sexta-feira, 12 de junho de 2020

"filmem lá dentro" a fala criminosa


O presidente da República, Jair Bolsonaro, pediu ontem em sua live das quintas-feiras que seus apoiadores entrem em hospitais públicos ou de campanha, procurem as UTIs, e filmem lá dentro para mostrar se de fato há tantos leitos ocupados. “Pode ser que eu esteja equivocado, mas na totalidade ou em grande parte ninguém perdeu a vida por falta de respirador ou leito de UTI”, ele afirmou. “Pode ser que tenha acontecido um caso ou outro. Seria bom você, na ponta da linha, tem um hospital de campanha aí perto de você, um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não.” Segundo a consultoria americana Kearney, em menos de 20 dias o sistema brasileiro de saúde deve se aproximar do colapso, com falta de aproximadamente 19 mil leitos de UTI. (Estadão)

Fernando Gabeira: “‘E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.’ Bolsonaro venceu as eleições citando com frequência esse versículo de João. No entanto, não se conhece na História moderna do Brasil um governo que tenha combatido a verdade em todos os níveis. Os números do desemprego, compilados pelo IBGE de acordo com métodos internacionalmente reconhecidos, foram negados. O índice de desmatamento na Amazônia obtido com ajuda de satélites foi contestado. Pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz sobre consumo de drogas no Brasil foram engavetadas. A apoteose obscurantista foi na semana que passou, com a decisão de censurar as informações sobre a pandemia de covid-19. A luta permanente contra a transparência é uma luta contra a democracia. Ao lado do armamento da população, essa luta contra a verdade é um passo decisivo rumo a um governo autoritário. Uma espontânea frente pela transparência se formou esta semana. Exatamente na semana em que as pessoas, apesar da pandemia, foram às ruas com a imensa faixa ‘todos pela democracia’. Parece vago, dizem alguns políticos. Calma, digo eu. Daqui a pouco tudo fica mais claro. Na luta comum, aparecem as respostas.” 
(Estadão)

 Lula e liberais de mercado, cada qual por seus motivos, erram ao não se juntar numa frente ampla pela democracia. Assista.



Nova pesquisa do DataPoder360 indica que 44% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo, e 28% ótimo ou bom. O grupo que considera o presidente regular está paulatinamente migrando para o conjunto dos que o rejeitam. A rejeição é maior, hoje, entre os mais instruídos — 57% dos com ensino superior. A maior aprovação corre entre os que vivem no Centro Oeste — 39%. Os brasileiros se dividem a respeito do futuro do governo. 48% defendem que Bolsonaro deve deixar o cargo antes do fim do mandato. 43% acham o contrário. (Poder 360)

Aliás... Outra pesquisa, realizada pelas sociólogas Esther Solano e Camila Rocha, conduziu entrevistas com pessoas que votaram no presidente. Ouviram três conjuntos de percepções. Uma pode ser reduzida a uma frase — ‘Deixa o homem trabalhar’. A segunda, comum a fiéis , críticos e arrependidos, é a consideração de que os filhos presidenciais atrapalham. Segundo Guilherme Amado, todos também enxergam Bolsonaro como ‘rude’ ou ‘bruto’. Para os que se mantém leais, a característica é uma qualidade. Indica autenticidade. Mas outros percebem no traço um criador de instabilidade. (Época)



O ministro Marcos Pontes só soube no dia do anúncio: sua pasta foi partida em duas e o deputado Fábio Faria, genro de Silvio Santos e próximo de Bolsonaro, também ligado ao Centrão, foi nomeado ministro das Comunicações. Comandará uma verba de R$ 2,3 bilhões e pelo menos uma decisão estratégica: a do leilão da internet 5G. Também estarão sob seu comando os Correios, cuja direção o PSD de Gilberto Kassab cobiça e que o ministro Paulo Guedes deseja privatizar. A Comunicação do governo, que com outros presidentes ficava no Planalto, também vai para Faria. (Globo)



A Assembleia Legislativa do Rio decidiu, por 69 votos a 0, iniciar processo de impeachment contra o governador Wilson Witzel. (Extra)

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