segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Deu na Imprensa - 13/09

 

Nas manchetes dos jornais desta segunda-feira, a foto principal nas capas de FolhaEstadão e O Globo é do esvaziado ato puxado pelo MBL contra o governo Bolsonaro no domingo. O fiasco da terceira via só ganha a manchete principal da Folha, que não fez, mas quase coloca a culpa na falta de público às esquerdas e, principalmente, ao PTDivididos, protestos contra Bolsonaro são esvaziados.

O jornal ainda destaca que líderes de centro-esquerda — leia-se Carlos Lupi, do PDT — planejam investida para atrair PT aos atos contra Bolsonaro. “Partidos analisam que não há como manter a pauta do impeachment e atrair a população sem os petistas”, resume a Folha. O jornal ainda destaca que “pesos pesados do PIB” — Horácio Lafer Piva, José Olympio Pereira, Fábio Barbosa e Antônio Moreira Salles — voltaram às ruas pela primeira vez desde impeachment de DilmaPainel registra que PT alfineta pouca adesão a atos contra Bolsonaro com vídeo de manifestações petistas. Segundo Igor Gielowa falta de coordenação deixa ameaças de Bolsonaro à democracia sem resposta. No Globo, Vera Magalhães enxerga o problema: “Protesto de domingo mostra que candidatos alternativos começam a se posicionar, sem convencer eleitor”

Dos jornalões da mídia corporativa, Valor foi o único a colocar os pingos nos is: Líderes da “Terceira Via” participam de ato do MBL“Ciro Gomes (PDT), Mandetta (DEM), Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB), João Amoêdo (Novo) e Alessandro Vieira (Cidadania) saem às ruas sem o PT”, sintetiza.

De volta às manchetes do dia, os outros jornais apostaram em pautas menos políticas para os destaques — EstadãoPandemia provoca queda de 26% nas cirurgias eletivas. O GloboEmpresas criam frotas próprias para se proteger de greves de caminhoneiros. E ValorFundos buscam reduzir exposição ao risco Brasil. A edição brasileira do El País destaca na manchete principal que empresas de segurança ‘perderam’, em média, 7 armas de fogo por dia nos últimos 5 anos.

Mas o diário El País acerta no tom ao apontar que o Brasil que não quer Bolsonaro nem Lula consegue um apoio tímido nas ruas neste domingo. “Sem a participação do PT, atos contra o presidente chamados pela direita e com a adesão de progressistas se transformaram em palco de lançamento de candidatos a uma terceira via para as eleições de 2022”, escreve a correspondente Naiara Galarraga Gortázar

No Tijolaço, o sempre sóbrio Fernando Brito aponta as razões para o esvaziamento dos atos deste domingo“Buscaram comparações com as diretas-já, mas alguém pode imaginar a Candelária com um boneco de Tancredo como presidiário ou um ‘Nem Ulysses, nem Figueiredo’? Até o Quércia, flor difícil de cheirar, era tratado com urbanidade por todos”, lembra. “Nas diretas, a eleição direta e livre do presidente estava em primeiro lugar, divergências e embates, depois. Não é o que se viu e ceder a estas agressões explícitas e gratuitas seria indigno de quem precisa presidir o Brasil”. E aponta: “A parcela mais politizada do povo brasileiro percebe isso e explica, em grande parte, a baixa adesão aos atos”.

Sobre política econômica, Valor traz Guilherme Melo defendendo o fim do teto de gastos em nome do PT e uma nova regra fiscal no lugar. “Coordenador do Núcleo de Economia, o economista ressalvou que não há debate dentro do partido sobre revogar independência do Banco Central”, informa. 

Diz a reportagem: O PT ainda quer o fim do teto de gastos, mas hoje defende uma nova regra fiscal no lugar. “Em 2018, havia mais resistência. Hoje há consenso”, afirma Guilherme Mello, professor de pós-graduação do Instituto de Economia da Unicamp, que foi responsável pelo programa econômico de Fernando Haddad nas últimas eleições presidenciais e hoje coordena o núcleo de economia ligado à Fundação Perseu Abramo, o órgão de estudos do partido.

Na economia, Valor informa que estudo aponta PIB potencial abaixo de 1% no ano que vem. O levantamento a ser publicado pelo Ipea revela que a economia brasileira deve ter neste ano um grau de ociosidade — quanto da capacidade produtiva não está em uso — média entre 4% e 6%. “E isso permitirá ao país crescer mais que o seu potencial (ritmo que não gera desequilíbrios, como inflação) de 0,9% estimado para 2022 e pouco acima de 1% para os dois anos seguintes, sem desequilibrar a economia, de acordo com o material”. O trabalho foi feito pelo diretor de macroeconomia do Ipea, José Ronaldo Souza Junior, e pelo pesquisador associado do FGV Ibre Fabio Giambiagi, e apresenta cenários até o fim desta década, apontando um gradual aumento de sua capacidade de expansão sem desequilíbrios.

BRASIL NA GRINGA

Despacho da Associated Press destaca que o domingo de protestos no Brasil mostra baixo apoio de rua à pressão do impeachment“Muitos dos protestantes vestidos todos de branco, conforme instruções de grupos políticos que organizaram as manifestações em pelo menos 19 estados. Houve uma notável ausência de partidos políticos de esquerda, o que diminuiu a participação”, informa. O mterial foi replicado em 7,9 mil sites e veículos noticiosos, principalmente nos Estados Unidos. 

France Presse foi mais realista: Centenas protestam contra o Bolsonaro do Brasil após semana de tensão“As manifestações dominicais foram convocadas por grupos conservadores, dias depois de uma mobilização massiva em apoio ao combalido líder de extrema direita do país”, ressalta. “Os protestos de rua no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, entre outras cidades, foram convocados por organizações sociais de tendência conservadora como o Movimento Brasil Livre, que pressionou pelo impeachment da presidente de esquerda Dilma Rousseff em 2016”.

O português Público destaca que a ausência da esquerda deixa manifestações anti-Bolsonaro quase vazias. “Organizações conservadoras queriam reunir todos os setores políticos que se opõem ao atual presidente numa resposta às acções do Dia da Independência, mas a esquerda não se quis associar”, informa o correspondente João Ruela Ribeiro.

O francês Le Monde traz na edição dominical reportagem de meia página tratando da expectativa do “golpe” que não ocorreu no Brasil“No final de uma semana altamente caótica, o presidente Jair Bolsonaro parece ter desistido repentinamente de suas ambições golpistas, para desgosto de seus partidários e grande prejuízo para sua autoridade”, destaca. 

Reportagem do Wall Street Journal, no sábado, noticia que o Brasil se afasta da vacina chinesa Covid-19“O governo federal do Brasil suspendeu as negociações sobre doses adicionais da vacina de Sinovac e disse que não recomendaria o uso de CoronaVac para uma terceira dose de reforço”, relata.

O britânico Financial Times traz o governador do Rio Grande do Sul se apresentando como um caminho entre Bolsonaro e Lula nas eleições de 2022“Eduardo Leite, que se declarou gay em julho, apela para negócios com agenda econômica liberal”, noticia.

No argentino Página 12Eduardo Sincofsky escreve sobre o Brasil de Bolsonaro“O submundo bolsonarista das redes sociais funciona como uma realidade paralela e imaginária, um grotesco ‘Truman Show’, uma intersecção entre o trágico e o patético. Personagens que parecem ter saído de um Macondo Digital, como o chamado Zé Trovão, um líder caminhoneiro — que não tem registro de caminhão —, barbudo, chapéu mexicano, que desafia um ministro da Suprema Corte a detê-lo no meio da Avenida Paulista nas redes sociais, e acaba fugindo para o México, é hoje procurado pela Interpol”, pontua. 

Diário de Notícias de Portugal destaca que Bolsonaro pede “calma” aos apoiadores que o acusam de “traidor”“Presidente brasileiro é acusado pelos seus apoiadores mais radicais depois de ter recuado nas suas ameaças à democracia”, resume o jornal, reproduzindo despacho da agência de notícias Lusa. “Há que ter calma. Não é possível ir para o tudo ou nada”, declarou, após críticas dos seus seguidores mais radicais sobre a sua mudança de tom em relação ao discurso inflamado que fez na terça-feira passada, quando, diante de uma multidão, instou à desobediência das decisões ditadas pelo juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e teceu duras críticas ao Parlamento.

O inglês The Guardian denuncia na edição desta segunda-feira o aumento do número de assassinatos de defensores do meio ambiente e da terra no mundo, atingindo um recorde histórico. “Números da Global Witness para 2020 mostram que a apropriação violenta de recursos continuou inabalável apesar da pandemia”, escreve Jonathan Watts“O número de mortos no Brasil caiu ligeiramente nos últimos anos, embora o conflito tenha alcançado um domínio mais elevado sob o presidente Jair Bolsonaro. Em vez de ataques ilegais em pequena escala em nível local, o ataque aos defensores agora assume a forma de projetos de lei e leis no Congresso que minam as proteções ambientais e territoriais”.

INTERNACIONAL

Na manchete do New York Times, a regulação sobre o aborto inflama o debate no México. A Suprema Corte deu luz verde à prática. “Os médicos e enfermeiras ouvirão?”, questiona o jornal. “Outra batalha se aproxima sobre se os hospitais públicos serão obrigados a oferecer o procedimento”. O jornal também dá amplo destaque ao legado do 11 de Setembro: a tortura como método de investigação“Vinte anos após os ataques, os EUA ainda estão lutando com as consequências de interrogatórios brutais realizados em nome da segurança nacional”.

Já o Washington Post destaca que democratas avaliam sacrifícios dolorosos enquanto projeto de lei social entra na reta final“Enquanto os principais democratas traçavam um plano neste verão para uma expansão histórica da rede de segurança social, o senador Bernie Sanders fechou um acordo privado com funcionários da Casa Branca e o líder da maioria Charles E. Schumer”, informa. 

“Sanders, que se autodenomina um socialista democrático, concordou em apoiar um pacote de US$ 3,5 trilhões — muito menor do que ele queria — em troca da promessa de que mais de um décimo do dinheiro, pelo menos U $ 380 bilhões, iria em direção a seus objetivos de longa data, principalmente expandir o Medicare para cobrir audição, visão e atendimento odontológico”.

E o Wall Street Journal destaca que a Covid-19 pode se tornar como uma simples gripe sazonal, se mais pessoas forem vacinadas“O caminho da Covid-19 para se tornar uma doença rotineira depende se um número suficiente de pessoas em todo o mundo recebem a vacina para limitar futuras mutações”, informa.

O britânico The Times revela que a Huwaei, a gigante da tecnologia chinesa, está “infiltrada” na Universidade de Cambridge.“A Huawei foi acusada de ‘infiltrar-se’ em um centro de pesquisa da Universidade de Cambridge depois que a maioria de seus acadêmicos foram encontrados para ter laços com a empresa chinesa. Três em cada quatro diretores do Cambridge Center for Chinese Management (CCCM) têm laços com a empresa”, diz o jornal.

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Divididos, protestos contra Bolsonaro são esvaziados

Estadão: Pandemia provoca queda de 26% nas cirurgias eletivas

O Globo: Empresas criam frotas próprias para se proteger de greves de caminhoneiros

Valor: Fundos buscam reduzir exposição ao risco Brasil

El País (Brasil): Empresas de segurança ‘perderam’, em média, 7 armas de fogo por dia nos últimos 5 anos

BBC Brasil: Em ato convocado pelo MBL contra Bolsonaro, 38% não aceitam protestar com PT, mostra pesquisa

UOL: STF se prepara para derrubar decreto sobre armas e enfraquecer Bolsonaro

G1: Cidade de SP vacina hoje com Pfizer quem está com 2ª dose da AstraZeneca atrasada

R7: Gasto com auxílio emergencial deste ano já supera R$ 40 bilhões e ultrapassa o Bolsa Família

Luis Nassif: Vendas do comércio estão no mesmo nível de 2014

Tijolaço: Não é divisão, é diferença

Brasil 247: Mídia corporativa culpa esquerda pelo fracasso das manifestações do MBL e da terceira via

DCM: Casa de Bolsonaro era usada como endereço para fantasmas de Carluxo

Rede Brasil Atual: Temer e Bolsonaro: uma nova versão do ‘grande acordo nacional’?

Brasil de Fato: Ato contra Bolsonaro em SP reúne pré-candidatos da "3ª via" e tem boneco e faixas contra Lula

Ópera Mundi: ONU pede que Talibã garanta livre atuação de agências humanitárias

Fórum: Vem pra Rua leva pixuleco de Lula e Bolsonaro para a Avenida Paulista

Poder 360: Melhor tirar precatório do teto do que parcelar como quer o governo, diz Innocenti

Vi o Mundo: Tranquilizar os endinheirados, deixando o povo para trás, não pode estar no radar das forças de esquerda

New York Times: Regulação do aborto inflama o debate entre mexicanos

Washington Post: Pacote de orçamento promove divisão

WSJ: Covid enfrenta um caminho complicado para se tornar uma doença rotineira

Financial Times: Ministros planejam mais prefeituras para reiniciar agenda de devolução paralisada

The Guardian: Deputados conservadores temem devolução do plano de passaportes de vacina da Covid na Inglaterra

The Times: Gigante da tecnologia chinesa "se infiltra" em Cambridge

Le Monde: Transição verde: quem vai pagar a conta social?

Libération: Hidalgo candidata. Aqui é uma aposta

El País: Sala Militar, uma solução para o Supremo

El Mundo: “Colocar travas internas a Ayuso é ajudar a Sánchez”

Clarín: Dura derrota do governo em quase todo o país

Página 12: Alerta amarelo

Granma: Na Pátria sempre haverá espaço para os “boinas vermelhas”

Diário de Notícias: Segurança e terrorismo em Portugal. Fatos, dúvidas e erros

Público: Lisboa e Porto só têm 5000 imóveis ativos no alojamento local

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Longa fila

Moskovskij Komsomolets: Putin anuncia sua quarentena devido ao coronavírus

The Moscow Times: Novos monumentos russos ao fundador da polícia secreta soviética geram controvérsia

Global Times: Recuperação dos laços China-EUA traz 'problemas da ilha de Taiwan'

Diário do Povo: Xi apresenta condolências pelo falecimento do ex-presidente português Sampaio

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