sua lua de mel com o marido colidiu no céu com um bombardeiro Tupolev 16K. Tinha vinte anos e foi a única sobrevivente. As autoridades soviéticas esconderam a história, conta Javier G. Cuesta. Savitskaya só soube o que tinha acontecido naquele dia trágico 10 anos depois. Quarenta anos após o acidente, um documentário, Oito minutos até o chão, aborda essa história de sobrevivência e ocultação, que no próximo ano será tema do filme Odna (Uma). | |||||
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