O paulistano Paulo Lima, ou simplesmente Galo, virou um político de rua, como ele se define, que contagia seus pares em nome de direitos básicos para trabalhar. Galo faz parte de um contingente de quase 4 milhões de jovens que se equilibram numa moto ou numa bicicleta para fazer entregas, na roda da economia informal do Brasil. Cruzam a cidade para entregar comida às famílias mais ricas de estômago vazio. O contraste ficou ainda mais evidente na pandemia do coronavírus e é essa distorção que Galo denuncia. A repórter Joana Oliveira conta como o jovem de 31 anos tornou-se uma das vozes mais representativas do Brasil de 2020 ao criar e liderar o Movimento dos Entregadores Antifascistas em meio à pandemia. Na quarta, dia 1º de julho, eles farão greve para fazer notar sua importância. Um alerta para os aplicativos e para as classes mais ricas que não os enxerga.
Nos Estados Unidos, há outra guerra contra abusos de poder em curso, mas lá o alvo é o Facebook. Mais de 160 empresas, entre elas alguns dos maiores anunciantes do mundo, suspenderam publicidade na rede social em protesto pela falta de controle das informações tóxicas e dos discursos de ódio. Starbucks, Unilever, Coca-Cola, Honda e Verizon são algumas das gigantes que aderem à campanha para obrigar a empresa a agir. O valor do Facebook despencou na Bolsa.
Enquanto isso, na Europa, onde a covid-19 já matou mais de 176.000 pessoas, a Comissão Europeia quer dar início a uma lenta reabertura das fronteiras externas a partir de 1º de julho, que começará com a autorização de entrada para cidadãos e residentes de um reduzido grupo de 15 países, uma seleção que causou uma tremenda balbúrdia entre os membros da UE. EUA, Brasil, Rússia e México seguirão vetados, assim como outros 150 países. A seleção foi realizada seguindo critérios epidemiológicos. Nesta segunda, o Brasil registrou 58.314 mortos pelo coronavírus e se aproxima de 1,4 milhão de infectados.
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terça-feira, 30 de junho de 2020
Entregadores de aplicativo, essenciais no isolamento, invisíveis na vida real
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