terça-feira, 2 de junho de 2020

Movimentos suprapartidários contra Bolsonaro crescem


Três campanhas suprapartidárias pela democracia começam a ganhar volume. Até esta manhã, o movimento Estamos Juntos se aproximava das 250 mil assinaturas. Enquanto isso, viralizava nas redes a hashtag #Somos70Porcento e o Basta!, um abaixo-assinado de advogados e juristas, ganhava igualmente corpo. Seu objetivo é reunir um amplo espectro, do centro à direita, em defesa da democracia. Uma live está sendo preparada para os próximos dias. (Folha)

Porém... Uma falta de peso existirá. O ex-presidente Lula não vai assinar. “Não tenho mais idade para ser maria vai com as outras”, afirmou. “Li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe trabalhadora. Não se fala em classe trabalhadora, nos direitos perdidos.” (Estadão)

Não é só política... Lula também afirmou, segundo Mônica Bergamo, que não assina manifestos com determinadas pessoas. Referia-se aos também ex-presidentes Fernando Henrique e Michel Temer. (Folha)

Enquanto isso... Entrevistado por Tales Faria, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que não é momento ainda para o impeachment. “A gente não pode colocar mais lenha na fogueira. Da mesma forma que eu acho que essas manifestações que atacam as instituições democráticas são gravíssimas, uma decisão de impeachment precisa ser muito bem avaliada para que a gente não gere mais conflitos e mais crise política no Brasil. No momento adequado vou decidir, e não vou ficar tratando desse processo que eu sou o juiz, eu defiro ou indefiro e não devo ficar dando muita opinião sobre esse assunto, sabendo que a nossa prioridade deve ser tentar unificar esse país para ter mais força e melhores condições para enfrentar esse vírus em todos os seus aspectos.” Já são mais de 30 os pedidos de impeachment em sua mesa. (UOL)

Uma plataforma da Agência Pública para monitorar todos os pedidos de impeachment.

Celso Rocha de Barros: “As chances de sucesso de um golpe bolsonarista já foram maiores: quando tinham Moro e o lavajatismo na mão, quando tinham o dobro de aprovação popular, quando a reeleição de Trump parecia certa, quando ainda havia quem acreditasse em Paulo Guedes, quando Bolsonaro ainda não havia sido o pior governante do mundo no combate à pandemia. Mas mesmo um golpe fraco pode ser bem-sucedido se não encontrar resistência. É preciso fazer uma frente contra o autoritarismo de Bolsonaro, e, se ela for feita, ela vai vencer. Não é fácil montá-la. Será uma frente de gente que já brigou no limite de suas forças para derrotar outros membros da frente, de gente que já perdeu cargos por causa de outros membros da frente, que já foi sacaneada por outros membros da frente, que acha (em mais de um caso, com razão) que outros membros da frente são responsáveis por estarmos na situação em que estamos. O ideal é que essa seja, inclusive, uma oportunidade para conversar, para dar uma olhada no que os outros democratas estão pensando, quem sabe dali não sai algo que sirva para sua própria reflexão? Pode ser uma chance de curar ressentimentos e construir novas alianças.” (Folha)



Em meio ao debate sobre os processos no Supremo está a dúvida sobre o procurador-geral da República, Augusto Aras. O presidente Jair Bolsonaro vem insinuando a possibilidade de ele próprio se tornar ministro do STF. “Ocorre que é uma declaração unilateral. O presidente esqueceu de combinar comigo”, afirmou Aras em entrevista a Pedro Bial. Se referia ao comentário de Bolsonaro sobre esperar um ‘arquivamento natural’ do processo a respeito de intromissão na Polícia Federal. “Não sou amigo do presidente. Não temos relações de amizade. Temos relações de respeito.” Bial perguntou sobre a possibilidade de se tornar ministro. “Cheguei ao ápice da minha carreira. Não faço projeto para além de dois anos.” (G1)

Já no Supremo, o ministro Celso de Mello arquivou o pedido de partidos de oposição para que Bolsonaro e seu filho Zero Dois, Carlos, entregassem os celulares à perícia. (Globo)

Então... A comparação que Mello fez entre os Bolsonaro e a ascensão de Adolf Hitler provocou, entre governistas, uma mudança de estratégia. Vão comparar o comportamento do ministro com o de Abraham Weintraub. “O ministro Celso de Melo fez a afirmação numa rede de WhatsApp e alguém vazou sem o consentimento dele, à revelia dele. Foi exatamente o que aconteceu com os ministros na reunião ministerial. Eles achavam que era uma reunião fechada e se comportaram como um encontro reservado”, comentou um aliado do presidente a Cristiana Lobo. (G1)



A PM paulista quer fazer com que manifestações pró e contra o presidente Jair Bolsonaro ocorram em dias distintos, informa o Painel. As a favor da democracia serão aos sábados e, as bolsonaristas, aos domingos. O objetivo é evitar confrontos. (Folha)

Pois é... A princípio, ouviu Claudio Dantas, a cúpula do Exército considera que atos de violência durante as manifestações devem ser resolvidos pelas policiais estaduais. Mas não descartam a possibilidade de colocar tanques nas ruas. (Antagonista)

Na entrevista desta semana, o jornalista Bruno Torturra, fundador do Mídia Ninja, conta de sua experiência com manifestações populares, desde 2013 até suas impressões dos confrontos de domingo. Assista.

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