A CPI da Pandemia aprovou ontem a convocação de Ana Cristina Valle, segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan. Os senadores querem que ela explique sua ligação com Marconny Albernaz de Faria, suposto lobista da Precisa Medicamentos, intermediária da compra suspeita de vacinas indianas pelo Brasil. Na justificativa da convocação os integrantes da CPI dizem que mensagens gravadas indicam tráfico de influência feito por Ana Cristina a pedido de Faria junto à Secretaria Geral da Presidência. (UOL)
A ex-mulher do presidente trabalha hoje no gabinete da deputada federal Celina Leão (PP-DF) e vive com o filho numa mansão em Brasília. Seu nome veio a público recentemente quando seu ex-empregado Marcelo Luiz Nogueira dos Santos a acusou de comandar ao longo de anos o esquema de rachadinhas nos gabinetes dos enteados Flávio e Carlos Bolsonaro na Alerj e na Câmara do Rio, respectivamente. Segundo o colunista Guilherme Amado, Ana Cristina perdeu o controle do esquema após Bolsonaro descobrir que ela teve um caso extraconjungal. (Metrópoles)
Pivô da convocação de Ana Cristina, Marconny Albernaz de Faria prestou depoimento ontem às CPI. Ele negou que atuasse como lobista, mas admitiu que foi procurado pela Precisa. Em dado momento, os senadores apresentaram uma mensagem na qual Faria se referia a um “senador que desataria o nó” no Ministério da Saúde e perguntaram quem era o parlamentar. Ele saiu pela tangente, dizendo não conhecer qualquer senador, para irritação geral. (Poder360)
Bem relacionado com políticos e empresários e anfitrião constante do clã Bolsonaro, saiba quem é Marconny Faria. (Metrópoles)
Falando em pandemia, Jair Bolsonaro mandou avisar que não vai se vacinar para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, tradicionalmente aberta pelo discurso do chefe de Estado brasileiro. Segundo fontes do governo, por se tratar de uma missão oficial, será exigido somente um teste recente de Covid-19, além do uso obrigatório de máscaras. (UOL)
Representantes de nove partidos de oposição se reuniram ontem em Brasília para iniciar o planejamento de manifestações contra o governo Bolsonaro nos dias 2 de outubro e 15 de novembro. PT, PSOL, PC do B, PSB, PDT, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade decidiram convidar também para os debates o MBL e outras forças de direita e centro-direita que organizaram atos no último domingo, além de partidos desse campo ideológico. (Folha)
Os deputados aprovaram na noite desta quarta-feira, por 273 votos a favor, 211 contrários e três abstenções a criação de uma quarentena para juízes, integrantes do MP, militares e policiais poderem disputar cargos eletivos. Eles terão de deixar suas funções quatro anos antes do pleito, o que fará a regra valer somente para o pleito de 2026. O tema já havia sido excluído do novo Código Eleitoral, mas voltou graças a uma manobra do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). (Globo)
A fórmula usada por Lira foi incluir a quarentena na aglutinação de duas outras emendas, uma sobre candidatura de condenados “sem dolo” e outra liberando outdoors em campanhas. Acontece, como explica Claudio Dantas, que o Regimento Interno da Câmara proíbe que, ao se aglutinarem emendas, sejam incluídos temas que não faziam parte de qualquer uma delas. (Antagonista)
Painel: “O deputado Capitão Augusto (PL-SP), líder da bancada da bala, diz que irá acionar o Supremo Tribunal Federal contra a aprovação da emenda que resgatou a quarentena. ‘Temos que judicializar, não tem cabimento fazer um negócio desse. Era uma matéria vencida e estávamos acompanhando para ver o que iriam armar’, disse.” (Folha)
Pressionado pelo Planalto e por líderes evangélicos, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), dá sinais de quando marcará a sabatina de André Mendonça para a vaga no STF: quando tiver a certeza de que o nome do ex-advogado-geral da União será rejeitado. O senador se ressente do tratamento que recebe do Executivo desde que deixou o comando da Casa e conta com a pouca simpatia dos colegas por Mendonça. (Folha)
Mas o lobby evangélico não desiste. Ontem os pastores e bispos se reuniram com Bolsonaro e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e saíram otimistas. Segundo eles, o Planalto não tem um “plano b” para Mendonça. (Poder360)
O segundo de três dias dos painéis Que Estado precisamos?, promovido pelo grupo apartidário Derrubando Muros e co-produzido por Meio e Jota reuniu ontem dois velhos companheiros — os pais do Plano Real, Pérsio Arida (YouTube) e André Lara Resende (YouTube). Pérsio observou que temos uma Constituição que garante direitos essenciais mas que também cedeu a um número grande de lobbies, fixando no texto prioridades do Estado sem prever que elas mudariam com o tempo. “Deveríamos passar uma única emenda desconstitucionalizando toda a política econômica”, ele provocou. Transformar tudo em lei complementar. André, por sua vez, pertence a um novo grupo liberal que desafia a ideia de que todo gasto do Estado para além do crescimento necessariamente vai gerar inflação. Quando for em investimento, seja em infraestrutura que modernize o país ou nas pessoas, ele argumenta que deve ser feito mesmo que ao custo de gerar moeda. O raciocínio não vale para pagar os custos da máquina pública, o que o mantém distante da esquerda tradicional.
O ciclo de painéis se encerra hoje. Às 17h, representando a campanha de Ciro Gomes, virá o economista Nelson Marconi (YouTube). E, às 18h30, pelo PT, o ex-candidato à presidência Fernando Haddad (YouTube).
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