Se na seara política os 44 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro dificilmente prosperarão em curto prazo, no campo judicial uma nova frente começa a ganhar força: dois dos oito processos que pedem a cassação da chapa do presidente e de seu vice, Hamilton Mourão, voltaram a ser julgados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta terça. Nada que deva ter desfecho rápido. Mas, como explica a reportagem de Afonso Benites, há elementos novos nesta trama que preocupam o Planalto: o algoz de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Mores, acaba de assumir uma vaga na corte eleitoral. Além disso, o procurador-geral eleitoral acaba de pedir para que as provas do inquérito das fake news, comandado por Moraes e que estará sob escrutínio nesta quarta no Supremo, seja usado nas ações contra a chapa bolsonarita. A mais robusta das ações é justamente a que acusa Bolsonaro e Mourão de terem ativado uma máquina de notícias falsas via WhatsApp na campanha presidencial.
Não foi o único revés do Governo nesta terça. O Ministério da Saúde foi obrigado a republicar os dados acumulados da covid-19 no Brasil, atendendo a ordem do mesmo Alexandre de Moraes: o Brasil registrou 1.272 óbitos pela covid-19 em 24 horas e o total de mortes foi a 38.406. Apesar dos números ainda ascendentes, a maior cidade do país vai entrar em mais uma etapa de desconfinamento. No município de São Paulo, depois das concessionárias e escritórios, agora é a vez de imobiliárias e do comércio em geral retomarem suas atividades. O anúncio, feito às vésperas do Dia dos Namorados, uma das datas mais importantes para o comércio, ocorre em um momento em que a cidade passa dos 80.000 infectados pelo coronavírus e se aproxima dos 5.000 óbitos notificados em decorrência da doença —a cidade ainda investiga outras 4.588 mortes suspeitas de terem sido provocadas pela pandemia. Para o professor de medicina Domingos Alves, o passo dado em direção ao relaxamento da quarentena acendeu um alerta vermelho. “Estamos mandando a população para o abatedouro”, afirmou à reporter Marina Rossi.
Nos Estados Unidos, a pandemia dita os contornos de uma atípica campanha presidencial. O correspondente Pablo Guimón conta como a erupção dos protestos pela morte de George Floyd, em meio a uma pandemia que causou mais de 100.000 mortes nos EUA, forçou Joe Biden a romper seu isolamento para se contrapor a um Donald Trump onipresente e de mangas arregaçadas.
Siga também nesta quarta-feira, às 11h, uma entrevista com ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) ao vivo no EL PAÍS. A conversa faz parte de uma série multiplataforma do jornal, com transmissão simultânea no site, no Facebook e no YouTube. Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Fernando Collor de Mello (Pros), atual senador por Alagoas, assim como a senadora Simone Tebet (MDB) e o filósofo Marcos Nobre já participaram da programação. Fique atento à agenda das próximas entrevistas.
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