Desmatamento na Amazônia é o maior em 15 anos. Governo é acusado de esconder dados |
Balanço estava pronto no final de outubro, mas só foi divulgado nesta quinta-feira, de forma discreta, após o fim da cúpula do clima COP26 |
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A Amazônia brasileira perdeu 13.235 quilômetros quadrados de árvores em um ano, de acordo com o último balanço anual, divulgado nesta quinta-feira com enorme discrição pelo Governo de Jair Bolsonaro, relata Naiara Galarraga Gortázar. A cifra indica que o desmatamento ilegal entre agosto de 2020 e julho de 2021 aumentou 22% em relação ao período anterior, quando somou 10.851 quilômetros quadrados. É a maior perda de floresta registrada nos últimos 15 anos. O balanço anual, elaborado com medições de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), é o mais esperado por todos os envolvidos na proteção e preservação da maior floresta tropical do mundo. É como uma prova final, a medida de sucesso ou de fracasso —no caso, um retumbante fracasso. Os dados foram divulgados logo após o fim da COP26, em que o Brasil se comprometeu a eliminar completamente o desmatamento até 2030. Um timing perfeito, que fez com que o Governo fosse acusado por cientistas e ONGs ambientalistas de ter ocultado as informações negativas de que já dispunha durante as negociações. A revista científica britânica British Medical Journal (BMJ) divulgou nesta semana uma nota na qual expressa suas preocupações a respeito de um estudo que ela própria publicou sobre o uso de uma dose inédita do medicamento proxalutamida num paciente com covid-19 em Brasília. O tratamento foi conduzido pelo endocrinologista Flávio Adsuara Cadegiani, sem respaldo ético e científico. A manifestação aconteceu após o EL PAÍS trazer a denúncia do caso em reportagem publicada no dia 20 de outubro. Na mesma nota, o BMJ reforça as preocupações levantadas pelo Conselho Nacional e Saúde (CNS) a respeito do experimento liderado por Cadegiani, que pode ter levado ao óbito de 200 pessoas e estaria “entre as piores violações de ética médica do Brasil”, conta Diogo Magri. A pandemia de covid-19 arrefeceu em todo o mundo, mas ainda não acabou. A Alemanha começa a sentir os efeitos de uma quarta onda do coronavírus. O ritmo dos contágios parece não diminuir: a cada dia, o recorde anterior é quebrado enquanto os hospitais sofrem com uma sobrecarga que não haviam vivenciado nem mesmo no pior momento do inverno passado. Um hospital da Baviera teve que transferir dois pacientes gravemente doentes com a doença para outros locais no norte da Itália pela falta de leitos nas UTIs. É a primeira vez que isso acontece em um país que em ondas anteriores conseguiu ajudar seus vizinhos internando pacientes estrangeiros, registra Elena G. Sevillano. A nota cultural desta edição fica com os faroestes. Ataque dos cães, filme de Jane Campion baseado em um romance de Thomas Savage —que estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira e estará em 1º de dezembro na plataforma Netflix—, confirma a nobre sobrevivência do gênero norte-americano por excelência, sempre associado à sua história, à sua conquista e às suas essências econômicas, sociais e morais. Javier Ocaña aproveita a deixa para analisar títulos fundamentais das produções até agora no século XXI. Filmes de estilos, às vezes, radicalmente opostos, mas que compartilham ressonâncias semelhantes: casa, família, conquista, violência, legado, território, fronteira. O herói não é mais o mesmo, porque não pode ser, mas o faroeste continua cavalgando. |
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