sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Governo escondeu dados de desmatamento da COP26

 

O relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre desmatamento na Amazônia, divulgado ontem, chama a atenção por dois números. O primeiro é o resultado em si: entre agosto de 2020 e julho deste ano, a área desmatada na Amazônia chegou a 13.235 km2. É a maior extensão registrada desde 2006 (14.286 km2). O segundo é a data do relatório, 27 de outubro último, quatro dias antes da COP26, conferência da ONU que discutiu em Glasgow as mudanças climáticas. Jornalistas e entidades ambientalistas cobraram os dados, geralmente divulgados antes do evento, sem obter resposta. “O governo federal foi a Glasgow já ciente da taxa de desmatamento, mas, ainda assim, não a informou para as Nações Unidas. Preferiu falar sobre outra métrica, o Deter, que apontava uma leve redução no desmate”, diz João Paulo Capobianco, membro da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, e ex-coordenador do Plano de Prevenção e Controle ao Desmatamento da Amazônia. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, jura que só viu os dados ontem, mas, em carta aberta, servidores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, ao qual o Inpe é subordinado, afirmam que o resultado já era conhecido antes do evento. (g1)

Míriam Leitão: “O governo Bolsonaro, desde o primeiro dia, desde antes até do primeiro dia, quis desmontar toda a política de combate ao desmatamento. Desde 2005 os dados de desmatamento são divulgados antes ou durante a COP. O governo deliberadamente adiou os números, mentiu em uma conferência internacional, ao dizer que o desmatamento estava caindo, e mais uma vez provou ao mundo que é o verdadeiro inimigo da floresta.” (Globo)




Se alguém ainda tinha dúvidas do impacto da covid-19 no Brasil, pode esquecê-las. Segundo as Estatísticas do Registro Civil, divulgadas ontem pelo IBGE, 2020 foi o ano em que mais se morreu no Brasil, 1.513.575, quase 200 mil a mais que no ano anterior, um aumento de 14,9%. São o maior número e a maior variação desde 1984, quando a pesquisa começou a ser feita. O maior aumento percentual foi no Amazonas (31,9%), seguido do Pará (27,8%) e do Mato Grosso (27%). Já o Rio Grande do Sul teve, de longe, a menor variação, apenas 4%. A pandemia também ceifou mais os idosos. Em 2020, 61,6% dos óbitos foram de pessoas com mais de 65 anos. A boa notícia foi a queda acentuada na mortalidade infantil, -13,9% entre 2019 e 2020. (UOL)

Confira os números de óbitos e casos e os dados da vacinação no Brasil. (g1)

Enquanto isso... AstraZeneca anunciou ontem que seu coquetel de remédios para covid-19, o Evusheld, apresentou em testes índices de 83% de proteção contra a doença. No caso de pessoas que contraem o sars-cov-2, o Evusheld evitou o desenvolvimento de sintomas graves em 88% dos casos. O medicamento, que ainda está em fase de testes, mistura anticorpos de longa duração. (Poder360)




A pedido de deputados de oposição, o TCU abriu uma investigação para apurar denúncias de fragilidade técnica no Inep e ingerência política na elaboração do Enem. As provas começam a ser aplicadas neste domingo. (CNN Brasil)




O Senado aprovou ontem, por unanimidade, o projeto de lei que tipifica como racismo a injúria racial, hoje tratada como um crime à parte, com penas menores. Uma vez sancionada, a lei eleva para até cinco anos de prisão a pena para quem ofender outra pessoa com base em sua etnia, cor ou procedência nacional. De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), o projeto corrobora uma decisão do STF e segue agora para a Câmara. (g1)




Imagine um velociraptor sem dentes. Foi mais ou menos isso que o Museu Nacional apresentou ontem: o Berthasaura leopoldinae, cujos fósseis foram encontrados em Cruzeiro do Oeste (PR) por pesquisadores do próprio museu e da Universidade do Contestado. O dinossauro bípede de um metro de comprimento viveu num período entre 80 e 70 milhões de anos atrás e tinha, em vez de dentes, um bico semelhante ao de tartarugas. O nome foi escolhido em homenagem à cientista e ativista Bertha Lutz (1894-1976) e à imperatriz Leopoldina (1797-1826). (Galileu)

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