O escritor peruano e Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, voltou aos holofotes nesta semana após lançar luz a um episódio pouco conhecido de sua trajetória: o abuso sexual que sofreu, aos 12 anos, nas mãos de um padre. Embora o tema tenha sido abordado no livro de memórias El pez en el agua, de 1993, ele voltou à tona causando grande repercussão nesta semana, desta vez na Feira Virtual do Livro de Cajamarca, no Peru. Para além do trauma, Vargas Llosa explica, em entrevista a Juan Cruz, que a violência o afastou da crença católica, nunca mais vista por ele da mesma forma. O colunista do EL PAÍS avalia que, no seu caso, por se tratar de um breve incidente, a recuperação foi possível. O mesmo, porém, não vale para outras vítimas de sacerdotes: "Me distanciei por completo da religião, mas meninos do meu bairro nunca se recuperaram." Ele avalia ainda que hoje há mais possibilidades de se falar desses casos em público, o que não era possível na época em que sofreu a violência. Em um chamado a mais vigilância, prega que proteger crianças contra abusos é "a primeira obrigação de uma sociedade". O dia 11 de setembro não marca um evento trágico apenas nos EUA, onde o atentado terrorista completa 20 anos. Na América do Sul, o Chile também relembra a data que marca os 48 anos do golpe de Estado que colocou fim à democracia e à vida do então presidente socialista, Salvador Allende. Mas apesar do aniversário de quase meio século, a derrubada do Governo chileno ainda guarda revelações: nesta sexta-feira, o Arquivo de Segurança Nacional dos Estados Unidos divulgou documentos inéditos que revelam a colaboração que a Austrália deu à CIA durante a conspiração. No início daquela década, relevam os arquivos, o Serviço Secreto de Inteligência Australiano (ASIS) abriu, escondido, um escritório em Santiago a pedido de Washington, em uma demonstração de "esforço multinacional para desestabilizar o Governo”. De acordo com Peter Kornbluh, analista sobre o Chile no Arquivo de Segurança Nacional dos EUA, o novo caso é prova de que "continuamos aprendendo sobre a história secreta de operações clandestinas" na América Latina. No Afeganistão, país profundamente marcado pelo 11 de setembro norte-americano, a população ainda tenta assimilar os efeitos do ataque terrorista às Torres Gêmeas em meio à recente tomada de poder pelo Talibã. O atentado do início do século significou uma mudança drástica no dia a dia, misturando a dúvida e o temor pelas respostas de Washington aos ataques. "Tudo mudou a partir dali", conta um cidadão afegão à repórter Ángeles Espinosa, enviada especial a Cabul. "No início, não sabíamos o que tinha acontecido, nem quem estava por trás disso, mas quando os EUA acusaram Bin Laden ficamos muito assustados porque era uma grande potência e sua ameaça era perigosa". A reportagem também traça paralelos entre o hoje e o ontem que giram ao redor do 11 de Setembro. Ao longo de todo este sábado, publicaremos mais conteúdos especiais sobre o atentado no site do EL PAÍS Brasil. Para ler com calma, que tal destrinchar nossa relação com o dinheiro, um item tão necessário e que diz muito (até mais do que pensamos) sobre nós? Pilar Jericó adentra a psique do capital para mostrar que nossa ligação com ele "não é condicionada somente por nossos primeiros anos de vida" —como revela um inédito estudo sobre consumo realizado por 50 anos nos EUA—, mas também pelas "crises e as bonanças econômicas que afetam as decisões coletivas e as individuais". "Precisamos conhecer, além disso, o que nos condiciona, nossos freios, e trabalhar neles sem cair na ganância desmesurada, que nos faz tomar decisões sem critério, como acontece nas antessalas das crises." | |||||
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