segunda-feira, 27 de setembro de 2021

A caçada da Prevent Senior aos 12 médicos que a transformaram em vidraça

 


Representante de 12 médicos que trabalham ou trabalharam na Prevent Senior, a advogada Bruna Morato promete “levar a verdade” à CPI da Pandemia na próxima terça-feira. Ela foi convocada para depor dias depois de os senadores ouvirem o diretor-executivo da operadora de saúde, Pedro Benedito Batista Júnior, refutar um dossiê que aponta irregularidades no tratamento de pacientes com covid-19. Morato diz ter uma série de documentos que respaldam o conteúdo do dossiê, resultado de um ano e meio reunindo as denúncias apresentadas por seus clientes e encaminhadas ao Ministério Público. Ao longo desse período, explicou ela a Felipe Betim, a Prevent Senior “caçou” os profissionais responsáveis pelas denúncias, para que sirvam de exemplo a outros médicos. “Estão sendo perseguidos, estigmatizados e desqualificados”, diz.

Histérica. Louca. Descontrolada. Bruxa. Os insultos historicamente usados para desqualificar uma mulher aludem a sua sanidade mental, a uma suposta superioridade cromossômica e hormonal dos machos, sempre em controle de si mesmos —e do mundo. Essas ofensas que persistem em pleno 2021 ecoam com maior gravidade quando repetidas a plenos pulmões em espaços políticos, como aconteceu recentemente com a senadora Simone Tebet (MDB) e a deputada Tabata Amaral (PSB). “Violências recorrentes nesses espaços de poder estão ficando mais visíveis. No caso da Tebet, houve uma tentativa de desestabilizá-la, de diminuir sua função e limitar o exercício de poder de seu cargo com linguajar de violência que são seculares”, analisa Amanda Kamanchek, gerente da Think Olga e diretora do documentário Chega de Fiu Fiu, na reportagem de Joana Oliveira.

Dezesseis anos e quatro mandatos consecutivos depois, a chanceler alemã Angela Merkel diz adeus ao cargo que a alçou a um protagonismo pouco visto nos últimos tempos. Sem alarde, como foi sua postura à frente de uma gestão multilateral até aqui, a líder global deixa um legado de mudanças, como a marcante permissão de entrada de mais de um milhão e meio de refugiados em tempos de nacionalismo xenófobo. Mudanças que devem encontrar entraves em uma Europa cada vez mais dividida e que não sabe quais lideranças estarão à frente dos desafios. Merkel viveu "crises de magnitude formidável. A do euro, da Ucrânia, dos refugiados, a pandemia... Mas as domesticou com uma arte de negociação e uma capacidade de tecer compromissos que ela aperfeiçoou ao longo dos anos", como escreve Ana Carbajosa, de Berlim. Olaf Scholz, do Partido Social-democrata (SPD), venceu neste domingo o CDU de Merkel por uma margem mínima e nesta manhã de segunda discutia uma possível coalizão com os Verdes e liberais para formar Governo.

"Você viu a minha casa? Sabe se foi levada?". São as perguntas mais frequentes que Fran Leal, conselheiro municipal encarregado de Obras em Los Llanos de Aridane, ouve ao telefone. A tarefa de Leal é ingrata: tenta com todos os esforços consertar de dia o que o vulcão de La Palma devasta durante a noite. Ele e outras autoridades da ilha varrida pela lava também devolvem perguntas, mas para geólogos e vulcanólogos: afinal, quanto tempo isso vai durar? E os especialistas, por sua vez, respondem a mesma coisa: que não sabem. Que ninguém sabe. E é assim, afundada em incerteza, que a ilha tenta se preparar para a reconstrução de tudo o que o vulcão destruiu, como casas, encanamentos, estradas e escolas, conta Antonio Jiménez Barca.


A caçada da Prevent Senior contra os 12 médicos que a tornaram vidraça
A caçada da Prevent Senior contra os 12 médicos que a tornaram vidraça
Aguardada pela CPI da Pandemia nesta terça, advogada Bruna Morato conta ao EL PAÍS como a operadora de saúde persegue profissionais há mais de um ano

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