segunda-feira, 8 de junho de 2020

Governo brasileiro provoca apagão de dados da Covid-19


Em meio à disparada de mortes, o Ministério da Saúde impôs um apagão de dados. O site oficial foi republicado neste sábado, entretanto, somente com as notificações registradas nas últimas 24 horas. Não constam mais o número total de pessoas infectadas pelo vírus Sars-Cov-2 no país desde o início da pandemia, nem o acumulado de óbitos provocados pela Covid-19 no território brasileiro.

Na sexta, próximo das 21:45, mesmo horário que foi divulgada a imagem de divulgação do boletim do dia, o site do painel do Ministério da Saúde começou a demonstrar um texto de "Portal em manutenção". Seguem evidências do contrário. O aplicativo “Coronavírus - SUS” teve uma atualização concomitante com a manutenção do site. A aba "Situação" que mostrava o site foi removida na versão Android 2.0.9. Porém isso não é mencionado na lista de modificações da nova versão na Play Store. Ali consta apenas "Melhoria de desempenho". Já na versão para iPhone iOS 2.0.9  essa funcionalidade continua existindo, ainda que mostrando dados antigos. A Apple tem um processo de revisão de atualizações que demora de 24 a 48 horas. A análise foi feita por Marcelo Oliveira, engenheiro de software.

Não faltou crítica. A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) publicaram uma nota conjunto criticando a ocultação dos dados da Covid-19. Ela é publicada pelos presidentes das duas instituições, Luiz Davidovich e Ilideu de Castro Moreira, respectivamente. (O Globo)

Enquanto jornais de todo o mundo denunciaram a nova forma de informar os dados da Covid-19 no Brasil.

Na plataforma da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, que é considerada referência mundial para busca de dados sobre a doença, o Brasil teve sua contagem de números sobre a pandemia do novo coronavírus interrompida. As estatísticas, que já voltaram ao ar no site da UJH, chegaram a ser tiradas do ar. O Brasil, nesse momento, é o segundo país com o maior número de infectados. (Diário de Minas)

Em reação à decisão do Ministério da Saúde de esconder os dados totais de casos e óbitos, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) lançou na noite de ontem um painel próprio. O primeiro registro, referente aos dados contabilizados entre 12h30 de sábado e 16h30 deste domingo, apontou 1.113 novos óbitos e 30.156 novos casos confirmados.

Os principais dados de domingo, segundo levantamento exclusivo do G1 junto às secretarias estaduais de saúde, são: 36.078 mortes e 678.360 casos confirmados. Já segundo o balanço nacional do Ministério da Saúde, divulgado no sábado (6) às 21h51, o Brasil chegou a 35.930 mortes e 672.846 casos confirmados. O Ministério da Saúde divulgou dois balanços divergentes na noite de domingo. No primeiro, apontou 37.312 mortes e 685.427 casos de coronavírus. No segundo, 36.455 mortes e 691.758 casos. Questionado, o ministério não informou a razão da divergência.

Segundo o site do Ministério da Saúde, nas últimas 24h, foram 525 mortes. Antes, divulgaram 1382.

Pois é... Parlamentares da oposição e procuradores do Ministério Público Federal devem apresentar ações na Justiça contra o atraso na divulgação de dados do novo coronavírus no Brasil. O MPF já analisa o atraso e deve atuar no caso. “Pura omissão de informações, dolosa. Como na época da ditadura, com a epidemia de meningite”, avaliou uma procuradora ouvida reservadamente pelo Estadão. “Apagar os números é apagar a memória de cada um que se foi”.

Após forte reação de especialistas, políticos e integrantes do Judiciário sobre a forma de divulgação dos dados do coronavírus nos últimos dias, o governo anunciou um recuo e prometeu retomar a divulgação detalhada dos impactos da doença. (Folha)

Alguns sites seguem coletando e publicando os dados. Conheça alguns.

E as decisões envolvidas na criação das curvas e o que cada opção significa para a visualização dos números. (Nexo)



O número de mortos do coronavírus passa de 400 mil no mundo. E quase sete milhões de casos confirmados.

Os números de mortes em alguns países europeus, como Itália e Espanha, baixaram, mas a situação não é igual no resto do mundo: a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, no começo deste mês, que a América do Sul e a América Central ainda não atingiram o pico da pandemia. (G1)

A Nova Zelândia anunciou hoje que o último paciente isolado por causa do novo coronavírus teve alta e que o país não tem mais casos ativos de Covid-19.




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