sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Ministério da Economia se une aos esforços do Governo para “passar a boiada”

 



O Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, solicitou que seu par do Meio Ambiente avalie sugestões para afrouxar as regras de licenciamento ambiental e alterar a identificação do bioma amazônico em áreas onde também houver cerrado. A medida tem como objetivo final anistiar o desmatamento ilegal e permitir que, ao invés de se manter uma reserva legal de 80% de cada propriedade da Amazônia, reduza-se para uma área de proteção de 35% de cada imóvel rural, como ocorre no cerrado. Entre ambientalistas, a proposta é caracterizada como uma das maiores “boiadas ambientais”, em referência ao termo usado pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles em uma reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro, como explica Afonso Benites, de Brasília.

"Se está tudo caro, a culpa é de Bolsonaro”, gritaram em frente aos painéis da Bolsa de Valores de São Paulo nesta quinta-feira membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O grupo de cerca de 1.000 pessoas invadiu a sede da B3, no centro da capital, para protestar não apenas contra o Governo, mas contra a inatividade do mercado diante dos problemas socioeconômicos do Brasil.“É inaceitável que o Brasil volte para o mapa da fome desta forma, enquanto tantos outros lucram", disse a Lucas Bertí um dos dirigentes do movimento. O ato durou pouco (não mais que uma hora), mas deixou suas mensagem e imagens.

Do outro lado do mundo, na Tunísia, paira a suspeita de golpe após o presidente do país, Kais Saied, dizer à nação africana que passará a governar por decretos. O Parlamento tunisiano foi suspenso pelo próprio mandatário, no que a oposição e parte da opinião pública já entendem com um golpe em curso. Segundo Selim Kharrat, membro da ONG tunisiana Al Bawsala, as novas medidas também devem impactar a popularidade do presidente, ainda que ela siga inabalada num primeiro momento: “quando as pessoas perceberem que a situação econômica não melhora, as coisas vão mudar".

E, afinal, de quem é a terra criada pelo vulcão de La Palma? Para além das importantes implicações sociais e ambientais que têm alarmado os habitantes e mudado o aspecto da ilha, especialistas levantam o debate sobre o que acontece com a propriedade da terra por onde o magma avança, contam Clemente Álvarez e José María Brunet. De acordo com Luis Somoza, diretor-adjunto do IGME, a zona econômica exclusiva (ZEE) que define os direitos de exploração e uso dos recursos marinhos pode ser alterada, por exemplo. “Este é considerado um crescimento natural, é apenas uma hipótese simples, mas já aconteceu antes no Japão e na China”. 


Ministério da Economia se une aos esforços para “passar a boiada”
Ministério da Economia se une aos esforços para “passar a boiada”
Pasta comandada por Paulo Guedes pressiona o Ibama a afrouxar uma série de normas de proteção ambiental sob o argumento de facilitar negócios

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