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Nesta quinta-feira, com dois anos e meio de atraso, o Ministério das Comunicações e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) iniciam o maior leilão de tecnologia do Brasil, o que autorizará a exploração da frequência da internet 5G. A expectativa é que sejam arrecadados e investidos ao menos 50 bilhões de reais pelas empresas de telecomunicações que vencerem as concorrências. O leilão abrange 180 lotes divididos em quatro frequências que chegarão ao país inteiro até 2028. Mais do que uma disputa tecnológica, a concorrência tornou-se uma briga geopolítica incentivada pelos Estados Unidos. Houve por parte do Governo Jair Bolsonaro uma tentativa inicial de impedir que a chinesa Huawei fosse uma das fornecedoras de equipamentos para as telefônicas. Mas após várias negociações, o veto acabou não se concretizando totalmente. A companhia chinesa só não poderá atuar nas redes internas do Governo por não ter capital aberto no Brasil, segundo as regras do leilão, explica Afonso Benites. “Chegará um momento em que saberemos muito pouco do que acontece”. É o que alerta o espanhol Carlos Martínez de la Serna, diretor de programas do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), responsável por mapear ameaças à liberdade de imprensa na América Latina. Em entrevista ao EL PAÍS, a autoridade fez um balanço da situação dos profissionais de informação em um continente que, segundo ele, enfrenta uma “deterioração constante” desse princípio democrático. Citando líderes regionais como Jair Bolsonaro, o salvadorenho Nayib Bukele e o nicaraguense Daniel Ortega, de la Serna diz que a perseguição a profissionais da imprensa também leva esses trabalhadores ao exílio, restringindo ainda mais o trabalho jornalístico. "Bolsonaro é um político que utiliza ou incorpora como parte de sua estratégia política o ataque sistemático à imprensa, com a única intenção de criminalizar e desativar a democracia”, afirma ele. No campo científico, boas notícias. Um avanço nos estudos sobre o mal de Parkinson tem trazido novas possibilidades para o tratamento da doença. Nesta quarta-feira, a revista Nature publicou um trabalho que demonstra como os defeitos em um complexo do cérebro, necessário para a sobrevivência dos neurônios que produzem dopamina, geram uma lenta, mas contínua progressão do Parkinson. Para pesquisadores, a descoberta também identifica alvos terapêuticos para frear e até reverter a doença. “Pode gerar medicamentos que atacariam a causa da doença, não somente os sintomas”, diz José López Barneo, professor de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Sevilha. Na cultura, a literatura de língua francesa apresenta seu novo fenômeno: o escritor senegalês Mohamed Mbougar Sarr, de 31 anos. Com o romance La plus secrète mémoire des hommes (A mais secreta memória dos homens), ele venceu o prêmio Goncourt, a mais prestigiada conquista das letras francófonas. Sem esconder que tem no premiado autor chileno Roberto Bolaño (1953-2003) sua grande inspiração, Mbougar Sarr escreveu três romances que receberam os aplausos da crítica e prêmios, mas obtiveram pouca repercussão pública. Agora, o escritor mais jovem a receber o prêmio centenário desde 1976 é destaque nos principais jornais e entre conhecidos autores. “Seu domínio impressiona tanto quanto sua recusa às concessões”, analisa a também escritora Camille Laurens, parte do júri do Goncourt. |
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