Errou feio quem esperava para ontem uma solução pacificando as prévias do PSDB. Após uma reunião que tomou boa parte da manhã, o partido soltou uma nota anunciando que concluirá até domingo a votação para escolha do futuro candidato ao Planalto. E mais, se os problemas no aplicativo que levaram à suspensão das prévias no domingo passado não forem resolvidos até hoje, contratará uma empresa externa. (Globo)
Em vez de acalmar, a nota esquentou os ânimos. O governador Eduardo Leite (RS), único dos candidatos presente na reunião, contestou o acordo, dizendo que “a cada dia que passa esse processo vai perdendo a sua credibilidade”. Já seus adversários, o governador de São Paulo, João Doria, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, elogiaram a decisão do partido. “Qualquer alternativa que não seja a rápida conclusão da votação é um desrespeito à vontade da maioria”, afirmou Doria. (Folha)
O governador paulista não foi à reunião, mas seus representantes jogaram pesado, como revela a Coluna do Estadão. Num dado momento, eles ameaçaram acionar a Polícia Federal para investigar a instabilidade no aplicativo de votação. (Estadão)
Enquanto isso... Embora o aplicativo usado pelo PSDB não tenha qualquer relação com o sistema de urnas eletrônicas do TSE, o presidente Jair Bolsonaro associou o fiasco tucano à falta de votos impressos. “Viu a confusão ontem? Deu uma confusão em São Paulo ontem. É o tal do voto eletrônico, aí”, disse a apoiadores. (Folha)
Malu Gaspar: “Arthur Virgílio diz que, para ele e para João Doria, o deputado Aécio Neves (MG) trabalhou para melar as prévias, para que o PSDB não tenha candidato e possa aderir à campanha de Jair Bolsonaro mais adiante. ‘O que o Aécio quer é um partido dele, com o todo o estilo de um partido do Centrão’, disse Virgílio. ‘Um partido menor, diminuído, para ganhar emendas e cargos’.” (Globo)
Meio em vídeo. Foi um desastre a votação das prévias do PSDB. Mas isso não pode servir de distração para o problema maior dos tucanos: os pré-candidatos do partido não passam dos cinco pontos nas pesquisas. Em 2018 Geraldo Alckmin já havia ficado para trás nos 5%, e ainda assim os tucanos fazem o mesmo discurso que já não atrai mais eleitores. Confira no Ponto de Partida. (YouTube)
Nas eleições de 2018 Jair Bolsonaro (sem partido) reinou sozinho nas redes sociais e aplicativos, mas tudo indica que o quadro não vai se repetir no ano que vem. Segundo pesquisa da consultoria Quaest, o ex-presidente Lula (PT) atingiu 63,9 pontos em 100 no Índice de Popularidade Digital (IPD), que analisa 152 variáveis nas principais redes. Foi uma alta de 12 pontos, ultrapassando Bolsonaro, que permanece estável em 57,9 pontos. Quem também cresceu foi o ex-ministro Sérgio Moro, que pulou para 30,7% após sua filiação ao Podemos. (Poder360)
Thomas Traumann: “O ex-presidente Lula define nas próximas semanas o primeiro núcleo da sua campanha para tentar voltar ao poder. A principal ausência do grupo é de economistas, um sinal do ex-presidente de que não pretende ter um representante que se coloque como futuro ministro da Fazenda de um eventual novo governo do PT. Entre os economistas que Lula tem ouvido estão o ex-ministro Nelson Barbosa, o professor da Unicamp, Guilherme Mello, o presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-ministro Aloizio Mercadante e o ex-prefeito Fernando Haddad.” (Veja)
O STF determinou, por unanimidade, que o governo implemente programas de renda básica mesmo durante o ano eleitoral, o que hoje é vedado por lei. Segundo o relator, ministro Gilmar Mendes, a prioridade do governo precisa ser garantir a subsistência das pessoas desassistidas. Embora a decisão seja contrária a um recurso da AGU, ela, na prática, abre caminho para a ampliação do Auxílio Brasil no ano que vem, caso os recursos para o pagamento de R$ 400 não consigam ser destravados este ano via PEC dos Precatórios. (Estadão)
Aliás... O líder do governo no Senado e relator da PEC dos Precatórios, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse que o Executivo aceitou tornar permanente o valor de R$ 400. Na proposta atual, essa quantia está prevista apenas para 2022, o que é visto como manobra eleitoreira pelos senadores. A área econômica do governo é contra, e a oposição diz que a mudança não garante a aprovação da PEC no Senado. (g1)
O ministro do STF Alexandre Moraes suspendeu ontem a quebra do sigilo telemático do presidente Jair Bolsonaro determinada pela CPI da Pandemia. Em sua decisão, o ministro argumentou que a CPI extrapolou suas atribuições e que as informações da quebra do sigilo não teriam valor investigativo, pois a comissão já encerrou seus trabalhos. (Poder360)
O Brasil foi o país que mais perdeu valores democráticos em um ano, segundo o estudo Estado Global da Democracia, publicado ontem pela International IDEA, com sede em Estocolmo. De acordo com o levantamento, o país foi marcado por ameaças às instituições democráticas e à harmonia entre os Poderes e má gestão e corrupção durante a pandemia, entre outros fatores. Pela primeira vez o documento apontou declínio dos valores democráticos nos Estados Unidos, embora o país continue classificado como “uma democracia de alto nível”. (g1)
O Cidadania expulsou ontem o deputado estadual paulista Fernando Cury, filmado apalpando — sem consentimento — o seio da colega Isa Penna (PSOL), durante sessão na Assembleia Legislativa de São Paulo. Cury cumpriu suspensão de 180 dias na Alesp e responde a processo na Justiça por importunação sexual movido por Penna. (g1)
É iminente, dependendo apenas de uma palavra de Vladimir Putin, a invasão da Ucrânia pela Rússia nos dois primeiros meses do ano que vem, segundo relatório dos serviços de inteligência dos EUA. Desde o começo deste mês, cerca de 100 mil soldados russos fazem exercícios militares nas regiões de fronteiras entre os dois países. Já Moscou acusa o Ocidente de “tocar os tambores da guerra” ao fornecer armas ao governo de Kiev. Em 2014 a Rússia já havia invadido a Ucrânia e anexado a Península da Crimeia. Hoje parte do Leste do país é controlado por separatistas de origem russa. (Folha)
Nenhum comentário:
Postar um comentário