terça-feira, 21 de setembro de 2021

Um Bolsonaro menos estridente na ONU, mas com o mesmo comportamento


Um discurso menos estridente do que o habitual é esperado de Jair Bolsonaro na abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira. Isolado da arena internacional, o presidente pretende falar sobre meio ambiente, turismo, agronegócio e ações de sua gestão no combate à pandemia de coronavírus. No entanto, por mais equilibrada que seja sua promessa de fala, ela dificilmente terá o poder de apagar as desventuras do presidente brasileiro por Nova York nos últimos dias. Por não ter se vacinado até agora contra a covid-19, Bolsonaro não pôde frequentar lugares fechados. Comeu pizza com assessores na rua e levou uma churrascaria brasileira a improvisar um puxadinho para que ele pudesse frequentá-la. Entre outros constrangimentos, registra Felipe Betim, Bolsonaro foi aconselhado pelo primeiro-ministro britânico a tomar doses da AstraZeneca e levou um puxão de orelha público do prefeito de Nova York.

Enquanto o presidente brasileiro era obrigado a fazer suas refeições na rua, o Governo Joe Biden anunciou que os EUA vão suspender em novembro as restrições aos viajantes que já estiverem totalmente vacinados contra o coronavírus. A decisão beneficia o Brasil, entre outros países, detalha Antonia Laborde, de Washington. A nova medida encerrará entraves estabelecidos há 18 meses, determinando que quarentenas não serão mais necessárias entre aqueles que comprovarem esquema vacinal completo —os viajantes terão, contudo, que apresentar teste de covid-19 negativo feito nos três dias anteriores à viagem. A Casa Branca não informou quais vacinas serão aceitas nesta nova etapa.

Os mercados mundiais olham com terror para a gigante da construção chinesa Evergrande. A crise de liquidez de uma das principais imobiliárias da China —que é também e a incorporadora mais endividada do mundo—, está se agravando rapidamente. Acumulando débitos no valor de mais de 300 bilhões de dólares (cerca de 1,61 trilhão de reais), a companhia causou um colapso em bolsas asiáticas por não deixar claro se terá capacidade de arcar com pagamentos de juros milionários sem a intervenção do Governo chinês. Fundada em 1996, a Evergrande é um símbolo dos excessos da bolha imobiliária do gigante asiático e cresceu de modo descontrolado durante a bonança do início do milênio, conta Macarena Vidal Liy.

A jovem Cunhaporanga Tatuyo, de 22 anos, usou uma estratégia diferente para superar a marca de 6 milhões de seguidores no TikTok: falar do seu cotidiano nas profundezas verdes da Amazônia. Sucesso entre pessoas do mundo todo, a indígena se tornou um fenômeno na plataforma de vídeos quebrando estereótipos sobre a vida na mata, revelando os detalhes de sua cultura e, também, denunciando os riscos sofridos pelo seu povo. E ela não está sozinha. Como conta a reportagem de Naiara Galarraga Gortázar, o Brasil testemunha cada vez mais indígenas que encontraram nas redes sociais o ecossistema perfeito para mostrar e defender sua causa.


Bolsonaro na ONU: novo discurso, mesmo comportamento
Bolsonaro na ONU: novo discurso, mesmo comportamento
Presidente abrirá Assembleia Geral reafirmando compromisso com Amazônia, mas, sem vacina, coleciona constrangimentos em NY

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