segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Os caminhoneiros não conseguem mais carregar metade do Brasil na carreta

 

EL PAÍS

ncipal ferramenta de trabalho de Marcelo Aparecido Santos da Paz, de 36 anos, mas hoje seu veículo está parado em casa, em Santos (SP). “Está inviável trabalhar”, resume o caminhoneiro, que decidiu aderir à greve de profissionais autônomos marcada para começar nesta segunda-feira. Dos 19.000 reais que Marcelo recebeu para sua última viagem, de Santos a Recife, 12.000 ficaram no posto de combustível –o restante escorreu em custos pelo trajeto e na manutenção do veículo de trabalho. A constante alta no preço dos combustíveis e a incapacidade do Governo Jair Bolsonaro de amortizar seus impactos motivaram a paralisação de uma categoria que, hoje, tem dificuldades para escoar mais da metade (cerca de 60%) da carga transportada no Brasil, conta Felipe Betim.

O mundo concentra esforços nesta semana para o que está sendo tratado como a última tentativa de salvar o planetaA COP26, cúpula do clima promovida pela ONU, reúne 30.000 pessoas em Glasgow, na Escócia, para tentar frear o aumento de temperatura do planeta e evitar, entre outras potenciais catástrofes, que mais de 17 milhões de latino-americanos tenham de abandonar suas casas pelos efeitos da mudança climática até 2050. O G20, grupo dos países mais ricos do mundo, se comprometeu no fim de semana a limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau, mas não firmou compromissos concretos. Em relação à participação do Brasil na cúpula, o climatologista Carlos Nobre alerta que o desafio de recuperar a credibilidade do país na área "vai além da Amazônia".

O curto-circuito das cadeias de abastecimento globais irrompeu em um encontro G20 estruturado principalmente em torno da questão climática. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tomou a iniciativa de organizar, paralelamente à cúpula, uma reunião específica sobre essa questão com 14 países presentes em Roma —entre eles, vários países europeus, Índia e México, mas não China e Rússia. A Casa Branca busca promover um marco de resposta internacional à crise que prejudica a recuperação da economia depois do descalabro provocado pela pandemia, detalham Daniel Verdú e Andrea Rizzi, de Roma.

Ver muito o rosto pelo Zoom causa dismorfia, alerta a dermatologista Shadi Kourosh. Depois de entrevistar 7.000 pessoas, ela chegou à conclusão de que oito meses de uso indiscriminado de câmeras frontais distorceram a imagem que temos de nós mesmos, um efeito colateral que, em sua opinião, durará mais do que a pandemia, explica Karelia Vázquez. Da noite para o dia nos expusemos a uma lente sem conhecimentos técnicos e começamos a nos ver demasiado próximos, mal iluminados e de ângulos pouco favoráveis. Um ano depois parece lógico acreditar que somos o que a câmera nos devolveu durante todo esse tempo.

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Os caminhoneiros não conseguem mais carregar metade do Brasil na carreta
Desiludidos com o Governo Bolsonaro, motoristas responsáveis por 60% do transporte de cargas no país fazem nova paralisação contra a alta dos combustíveis. Um deles, Marcelo Paz, relata seus custos e dificuldades

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