Durante seis horas, o empresário bolsonarista Luciano Hang fez o que quis na CPI da Pandemia. Acompanhado de advogados e políticos ligados ao presidente, incluindo o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), ele exibiu cartazes defendendo a ‘liberdade de expressão’ e um vídeo que incluía uma propaganda da Havan, sua rede de lojas, e irritou os senadores com respostas evasivas. Hang negou ter havido fraude na certidão de óbito de sua mãe, Regina, que morreu de covid-19 sem que a doença aparecesse no documento, e atribuiu o fato a um erro, afirmando ainda que a mãe tinha comorbidades e admitindo que ela usou o ‘kit covid’, comprovadamente ineficaz. O empresário também negou fazer parte do chamado ‘gabinete paralelo’ e financiar a disseminação de notícias falsas durante a pandemia. A sessão chegou a ser suspensa após o senador Rogério Carvalho (PT-SE) acusar os advogados de Hang de ofendê-lo. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) chamou Hang de “bobo da corte”, enquanto o presidente Omar Aziz (PSD-AM) criticou a arrogância do empresário. (Metrópoles)
Claro que o visual peculiar de Hang rendeu uma série de memes, a maioria desrespeitosa com a memória do Louro José. (Poder360)
Enquanto isso... O TJ-SP condenou a Prevent Senior a pagar R$ 1,9 milhão a um paciente tratado num hospital da empresa com o ‘kit covid’. A família decidiu transferi-lo para o Albert Einstein e cobrou as despesas da seguradora. A Prevent Senior disse que a decisão é “meramente liminar” e que vai recorrer. A condenação veio um dia depois do depoimento da advogada Bruna Morato, representante de 12 médicos que elaboraram um dossiê contra a empresa, à CPI da Pandemia. Ela reiterou a acusações de pressões sobre médicos para prescrever o ‘kit covid’ e de ocultação do número real de mortes, além de denunciar uma suposta orientação para que fosse reduzido o fornecimento de oxigênio a pacientes há longo tempo em UTIs. A empresa negou as acusações e classificou a última como loucura. (UOL)
Na internet nada desaparece. Um tuíte de abril de 2020 em que o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) enaltecia a Prevent Senior foi resgatado e voltou a circular. Nele, o Zero Um elogia o protocolo da operadora para tratar covid-19 e diz que o “SUS nunca a procurou para saber qual foi o protocolo usado”. (Globo)
Sobrou até para o Armored Dawn, banda de metal liderada pelo vocalista Eduardo Parrillo, um dos donos da Prevent Senior. Ela foi cortada do festival Knotfest Brasil, marcado para dezembro do ano que vem. (Whiplash)
Ainda falta um ano para as eleições, mas a pesquisa do PoderData divulgada ontem não trouxe boas notícias para alguns nomes da terceira via. Se o segundo turno fosse hoje, o ex-presidente Lula (PT) venceria os governadores tucanos de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, pela mesma margem: 53% a 15%, com 30% de brancos e nulos. Os dois governadores vão disputar as prévias do PSDB. A margem de 38 pontos é maior que os 23 pontos que separam Lula do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): 56% a 33%, com 10% de brancos e nulos. Tanto Doria quanto Leite venceriam Bolsonaro por 11 pontos de diferença. Ciro Gomes (PDT) também bateria o presidente, com 10 pontos de diferença. (Poder360)
Na simulação de primeiro turno, Lula e Bolsonaro avançam com facilidade: 40% e 30% com Doria concorrendo pelo PSDB e 43% e 28% com Leite. Nos dois cenários, o terceiro colocado é Ciro Gomes, com apenas 5%. (Poder360)
Aliás... Eduardo Leite descartou ontem abrir mão da cabeça de chapa num acordo com outros partidos, como sugeriu o senador Tasso Jereissati (CE) ao anunciar seu apoio a ele nas prévias. “Não faz o menor sentido ser vice, nem do Ciro (Gomes, do PDT), nem de ninguém”, afirmou Leite. (Folha)
Lauro Jardim: “Numa reunião ontem em Brasília, as cúpulas do PSL e do DEM bateram o martelo a respeito do nome e do número do partido que resultará na fusão das duas siglas: União Brasil, 44.” (Globo)
A Procuradoria-Geral da República abriu ontem uma investigação sobre o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, envolvendo supostas ameaças dele às eleições de 2022. Segundo reportagem do Estadão, o ministro teria mandado em julho um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), falando que não haveria eleição sem a aprovação do voto impresso, que acabou rejeitado pelos deputados. Tanto Lira quando Braga Netto negam o incidente, mas o procurador-geral Augusto Aras disse ao STF que abriu a investigação por pressão de parlamentares. (UOL)
O Senado aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei que restringe as situações em que um gestor público pode ser punido por improbidade administrativa. Pelo novo texto, é preciso provar que houve dolo, intenção de lesar o Estado, para que o gestor seja punido. Para especialistas, a mudança tende a aumentar a impunidade, abrindo espaço para que acusados aleguem ter agido de boa-fé ou simplesmente incompetência. Como o texto foi modificado pelos senadores, ele terá de voltar para a Câmara. (g1)
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