A pesquisa Quaest, divulgada em primeira mão pelo Jota, indica que 54% dos brasileiros consideram que o país está piorando. É o mesmo percentual que considera o governo Bolsonaro ruim ou péssimo — o maior índice em todas as avaliações desde a primeira avaliação, em novembro de 2019. 21% consideram o governo ótimo e bom e, 23%, regular. Está crescendo a avaliação negativa por parte dos eleitores que votaram no presidente. E sua base mudou: o maior grupo de apoio está entre pessoas que ganham até 2 salários mínimos. (Jota)
Os indícios de que a queda piora após a prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz se acumulam. O Índice de Popularidade Digital, baseado em dados de Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, Google e também Wikipedia, indica que o presidente perdeu 25% de popularidade e chegou a 58,7 pontos — seu pior na série histórica. O ex-ministro Sérgio Moro chegou no sábado a 41,4 pontos. Estava com 22 na medida anterior. (Folha)
Então... As mulheres dos oficiais militares mais graduados, em seus grupos de WhatsApp, também incrementaram as críticas ao presidente. “Nem a saída do ex-juiz Sergio Moro do governo nem a postura negacionista de Bolsonaro sobre a pandemia haviam espantado essas apoiadoras”, escreve Andrea Jubé. Queiroz escondido na casa do advogado mexeu. Amplia o desgaste entre presidente e quartéis. (Valor)
Enquanto isso... O ministro Alexandre de Moraes determinou que os parlamentares não podem apagar o que publicaram nas redes sociais sobre os atos antidemocráticos. (G1)
Tem motivo a preocupação. A consultoria Novelo Data constatou que 2.015 vídeos publicados por canais bolsonaristas desapareceram da plataforma desde o início de junho. Pelo menos 37 produtores diferentes começaram a apagá-los, revela o blog Sonar. São justamente aqueles investigados pelo Supremo. (Globo)
Aliás... Segundo Thaís Oyama, o advogado Frederick Wassef — que abrigava Queiroz — chegou a planejar o sequestro do jornalista Lauro Jardim, de O Globo.
O MEC revogou a portaria assinada no último minuto pelo ex-ministro Abraham Weintraub, que acabava com cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação. O Supremo havia dado 48 horas para a Advocacia Geral da União se manifestar sobre o tema. Ministério Publico e Tribunal de Contas querem saber, por outro lado, se o Ministério das Relações Exteriores têm algo a ver com a entrada de Weintraub nos EUA, para onde se mudou às pressas após sua demissão. (G1)
Pois é... A professora Claudia Costin, da FGV e de Harvard, recusou convite para assumir o ministério. O receio do governo é que pode haver uma série de recusas por nomes qualificados, informa Basília Rodrigues. (CNN Brasil)
Leia: O anúncio público de Claudia Costin. (Twitter)
Diga-se... Paulo Guedes já afirmou que, se o Banco Mundial resistir ao nome de Weintraub para sua diretoria, ele não irá insistir. (Folha)
João Cezar de Castro Rocha, da Uerj: “Estou me dedicando a um estudo da mentalidade bolsonarista em relação a três elementos brasileiros. São elementos que tem uma força tremenda e que provavelmente podemos dizer que elegeu Bolsonaro. Em primeiro, uma tradução da Doutrina de Segurança Nacional para tempos de democracia. Todo o governo Bolsonaro é voltado para a destruição das instituições nas quais a mentalidade bolso-olavista acredita que estão os inimigos. Ou seja, as instituições da cultura, da educação, da ciência, do meio ambiente, dos direitos humanos e da cidadania. O segundo eixo é algo surpreendente. A chave interpretativa é um projeto do Exército chamado Orvil, que quer dizer livro ao inverso. Diz que de 1922 até 1989 — e você pode projetar para 2020, que é o caso da mentalidade bolsonarista —, não se passou nem um dia no qual o movimento comunista internacional não estivesse tramando uma intriga de proporções vastas para transformação de um território de dimensões continentais, o Brasil, em uma China tropical. O terceiro elemento é o que chamo de sistema de crenças Olavo de Carvalho. Porque a pergunta é uma só: como foi que essas idéias se difundiram? Difundiram-se porque desde a década de 1990 Olavo principiou uma pregação que, de uma certa forma, tornou a matriz narrativa do Orvil muito mais sofisticada. Mas, em última instância, quando você se dá conta da matriz ativista, é a mesma do Orvil: se existe comunista, ele precisa ser eliminado, porque com o comunista não se pode dialogar. Houve uma coincidência inesperada entre esse tripé e os evangélicos no Brasil. A mentalidade neopentecostal é agônica, bélica e enxerga o dia a dia como uma batalha entre o bem que se deve alcançar e o mal que nos persegue. A guerra cultural bolsonarista permitiu o êxito realmente surpreendente, pela força do bolsonarismo.” (Estadão) |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário