O Ministério da Saúde bagunçou mais uma vez a campanha de vacinação contra a covid-19. Pressionado pela falta de imunizantes para a segunda dose em alguns Estados, como São Paulo, o ministro Marcelo Queiroga decidiu nesta quinta-feira voltar atrás instrução sobre a imunização de jovens de 12 a 17 anos, autorizada no Brasil apenas com a vacina da Pfizer. O ministro indica agora a aplicação apenas naqueles que tenham algum tipo de comorbidades ou estejam em privação de liberdade. A determinação se estende inclusive para quem já tomou a primeira dose. Sem grandes explicações e contrariando a recomendação de muitos especialistas, Queiroga criticou os Estados por estarem levando a cabo uma campanha de forma “intempestiva”, e ouviu de governadores que a vacinação em adolescentes seguirá, como escreve o repórter Felipe Betim. A política argentina está paralisada por um motivo incomum: uma disputa de poder entre o presidente Alberto Fernández e sua vice, Cristina Kirchner, conta Federico Rivas Molina. O estranhamento entre as duas lideranças vem na esteira de uma dura derrota eleitoral para o Governo no último domingo, nas primárias legislativas. Diante do golpe nas urnas, Fernández viu vários ministros aliados de Cristina deixarem o Gabinete, forçando uma possível reformulação. É onde mora o problema. Enquanto a ala kirchnerista tenta ditar as regras do jogo, buscando maior influência no Governo com uma reforma ministerial, Fernández diz que "a gestão continuará a se desenvolver conforme eu julgar conveniente”. No Pacífico, a crise envolve armas. A China reagiu com indignação nesta quinta ao anúncio da nova aliança de segurança entre os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália, relata de Pequim Macarena Vila Liy. Segundo o porta-voz chinês, Zhao Lijian, a iniciativa conjunta —que as três potências indicam ser uma tentativa de conter o avanço chinês na região do Indo-Pacífico— servirá apenas para estimular uma “corrida armamentista” e “prejudicará a paz e a estabilidade regionais”. O novo acordo, conhecido como AUKUS, incluirá a Austrália no clube exclusivo dos detentores de submarinos com propulsão nuclear. “O povo da cidade escuta, mas não acredita”, afirma Davi Kopenawa, xamã e líder do povo Yanomami, sobre as atrocidades contra a natureza e os povos originários. É dessa realidade de luta, dor e resistência que trata A última floresta, documentário dirigido por Luiz Bolognesi (e roteirizado também por Davi) que conta "com uma beleza poética e urgente o rico cotidiano desse povo e sua resistência e luta contra os garimpeiros que, desde 2019, voltaram a invadir com maior virulência seu território, envenenando rios, derrubando a floresta, adoecendo seus guardiões", como descreve a repórter Joana Oliveira. Além do importante papel de denúncia, a obra —totalmente contada na língua Yanomami— já ganha destaque em festivais internacionais e é exibida em um momento simbólico, enquanto o Brasil assiste ao desenrolar das votações da tese do marco temporal das terras indígenas. | |||||
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