As eleições na Alemanha são um dos assuntos principais desta segunda-feira, 27 de setembro, ganhando destaque em jornais influentes, como New York Times, Wall Street Journal, Washington Post. Na mídia nacional, é tema principal da Folha: Eleição acirrada na Alemanha deixa governo indefinido e ganha espaço nas capas dos principais jornais nacionais. Os outros temas nas manchetes principais vão das preocupações de empresários brasileiros com a agenda verde, a aposta do governo nas térmicas, que resultará em contas de luz mais altas por longo período e o mercado informal de trabalho no país, que continua crescendo. Estadão: Empresas querem país como protagonista da agenda verde mundial. O Globo: Nova aposta em térmicas deixará conta de luz cara por mais tempo. Valor: Informais puxam alta de trabalhadores subocupados. El País (Brasil): A caçada da Prevent Senior contra os 12 médicos que a tornaram vidraça. Atenção à entrevista do presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM) à Folha, em que aponta que o procurador-geral da República, Augusto Aras, não terá como ignorar o relatório final da comissão, apontando os crimes cometidos no governo. “Está achando que o cara vai matar isso no peito?”, diz Aziz sobre Aras engavetar relatório da CPI. O senador afirma que há “indícios fortíssimos” de busca de vantagens em negociação de vacinas. Ainda sobre a CPI, Celso Rocha de Barros escreve que os senadores têm provas fartas contra o governo. A CPI encontrou os documentos, fez a conta e descobriu o CPF dos culpados. Ele diz que há documentos e provas que a comissão da pandemia recolheu e não vão embora. “A CPI provou, com documentos, que Jair Bolsonaro se recusou a comprar as vacinas oferecidas pela Pfizer e pelo Instituto Butantan, e que só comprou metade da oferta do consórcio Covax Facility”, aponta. ELEIÇÕES 2022 Na política, outra das principais notícias está no Estadão, que denuncia o Palácio do Planalto por transformar o acesso à internet pública num palco para a publicidade do governo Bolsonaro. “Ministro das Comunicações diz em evento que objetivo é tornar internet pública, no Nordeste, fonte alternativa de informações às ‘notícias contra o presidente’”, revela. A notícia é um escândalo e precisa render uma denúncia ao Ministério Público por crime de improbidade administrativa. Segundo o jornal, quem acessa a internet banda larga nas escolas públicas da zona rural de Santa Filomena, no interior do Piauí, precisa assistir a uma propaganda de 30 segundos sobre programas sociais do governo Bolsonaro. “A peça publicitária é uma imposição aos beneficiários do Wi-fi Brasil, projeto do Conecta Brasil, um conjunto de iniciativas para promover a inclusão digital tocadas pelo Ministério das Comunicações”, reporta. O Globo lembra que o governo Bolsonaro se cerca de aliados ligados a Donald Trump. Já a Folha noticia que o governo vai antecipar a campanha eleitoral, para “comemorar” os 1 mil dias de Bolsonaro no poder, inaugurando obras e percorrendo o país. Tudo no esforço de reverter a queda de popularidade do presidente. E que, por isso mesmo, o Planalto faz parecer para se blindar de acusação eleitoral em 27 eventos pelos mil dias de Bolsonaro. Já o TSE, de acordo com o Valor, se prepara para julgar, em até um mês, a ação sobre disparos em massa. O corregedor Luis Felipe Salomão deixa o cargo no dia 29 de outubro e será substituído pelo ministro Mauro Campbell. Estadão diz que não há o que o governo comemorar, porque só Crises marcam mil dias da gestão Bolsonaro e explicam reprovação. O Globo aponta que, em média, um ministro deixou o governo Bolsonaro a cada dois meses. O jornal preparou um infográfico com um retrospecto do que foi o governo nesses mil dias. Folha aponta que o eleitorado de Bolsonaro expõe mistura que inclui até opção de voto em Lula. “Divididos entre base fiel e arrependidos, quem votou no presidente em 2018 vê Judiciário como ameaça e defende máscara obrigatória”, detalha. Segundo a matéria, a massa de eleitores de Bolsonaro no segundo turno, em 2018, expressa atualmente uma mistura ideológica que vai de alinhamento ao presidente na defesa do governo ao voto no ex-presidente Lula em 2022. Parte dos bolsonaristas se mantém fiel, e parte se arrependeu. SUPREMO Folha noticia que o Supremo ignora pedidos de investigação contra Bolsonaro por atos do 7 de Setembro. “Casos foram enviados à corte logo após manifestações, mas ainda não houve andamento; relatora é a ministra Cármen Lúcia”, informa. Mais de duas semanas se passaram desde as manifestações em Brasília e São Paulo sem que a corte responda aos requerimentos enviados por adversários do Palácio do Planalto. Situação que ocorre na esteira da chamada Declaração à Nação, nota com a qual Bolsonaro afirmou, dois dias depois dos atos, não ter tido “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. No Valor, o ministro Gilmar Mendes parece expressar o esforço do STF para passar pano para o Planalto. Bolsonaro teve choque de realidade, diz. “Decano do Supremo comentou recuo do presidente após manifestações de 7 de setembro”, reporta. “Gilmar também rebateu as críticas feitas por Bolsonaro e seus seguidores de que a Corte impede o governo de trabalhar - especialmente durante a pandemia”. Disse o ministro: “Sempre houve aqui ou acolá alguma querela, alguma incompreensão entre os Poderes. Mas nunca chegamos a esse ponto de dizer que um Poder estaria impedindo o outro de exercer as suas funções”. FAKE NEWS Folha noticia que o projeto de Bolsonaro piora combate a fake news, e texto na Câmara ignora inação das redes. Segundo especialistas, texto enviado pelo presidente impede remoção de discurso de ódio; outro projeto deixa brechas para empresas. “A moderação feita por plataformas de redes sociais é criticada tanto pelo conteúdo como pela forma”, diz a matéria. “No primeiro caso, há críticas sobre o que é mantido no ar e sobre remoções abusivas. No segundo caso, são frequentes relatos de retiradas sem notificação ao usuário ou então com justificativas genéricas”. DESEMPREGO Folha informa que a Covid revela desemprego disfarçado no Brasil, diz especialista. Categoria abarca pessoas que perderam o trabalho e acabaram em ocupações precárias. Segundo a reportagem, a pandemia escancarou gargalos no mercado de trabalho brasileiro e revelou o chamado desemprego disfarçado, que é formado por pessoas que perderam o emprego e buscaram ocupações secundárias, normalmente informais e precárias, para gerar alguma renda. Segundo tese da economista e professora da UFF Julia Braga, a modalidade acaba distorcendo a realidade nas estatísticas de desocupação. INFLAÇÃO No Tijolaço, Fernando Brito comenta os novos vilões que vão pressionar a inflação: petróleo e gás. “Os preços em alta do petróleo – US$ 74 dólares por barril, o mais alto desde o final de 2014 – e o câmbio teimando em permanecer alto começam a trazer a perspectiva real de novos aumentos nos combustíveis, prontos a suceder o aumento da energia elétrica como vilões da inflação no último trimestre do ano”, aponta. “Desde o início o mês, o preço internacional do óleo subiu 10% e os problemas dos estoques de gás e gasolina na Europa não sinalizam que isso deva arrefecer nos próximos dias”, observa. “Como subiu em dólar e o dólar soma uma alta de 3% no mês, a dupla pressão dá quase a certeza de que um novo reajuste virá com o início de outubro”. No GGN, Luís Nassif também aborda o problema da inflação, apontando Guedes como responsável pelo desastre da carestia medida em dois dígitos. “O IPCA-15 em 12 meses chegou aos 10,05%, entrando pela primeira vez na casa dos dois dígitos. É a inflação Paulo Guedes”, sentencia. 5G Na Folha, Ronaldo Lemos lembra que a chegada da internet 5G no Brasil vai chegar tarde demais. “Papel do país será mais uma vez o de consumidor, em vez de desenvolvedor”, lamenta. “Seu cronograma de implantação começa em 2022, mas só terminará de chegar ao interior do país em 2028. Detalhe: 2028 é o ano em que o mundo começará a implementar a tecnologia do 6G, que substituirá a atual. Em outras palavras, perdemos de novo o bonde da história” BRASIL NA GRINGA Washington Post noticia nesta segunda-feira que apoiadores do Bolsonaro pedem uma tomada militar do Brasil. “Por que eles agitam a bandeira americana?”, questiona a reportagem. “Nos últimos meses, à medida que o Brasil se tornou cada vez mais polarizado por Bolsonaro, culpado por muitos brasileiros pela resposta desastrosa do país ao coronavírus, uma iconografia americana aberta tornou-se um acessório cada vez mais comum entre os apoiadores da linha dura que se uniram em sua defesa”, escrevem os correspondentes Gabriela Sá Pessoa e Terrence McCoy. “Em manifestações de extrema direita em todo o país, onde muitos pediram que a suprema corte e os legisladores da oposição fossem presos, a bandeira americana se tornou um grampo”. A agência Reuters noticiou no domingo que um quarto membro da delegação do Brasil na ONU teste positivo para Covid-19. “Pedro Guimarães, membro da delegação do presidente Jair Bolsonaro às Nações Unidas, teve teste positivo para Covid-19, disse o próprio CEO da Caixa Econômica Federal em uma de suas contas de mídia social”. O inglês The Guardian noticia que centenas de milhares de pessoas em 99 países participaram de uma greve climática global coordenada, exigindo ações urgentes para enfrentar a crise ecológica. A greve de sexta-feira, a primeira ação climática mundial desde a pandemia do coronavírus, está ocorrendo semanas antes da cúpula climática Cop26 em Glasgow, no Reino Unido. Na Alemanha, dois dias antes das eleições gerais do país, Greta Thunberg disse a uma multidão de mais de 100.000 pessoas que “nenhum partido político” estava fazendo o suficiente. INTERNACIONAL New York Times destaca em manchete de primeira página que as eleições na Alemanha revelam um impasse por conta do resultado apertado. O jornal avalia que o pleito mosra uma política confusa e liderança mais fraca depois da saída de Angela Merkel. “Os resultados preliminares indicaram um resultado tão apertado que poderia levar meses de negociações para formar um novo governo em um momento crítico para a Europa”, relata. O Washington Post fala do “vácuo de poder assustador” na Alemanha, mesmo com os sociais-democratas alemães derrotando por pouco o partido de Angela Merkel, de acordo com resultados preliminares. Wall Street Journal aponta na manchete que esquerdistas moderados vencem por pouco na Alemanha, enfrenta incertezas, já que a vitória estreita de domingo nas eleições nacionais deixou em aberto a forma e a agenda do próximo governo e oferece pouca clareza sobre quem sucederá Merkel. O inglês The Times especula que depois de Merkel, a responsabilidade recai sobre Macron em hastear a bandeira da “autonomia estratégica” europeia. “A França do presidente Macron deve assumir a presidência da UE no próximo ano”, lembra. O jornal diz que a saída da chanceler deixará Macron como o líder mais influente da Europa, mas meses de incerteza enquanto um novo governo alemão é formado, juntamente com a própria campanha do presidente francês pela reeleição em abril, podem tornar difícil para ele tirar o máximo proveito. NYT destaca ainda na primeira página como a China planeja evitar uma crise financeira de Evergrande. “O controle do sistema bancário dá a Pequim as ferramentas para impedir um colapso mais amplo, acreditam as autoridades, enquanto a censura e os poderes da polícia podem sufocar os protestos”, resume. Nas manchetes dos jornais ingleses, a crise do petróleo. Mídia relata que o Exército poderá ser usado para entregar combustível em postos de gasolina. O Guardian diz que centenas de soldados podem ser chamados após o pânico de compras em todo o país. The Times dá o mesmo destaque: Exército será enviado para enfrentar a crise de combustível. A BP apontou que um terço de seus postos ficou sem os dois tipos principais de combustível. Há preocupações de que o Reino Unido possa estar caminhando para um “inverno de descontentamento”, com prateleiras possivelmente vazias. |
AS MANCHETES DO DIA |
Folha: Eleição acirrada na Alemanha deixa governo indefinido Estadão: Empresas querem país como protagonista da agenda verde mundial O Globo: Nova aposta em térmicas deixará conta de luz cara por mais tempo Valor: Informais puxam alta de trabalhadores subocupados El País (Brasil): A caçada da Prevent Senior contra os 12 médicos que a tornaram vidraça BBC Brasil: Por que últimos dias de setembro são decisivos para futuro da pandemia no Brasil UOL: Negros têm mais risco de morrer de covid mesmo na classe alta, diz estudo G1: ‘Morrer de sede deve ser desesperador’, diz filha de brasileira morta no deserto dos EUA R7: Abono salarial terá orçamento previsto em R$ 21 bilhões para 2022 após mudança no cronograma Luís Nassif: Fator Paulo Guedes faz IPCA-15 na casa dos 2 dígitos Tijolaço: Petróleo e gás podem suceder eletricidade como fonte de inflação Brasil 247: Diretor do jornal Valor, da Globo, defende a prisão de José de Abreu por RT sobre Tábata Amaral DCM: Governo expõe propaganda de Bolsonaro a quem acessa internet pública Rede Brasil Atual: Especialista aponta risco de apagão no Sudeste em outubro Brasil de Fato: Eleição alemã termina sem vencedor claro Ópera Mundi: Eleição alemã termina com SPD na frente, mas sem definição de novo governo Vi o Mundo: Bacelar: Como o desmonte da Petrobras está pesando no bolso do brasileiro Fórum: Ex-juíza de Haia diz que “há prova abundante” contra Bolsonaro Poder 360: PT e oposição usam semana para organizar ato anti-Bolsonaro em 2 de outubro New York Times: Nenhum vencedor claro no voto alemão para o chanceler Washington Post: Vácuo de poder se eleva na Alemanha WSJ: Esquerdistas moderados vencem por pouco na Alemanha Financial Times: Governo planeja reduzir o nível salarial no qual os graduados começam a pagar os empréstimos The Guardian: Crise do Petróleo: Primeiro ministro decidirá sobre o uso do exército para entregar combustível The Times: Exército será enviado para enfrentar a crise de combustível Le Monde: Imobiliário: o grande retorno às pequenas cidades Libération: Eleições alemãs. Os feixes de onda El País: Os social-democratas avançam sobre conservadores em disputa acirrada El Mundo: O vulcão Cumbre Vieja emite lava e fumaça novamente depois de duas horas parado Clarín: Cresce a pressão de Máximo sobre Guzmán para fazer mudanças no orçamento Página 12: Torres como cogumelos Diário de Notícias: Moedas vence em Lisboa Público: Autárquicas abalam PS e animam PSD Frankfurter Allgemeine Zeitung: SPD e CDU reivindicam chancelaria Süddeutsche Zeitung: CDU. Uma auto-ilusão única Moskovskij Komsomolets: Scholz, vencedor das eleições na Alemanha, falou sobre o "Nord Stream-2" The Moscow Times: Na Transnístria Separatista, o xerife manda nos tiros Global Times: A Big Tech chinesa promete apoiar as PMEs na principal cúpula da Internet Diário do Povo: Xi envia carta de congratulações à Cúpula Wuzhen da Conferência Mundial da Internet de 2021 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário