A pergunta "onde está Queiroz", que mobilizou por um ano e meio os opositores da família Bolsonaro, foi respondida nesta quinta-feira: Fabrício Queiroz, investigado ao lado de Flávio Bolsonaro por um suposto esquema de confisco de salário de servidores, foi preso em Atibaia. O ex-assessor e amigo da família Bolsonaro por mais de 30 anos estava em uma propriedade do advogado do clã presidencial. A ordem de prisão, que acusa Queiroz e sua mulher de ameaçar testemunhas e embaraçar as investigações, é preventiva, sem data para expirar. Por isso, explica Afonso Benites, o principal temor do Planalto é que Queiroz decida colaborar com a Justiça. Os promotores do caso, revelou Daniel Haidar, descrevem o ex-assessor como um "operador financeiro" do primôgenito do presidente, a ponto de fazer até os pagamentos das mensalidades escolares de suas filhas. "Queiroz é a chave do passado obscuro da família Bolsonaro e enfraquece o presidente que não pode mais fugir das conexões com o ex-assessor do seu filho, Flávio Bolsonaro", analisa Carla Jiménez.
O dia foi marcado ainda por mais uma troca ministerial: Abraham Weintraub deixou o Ministério da Educação. Antes de sair do posto, no entanto, Weintraub fez mais um dos gestos controversos que marcaram seu período na pasta. Revogou uma portaria que estabelecia a política de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação nas universidades federais. A reportagem é de Joana Oliveira.
Também nesta edição, um estudo da Universidade de Granada ajuda a mapear os riscos do novo normal na pandemia do coronavírus, que deve chegar a um milhão de casos confirmados no Brasil nos próximos dias. O grupo de especialistas estimou os riscos da retomada das aulas em setembro na Espanha. Segundo os cálculos dos pesquisadores, no primeiro dia de aula cada aluno seria exposto a 74 pessoas. No segundo dia, explica Alberto Aragón, coordenador do projeto, "a interação chegaria a 808 pessoas, considerando exclusivamente as relações sem distanciamento nem máscara da própria classe e das classes de irmãos".
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sexta-feira, 19 de junho de 2020
Prisão de Queiroz fecha o cerco a Bolsonaro
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