É somente um número, mas também significa uma lembrança de que a pandemia continua acelerando e que o mundo ainda está longe de poder controlá-la. Neste domingo foi atingida a marca de 10 milhões de contágios por covid-19 no mundo, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins, que costuma estar um pouco à frente da Organização Mundial da Saúde (OMS) ao compilar os dados diretamente dos países. A aceleração da pandemia pode ser claramente vista na América, com os Estados Unidos e o Brasil na liderança dos países que mais informam sobre novos casos por dia. “São 10 milhões, mas 10 milhões registrados”, diz Jeffrey Lazarus, epidemiologista e pesquisador do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), em conversa com o EL PAÍS. Nos Estados Unidos, onde já são quase dois milhões e meio de casos, o Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) alertou recentemente que na verdade é preciso multiplicá-los no mínimo por dez.
O Brasil, onde os testes alcançam apenas os doentes mais graves, se aproxima das 60.000 mortes e já supera 1,34 milhão de infectados. E a covid-19 segue se espalhando por lugares preocupantes, como as comunidades indígenas. Em apenas 24 horas, entre sexta e sábado, nove índios da etnia Xavante morreram com sintomas de covid-19, incluindo um bebê. Já há entre os Xavante 102 casos da doença confirmados, além de 61 suspeitos, e 21 mortos, segundo dados oficiais. O coronavírus já chegou em pelo menos quatro dos nove territórios da etnia que se distribuem ao longo de 14 municípios do Mato Grosso.
Em entrevista ao EL PAÍS, Die Welt e La Tribune de Genève, que fazem parte da Aliança de Jornais Líderes na Europa (LENA, na sigla em inglês), António Guterres, secretário-geral da ONU, afirmou que a comunidade internacional é incapaz de encontrar uma resposta comum para a pandemia. E a principal razão disso é a relação disfuncional entre as grandes potências. "As relações entre as potências mais importantes, EUA, China e Rússia, estão mais disfuncionais do que nunca. Isso faz com que seja muito difícil para a ONU agir em algumas questões-chave e encontrar um consenso para mobilizar a comunidade internacional", afirmou.
Para animar um pouco o seu começo de semana diante de tantas notícias tristes, também trazemos a história da elefanta Mara. Ela nasceu na Índia e chegou há décadas na Argentina para participar de espetáculos circenses e, depois, ser enclausurada em um zoológico. Mas a elefanta de cinco toneladas ganhou a liberdade e chegou a um santuário no Mato Grosso, depois de enfrentar uma odisseia em plena pandemia desde o país vizinho. É ali, solta e em meio à natureza, que ela deve viver o resto da vida. Dias melhores virão!
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segunda-feira, 29 de junho de 2020
Mundo chega aos 10 milhões de contagiados
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