Fábrica da HeinekFábrica da Heineken ameaça o lar da mulher mais antiga das América

 

Com cerca de 1,50 m de altura, olhos arredondados e nariz largo, Luzia fez fama internacional por ser a mulher mais antiga das Américas e revolucionar a teoria de povoamento do planeta. Ela foi descoberta em 1974, durante uma missão franco-brasileira de arqueologia. Mas sua história data de pelo menos 11.000 anos atrás. Há três anos, ela, ou melhor, o crânio do seu fóssil, resistiu a um incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Agora, Luzia volta a estampar as páginas dos jornais ao lado da gigante holandesa Heineken, enquanto mobiliza a comunidade brasileira de arqueólogos, conta Queila Ariadne. A multinacional de cervejas pretende instalar uma fábrica a 800 metros de distância da Lapa Vermelha, complexo de grutas onde o fóssil foi encontrado, na cidade de Pedro Leopoldo, a 25 quilômetros de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Quem também pavimenta seu caminho para a eternidade é o líder chinês XI Jinping. Segundo uma nova resolução do Partido Comunista da China (PCC), aprovada nesta quinta-feira, Xi está oficialmente situado no mesmo nível que os dois grandes líderes do passado da República Popular: Mao Tsé-tung e Deng Xiaoping, nomes até hoje reverenciados dentro da política local. Segundo o documento, se Mao fundou a República Popular e Deng a tornou próspera, o atual mandatário em Pequim a fará forte e gloriosa, informa Macarena Vidal Liy. Além da exaltação de Xi, as novas diretrizes do partido indicam que o presidente deve ser confirmado no cargo pelo menos durante os cinco anos seguintes, até 2027. E o prazo pode se estender. Agora em um patamar que o mitifica, Xi pode ver as regras se alterarem, evitando críticas e aumentando sua hegemonia à frente da potência asiática. Estabilidade na China, tensão às portas da União Europeia (UE). Nos últimos dias, a situação se agravou na fronteira bielorrussa com a Polônia, onde centenas de migrantes estão instalados desde a segunda-feira. Varsóvia e Bruxelas acusam o regime de Aleksandr Lukashenko de orquestrar o tráfico ilegal de pessoas para pressionar o bloco comunitário, em retaliação às sanções econômicas impostas a Belarus pelas graves violações dos direitos humanos no país após os protestos contra as eleições realizadas em agosto de 2020 —cujo resultado não foi reconhecido pela UE. O EL PAÍS explica a crise. Por fim, uma reflexão sobre a obra de Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski, que nasceu há 200 anos em Moscou. Marcados pela comovente profundidade das grandes palavras, seus livros continuam ao alcance dos leitores de uma sociedade como a atual, descrente, longe da transcendência, volátil, analisa José Andrés Rojo. Têm hoje relevância os temas que um dia obcecaram o escritor russo? “Agora o homem não é ainda o que será. Haverá um homem novo, feliz e orgulhoso. Para esse homem, será igual viver ou não viver; esse será o homem novo. Aquele que conquistar a dor e o terror será, por isso mesmo, Deus”, diz um personagem de Os Demônios. Viver ou não viver, ter a coragem suficiente para tirar a própria vida, conquistar a dor: por esse terreno Dostoiévski transitava.

Uma fábrica da Heineken ameaça o lar de Luzia, a mulher mais antiga das Américas Multinacional obteve licença para construir fábrica a 800 metros de onde foi localizado fóssil que revolucionou a teoria de povoamento do planeta