segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Merkel sai; moderados de esquerda e direita disputam Alemanha

 A Alemanha amanhece nesta segunda-feira com apenas uma certeza. Os 16 anos de domínio da chanceler Angela Merkel sobre a política nacional, continental e mundial chegam ao fim com as eleições de domingo. O que vem pela frente ninguém é capaz de dizer. Os resultados preliminares mostram uma vitória estreita do Partido Social-Democrata (SPD, em alemão) com 25,8% dos votos, contra 24,1% da União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel.

A questão é que a grande fragmentação no Parlamento não permite antever quem será capaz de formar uma coalizão estável. Os Verdes e os Partido Liberal Democrata, que ficaram em terceiro e quarto lugares respectivamente, já avisaram que estão abertos a negociações com os dois grupos primeiro colocados. (Globo)

Independentemente de quem consiga formar uma coalizão, o próximo chanceler alemão tende a primar pela estabilidade que marca há décadas a política germânica. O social-democrata Olaf Scholz, de 63 anos, apontado como vitorioso com uma margem apertada, é tido como um moderado, com um estilo pessoal muito próximo da sobriedade de Merkel. “Sou candidato a primeiro-ministro, não a animador de circo”, costuma dizer. Já Armin Laschet, líder da CDU, aposta na continuidade. (Folha)

Por mais que o novo chanceler se esforce, vai penar para sair da sombra de Merkel, a conservadora que cresceu na Alemanha Oriental comunista e se formou em Química Quântica, mas largou a profissão por algo ainda mais complexo, a política. Não é possível imaginar o início do século 21 sem ela. (g1)

Dorrit Harazim: “Qual foi a última vez em que líderes do mundo inteiro sentiram uma espécie de orfandade diante do afastamento de um de seus pares do cenário global? Não vale citar o sul-africano Nelson Mandela, pois ele já estava fora do poder quando sua morte foi pranteada simultaneamente em 24 fusos horários. A conservadora Angela Merkel é essa estadista. Na Alemanha de hoje, há várias crianças de 5 ou 6 anos de sobrenomes árabes com nomes de batismo que vão de Angie a Merkel, Angela Merkel por inteiro ou apenas Angela. Uma refugiada camaronesa que deu ao filho nascido na Alemanha o nome de Cristo Merkel explica: a chanceler fora a salvadora daquelas vidas.” (Globo)




O presidente Jair Bolsonaro já tem um resultado positivo para marcar seus mil dias de governo, completados hoje. Quer dizer, um resultado negativo, o seu teste de covid-19 após uma onda de contágio na comitiva que o acompanhou a Nova York, incluindo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o filho Zero Três, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). (CNN Brasil)

Entre as estratégias de Bolsonaro para marcar seus mil dias no governo está uma extensa agenda de viagens pelo Brasil inaugurando obras e mobilizando sua base. Seu objetivo é recuperar a popularidade em queda e se colocar melhor na campanha para a reeleição no ano que vem. (Folha)

Bolsonaro chega aos mil dias no Planalto com um impressionante histórico de três crises por mês, em média. Desde a posse, por exemplo, um ministro deixou o governo a cada 52 dias. Sem contar participação em atos antidemocráticos, conflitos com líderes mundiais de relevo.  Confira o mapa das crises, tem para todos os gostos. (Globo)

Confira o que o presidente cumpriu e não cumpriu ao longo do período, em especial na área econômica. (Poder360)

Ok, não faz parte das comemorações oficiais, mas Anistia Internacional apontou 32 violações de direitos humanos no país ao longo dos mil dias de governo, seja por má gestão ou omissão. A lista inclui gestão da pandemia, os ataques à imprensa, as ameaças ao Estado de Direito e violações de direitos de povos indígenas e comunidades tradicionais. (Estadão)




Além de planejar a internacionalização de disparos em massa, o “gabinete do ódio” vem diversificando as redes sociais em que atua para escapar da fiscalização do TSE e do STF. Com redes tradicionais como o Facebook, o Whatsapp e outras fechando o cerco a discurso de ódio e notícias falsas, a base organizada de apoio a Jair Bolsonaro está migrando, por exemplo, para o Telegram, baseado na Rússia, que exerce pouco ou nenhum controle sobre a qualidade do conteúdo e não limita o envio simultâneo de mensagens. Só o clã Bolsonaro já conta com um milhão de inscritos em seus grupos no aplicativo. O Tik Tok, para publicação de vídeos curtos, é outra ferramenta explorada pelo grupo. (Estadão)

Aliás... Alunos e professores das escolas da zona rural de Santa Filomena, no interior do Piauí, já têm acesso à internet de banda larga, mas com um detalhe. Todas as vezes que usam o sistema, precisam assistir a 30 segundos de propaganda do governo. Segundo o Ministério das Comunicações, o objetivo é fornecer alternativas às ‘notícias contra o presidente’. (Estadão)




Os ministros do STF não estão nada satisfeitos com a demora do Senado em confirmar um nome, qualquer um, para a vaga deixada pela aposentadoria de Marco Aurélio Mello. O número par de ministros faz com que julgamentos terminem empatados, os processos que estavam no gabinete do ex-decano estão parados, e as novas ações que chegam são divididas entre um número menor de integrantes. (Globo)

Painel: “Mais de 70 dias após Jair Bolsonaro indicar André Mendonça para a vaga aberta no STF, Davi Alcolumbre (DEM-AP) segue deixando em dúvida aliados e colegas sobre o que pretende fazer sobre o tema. Alcolumbre continua pedindo votos contra Mendonça e permanece dizendo que a indicação será derrotada. Outras pessoas dizem, porém, que o parlamentar informou que marcaria para o início de outubro a sabatina na CCJ do Senado.” (Folha)

Lauro Jardim: “Alcolumbre tem mostrado a vários senadores um dossiê contra Mendonça. Nele, constam detalhes de uma antiga reunião deste com o hoje desaparecido Deltan Dallagnol, na qual o ainda chefe da AGU teria sido prometido apoiar postulados que eram bandeiras da Força-Tarefa da Lava-Jato.” (Globo)




Tabata Amaral: “Fico triste por ver que pessoas que se apresentam como feministas e que dizem lutar contra o machismo e a violência de gênero se calaram (sobre agressões em redes sociais) completamente, seja porque não gostam de mim seja porque gostam do Zé de Abreu. Isso é muita hipocrisia. O machismo na política é extremamente presente, é diário, é suprapartidário.” (Veja)

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