Ex-presidente acumulou mais duas importantes vitórias judiciais, com o arquivamento de investigações contra ele
Andrea Jubé e Luísa Martins | Valor
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou a um grupo de aliados que, se sair vitorioso do embate eleitoral no ano que vem, nomeará um político para o comando da economia em seu eventual terceiro mandato.
Ontem Lula acumulou mais duas importantes vitórias judiciais, com o arquivamento de investigações contra ele na Justiça Federal em São Paulo e no Distrito Federal.
Durante a visita a Pernambuco, Lula afirmou em reuniões com aliados que diante do grave cenário de estagnação econômica e crise no setor elétrico, será necessário nomear um político, e não um economista, para conduzir o Ministério da Economia.
Nos dias 15 e 16 de agosto, Lula se reuniu em Recife com a cúpula do PSB, com lideranças regionais do PT e com deputados federais de partidos de centro que integram a aliança local, como MDB, Republicanos, Avante e o PP do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Nas conversas com essas lideranças, Lula ressaltou que o político que vier a comandar a pasta da Economia terá de se cercar dos melhores economistas. Segundo relato de um dos participantes, Lula está apreensivo com o cenário de deterioração econômica, escalada da inflação, agravado pela crise hídrica. Ele acredita que somente um político habilidoso e com amplo trânsito no Congresso seria capaz de conduzir uma agenda complexa de reformas e medidas amargas.
Esse perfil evoca o ex-ministro Antonio Palocci, político que no comando do Ministério da Fazenda entre 2003 e 2006, impôs uma austera política fiscal. Anos depois, condenado pela Lava-Jato, Palocci assinou uma delação premiada que comprometia Lula, mas o documento acabou rejeitado pela Polícia Federal e excluído pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de processo contra o ex-presidente. Procurada, a assessoria de Lula não quis comentar.
Ontem o ministro Ricardo Lewandowski do STF suspendeu duas ações penais em tramitação na Justiça Federal no Distrito Federal contra o ex-presidente, relativas a doações da Odebrecht ao Instituto Lula, inclusive de um terreno onde seria construída a nova sede da entidade.
Também ontem veio a público uma carta de próprio punho do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro retratando-se de acusações que havia feito contra Lula em delação premiada com a Lava-Jato. O desmentido levou ao arquivamento de inquérito contra o petista na Justiça Federal em São Paulo, que apurava suposto tráfico de influência internacional em favor da empreiteira.
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