quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Touro de mais, bolsa de menos: mercado cai 12,9% no Brasil em 2021

 

Touro de mais, bolsa de menos: mercado de ações cai 12,9% no Brasil neste ano
Réplica do adorno de Wall Street instalada em frente à B3 teve mais ibope que ações e fundos de investimento, descolados da alta no resto do mundo
Touro de mais, bolsa de menos: mercado de ações cai 12,9% no Brasil neste ano

EL PAÍS






O Brasil passou dias demais falando de um touro exibido que chegou sem aviso prévio à calçada da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Um touro dourado de gosto duvidoso, réplica do famoso touro cartão postal de Wall Street, em Nova York. Se lá ele expressa o vigor e a força da Bolsa de Valores mais importante do mundo, no Brasil ele soou como ofensa quando pessoas estão fazendo fila para pegar um osso e não morrer de fome, escrevem Carla Jiménez e Regiane Oliveira. Assim, ele partiu carregado por um guindaste na noite de terça, com mais celebração que lamentos, a não ser o do artista plástico que o criou. Mas o emblemático touro desavisado tem mais do que um contraste estético e social com os moradores de rua que transitam pela rua da Bolsa. Tudo o que a B3 não mostrou este ano foi vigor e força nos negócios. Ao contrário. O mercado acumula queda de 12,9% este ano, o que sugere um reflexo de uma malfadada economia pós-pandemia da covid-19. Uma crise autoinfligida com a alta da inflação e, a reboque, da taxa de juros, descolou o mercado acionário do Brasil do resto do mundo.

Já a Alemanha terá um novo Governo antes do Natal, provavelmente na semana de 6 de dezembro, com o social-democrata Olaf Scholz como chanceler, relata a correspondente Elena G. Sevillano. Social-democratas, verdes e liberais apresentaram nesta terça em Berlim o acordo de coalizão que dará lugar a um Governo tripartite inédito desde os anos cinquenta do século passado. Os líderes das formações anunciaram as grandes linhas do contrato que os unirá pelos próximos quatro anos e que se baseiam na descarbonização da economia, na digitalização e modernização do país e na proteção social. Os detalhes do acordo, que inclui a distribuição dos ministérios, foram plasmados em um documento de 177 páginas.

Nos Estados Unidos, a guerra cultural vem sendo travada em uma nova frente: os conselhos escolares do ensino público, conta Antonia Laborde. São reuniões em que um punhado de moradores de um determinado bairro discutem assuntos como o salário dos professores e os serviços de limpeza. Há um ano, em diferentes cantos do país, eles se tornaram palco de protestos, às vezes violentos, liderados por pais contrários à “agenda política tóxica” que inclui o uso obrigatório de máscaras nas salas de aula, novos enfoques de equidade racial no ensino e políticas para a integração de pessoas transgênero. Vários membros dos conselhos escolares enfrentaram nos últimos meses ameaça de morte e de estupro, insultos e assédio dentro e fora das reuniões. Desde outubro são monitoradas por agentes de segurança, por ordem do Departamento de Justiça.

O mundo dá voltas. Em março do ano passado, Khaby Lame, de 21 anos, de origem senegalesa e habitante da Itália há duas décadas, perdeu o emprego em uma fábrica na cidade de Chivasso, no norte do país, e voltou para a casa dos pais, conta Lorena Pacho. Foi quando começou a postar vídeos no TikTok nos quais repetia um padrão simples: pegava outras gravações virais, geralmente disparatadas e até inúteis sobre truques para a vida cotidiana, e respondia fornecendo soluções muito mais simples. Foi o início de sua carreira como estrela da internet, em pleno confinamento e depois de uma demissão devido à pandemia. Hoje ele tem 121 milhões de seguidores no TikTok e 58 milhões no Instagram —muito acima dos oito milhões de Mark Zuckerberg, criador do Facebook.



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