terça-feira, 31 de agosto de 2021

Deu na Imprensa - 31/08

 

Nas manchetes dos jornalões, o noticiário converge para o desembarque tímido de parte do PIB do governo Bolsonaro, com as divergências entre entidades patronais. Enquanto a Febraban sinaliza reação à política econômica de Paulo Guedes e à piora do cenário, Fiesp recua na divulgação do manifesto pedindo ‘harmonia entre poderes’ e o agronegócio estrila contra a política ambiental. 

Diz a FolhaFebraban reage a Guedes e a piora do cenário econômico, enquanto Estadão registra Fiesp recua, mas agronegócio faz manifesto pela democracia, na mesma linha de O GloboApós recuo da Fiesp, agronegócio alerta em nota para risco de retrocesso. Já o Valor coloca na manchete: Exportador mantém dólar no exterior mesmo com juro alto

E a edição brasileira do El País é a mais direta: PIB ensaia com relutância seu desembarque do Governo Bolsonaro. É que investidores estão inseguros com arroubos autoritários de presidente, que afugenta dinheiro do país ao estimular crises institucionais e manifestações antidemocráticas. Fiesp adia manifesto por “pacificação”. “De nota em nota, de manifesto em manifesto, o setor produtivo brasileiro vai desembarcando do Governo Jair Bolsonaro (sem partido)”, diz o texto.

Vale a leitura da coluna de Míriam Leitão, hoje, no Globo, sobre os riscos que o país enfrenta“O economista Persio Arida acha que o Brasil precisa agora de uma agenda de reparação e recuperação do Estado. ‘Nosso Estado foi destruído e mal tratado, olha o que aconteceu com o Ibama, o que está acontecendo com a Ciência e Tecnologia’. Alerta para o risco de se deixar a inflação aumentar e chama a atenção para o avanço da pobreza. ‘Paulo Guedes devia andar na rua e não precisa ser em bairros pobres’. Sua grande preocupação no momento é com a defesa da democracia”. 

Em entrevista ao Brasil de Fato, o dirigente do MST, João Pedro Stédile denuncia que a pobreza voltou com força ao país e que “brasileiros passam fome porque não têm renda, não por falta de produção”. Ele diz que o grupo de empresários contrários a Bolsonaro já é maioria, mas ainda busca uma terceira via para 2022. “O governo Bolsonaro é apenas o espelho da crise, ele é o espelho da burguesia”, afirma. “Antes de tentar tirar Bolsonaro eles precisam criar uma unidade sobre quem é a chapa da chamada terceira via. Assim que eles acertarem a chapa, sabem que a terceira via só tem viabilidade se eles afastarem o Bolsonaro”. 

Sobre a reação da Febraban, vale ainda a leitura da entrevista de Ladislau Dowbor ao Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha“Com fuzil ou feijão, banqueiros querem seus 288% de juros anuais”, denuncia. Dowbor afirma que, por trás da pantomima diária de Bolsonaro, os capitalistas nunca tiraram tanto proveito do ambiente completamente desregulado, que resulta em juros de 288% anuais no cartão de crédito. O Itaú registrou lucro de 120% em seu mais recente balanço, enquanto o Santander chegou a “apenas” 102%. Isso, com a economia paralisada.

No EstadãoEliane Cantanhede critica o ‘PIB nacional’, chamando-o de covarde“Não foi preciso nem um cabo e um soldado para cancelar um manifesto cheio de obviedades, articulado pela poderosa Febraban, encampado pela igualmente poderosa Fiesp e com mais de 200 assinaturas”, lamenta. “Realmente, o Brasil não é para amadores. E está se tornando ridículo diante dos brasileiros e do mundo com um presidente da República que ameaça a democracia por palavras e atos e com um PIB nacional covarde”

No GloboMerval Pereira sintetiza, com sinceridade, os motivos: É difícil para empresários fazer oposição ao governo. Um contraste evidente com a coluna de Maria Cristina Fernandes, no ValorSem trégua à vista, ânimos permanecerão acirrados até 7 de Setembro“Aposta é a de que não há diálogo possível até o dia 7 porque Bolsonaro empenhará todos os seus esforços para colocar o máximo de simpatizantes nas ruas em Brasília e em São Paulo”, destaca. 

E a Folha repercute a entrevista de Dilma à revista Focus  Brasil, destacando a declaração da ex-presidenta de que Bolsonaro flerta com 'golpe dentro do golpe', 5 anos após impeachment. Ela diz que atual crise política no país é desdobramento do processo de 2016. “O golpe de 2016 é o ato zero do golpe, é o ato inaugural, mas o processo continua. É o pecado original dessa crise que o país atravessa. É a partir dali que se desenrola todo o processo golpista”, aponta.

Painel da Folha noticia o lançamento do livro sobre impeachment de Dilma, em que o PT critica ênfase em ajuste e reformas. Partido diz que Brasil é tomado por ‘profetas do apocalipse fiscal’. O livro será lançado para marcar os cinco anos do impeachment da ex-presidenta. A coluna diz que o PT dá sinais de como seria sua política macroeconômica em um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com críticas ao ajuste fiscal a qualquer custo.

Ainda sobre Dilma, Lauro Jardim noticia no Globo que o apartamento que a ex-presidenta mantém em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi arrombado. Moradores do edifício, que fica a 200 metros da praia, notaram no sábado que a porta estava arrombada. Porém, apesar do edifício ter porteiro por todas as 24 horas do dia, não se sabe ainda quando aconteceu a tentativa de furto.

Na Folha, a professora Eloísa Machado de Almeida, da FGV Direito, repercute o artigo de Ricardo Lewandowski sobre intervenção armada. “É alerta tardio e recado contra impunidade”, diz. “O argumento reafirma o óbvio: não há nenhum espaço para intervenção armada na atual ordem constitucional. Reafirmar o óbvio é importante porque não faltam vozes a propagar interpretações mais afinadas aos Atos Institucionais da ditadura do que com a Constituição”, aponta. “É, sobretudo, importante porque escrito por um ministro do Supremo Tribunal Federal, que, ao expor sua posição, parece expor também que nem todos do tribunal estão dispostos a compor saídas, negociar privilégios ou chamar golpe de movimento”.

LULA

Em editorial, Folha critica o ex-presidente Lula por defender regulação da mídia. “Enquanto viaja pelo país a restabelecer pontes com forças até outro dia tratadas como golpistas, achou tempo para retomar a cantilena da regulação da mídia”, aponta. Com fala que soa a tentação autoritária, petista insiste na regulação da mídia, avalia o jornal, no editorial intitulado “A ideia fixa de Lula”

PTB

Jornais noticiam que a PGR denunciou Roberto Jefferson sob acusação de incitação ao crime. Aliado de Bolsonaro, ex-deputado e presidente do PTB foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Na acusação, a Procuradoria cita entrevistas em que o presidente nacional do PTB estimulou a população a invadir o Congresso e a atacar instituições como o Supremo.

ÍNDIOS

Estadão destaca que, sob Bolsonaro, Funai passa da crítica à defesa de marco temporal. Autora do recurso, de 2017, que questiona o instrumento criticado por comunidades indígenas, fundação mudou de posicionamento. Quando apresentou o recurso, em 2017, a Funai pregava a demarcação da terra do povo Xokleng, em Santa Catarina. Hoje, sob Jair Bolsonaro, já se manifestou a favor da tese defendida por ruralistas.

O jornal alerta ainda que a Frente Parlamentar Agropecuária, dona de uma das maiores bancadas de parlamentares no Congresso, acompanha com atenção o julgamento pelo STF da tese do marco temporal em demarcações de terras indígenas. Sua prioridade, no entanto, não está concentrada no será decidido pelos ministros da suprema corte. É por meio do Congresso que os parlamentares se movimentam para tentar impor a tese do marco temporal, com a aprovação de um projeto de lei.

COVID

Na FolhaMonica Bergamo informa que Ministério da Saúde vê risco de alta de hospitalizações por Covid em setembro.  Variante delta, diminuição da proteção das vacinas e afrouxamento das regras sanitárias estão entre as explicações para a preocupação. A esperança é que, com o avanço da vacinação, ao menos o número de óbitos não cresça no mesmo período. Os imunizantes muitas vezes não impedem a infecção pelo novo coronavírus, mas diminuem seus efeitos e impedem o agravamento da doença.

REFORMA TRABALHISTA

Estadão relata que o procurador-geral do Trabalho condena o pacotão do emprego aprovado na Câmara, apontando que as medidas ferem a Constituição. José de Lima Ramos aponta diversas irregularidades no texto, que prevê a contratação de trabalhadores sem vínculo formal e a redução no pagamento de horas extras. Senado tem até o próximo dia 7 para analisar as modificações.

BRASIL NA GRINGA

Em reportagem, Reuters informa que Bolsonaro declarou que o governo de Biden é esquerdista, “obcecado pelo meio ambiente”. Bolsonaro afirmou que o governo brasileiro teve recentemente contatos com o governo dos EUA em relação à América Latina e disse que os EUA apóiam as democracias na região. O despacho foi replicado em mais de 3 mil sites e veículos de imprensa ao redor do mundo.

Reuters destaca em texto com distribuição global que quase 30% das exportações de ouro do Brasil são ilegais. Aproximadamente 28% das exportações brasileiras de ouro em 2019 e 2020 provavelmente vieram de minas ilegais, apurou um relatório do Ministério Público e da Universidade Federal de Minas Gerais, apontando para falsificação generalizada de documentos e falta de legislação efetiva aplicação.

O argentino Página 12 informa que Bolsonaro diz que o Supremo Tribunal Federal prepara o terreno para detê-lo, enquanto a oposição denuncia tentativa de “autogolpe” por parte do presidente. Ele exortou a população a defender a "liberdade de expressão" e a se manifestar contra a suprema corte no dia 7 de setembro (Dia da Independência). “O que eles procuram (com os processos) é esperar o momento de me aplicar uma sanção restritiva, talvez quando eu deixar o governo, mais tarde”, disse Bolsonaro à rádio oficial Fonte FM, de Goiás.

INTERNACIONAL

New York Times destaca em letras garrafais no alto da primeira página que as Forças dos EUA deixam Cabul; pondo fim à evacuação. Depois de 20 anos, a guerra dos EUA no Afeganistão termina com partida final de voos de evacuação. O último avião militar dos EUA deixou Cabul na noite de segunda, encerrando uma presença que durou duas décadas, mas não conseguiu derrotar o Taliban e deixou para trás dezenas de milhares de afegãos. O jornal ainda destaca que foi um fim sem cerimônia e um começo encoberto. O último vôo americano do Afeganistão deixou para trás uma série de promessas não cumpridas e questões ansiosas sobre o destino do país. 

Washington Post também dá manchete: América sai do Afeganistão. A guerra de 20 anos dos Estados Unidos no Afeganistão termina quando o último avião de carga militar dos EUA voa pesadamente no céu sobre Cabul, reporta. “Estou aqui para anunciar a conclusão de nossa retirada do Afeganistão”, disse o chefe do Comando Central dos EUA, general Kenneth F. McKenzie Jr. Os últimos a partir foram o major-general Christopher Donahue, comandante da 82ª Divisão Aerotransportada, e o embaixador Ross Wilson. O Post também relata que ataque de drones dos Estados Unidos em Cabul matou 10 civis, segundo familiares.

Wall Street Journal também anuncia em alto de página: A guerra mais longa da América termina. As últimas tropas dos EUA deixam o Afeganistão depois de quase 20 anos. Mais de 100 americanos e dezenas de milhares de aliados afegãos deixados para trás enfrentam um futuro de incertezas e perigos. O inglês The Guardian dá manchete dura: Caos e derramamento de sangue quando o último vôo dos EUA sai de Cabul. E informa que será preciso resgatar mais de 7.000 pessoas presas no Afeganistão

The Times diz que o secretário de Relações Exteriores aponta o dedo para a inteligência 'claramente errada' do Ministerio da Defesa. Raab rejeita críticas enquanto se prepara para enfrentar parlamentares no Afeganistão. Ele culpou os fracassos da inteligência militar pela humilhação do Ocidente em Cabul, intensificando um jogo de culpa do governo. E afirmou que as previsões do Ministério da Defesa sobre a velocidade da aquisição do Taleban estavam “claramente erradas”. 

O espanhol El Mundo destaca em manchete Biden sai correndo de Cabul e deixa para trás centenas de americanos“A guerra mais longa da história dos Estados Unidos termina com o mesmo grupo — o Taleban — no poder e sem admitir que seu anfitrião, Osama bin Laden, planejou os ataques de 11 de setembro”, resume.

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Febraban reage a Guedes e a piora do cenário econômico

Estadão: Fiesp recua, mas agronegócio faz manifesto pela democracia

O Globo: Após recuo da Fiesp, agronegócio alerta em nota para risco de retrocesso

Valor: Exportador mantém dólar no exterior mesmo com juro alto

El País (Brasil): PIB ensaia com relutância seu desembarque do Governo Bolsonaro

BBC Brasil: Flavio Bolsonaro tenta adiar revisão de foro privilegiado por STF

UOL: Ministério da Saúde vê risco de alta de internações por covid em setembro 

G1: Exército americano destruiu aviões e blindados antes de deixar Cabul

R7: Receita Federal paga R$ 5,1 bilhões do quarto lote de restituição do Imposto de Renda

Luis Nassif: Crise sanitária, energética e política podem abreviar fim de Bolsonaro

Tijolaço: ‘Telefone no rio’ de Jefferson só com polícia cúmplice

Brasil 247: Bolsonaro flerta com golpe dentro do golpe, diz Dilma 5 anos após golpe de Estado de 2016

DCM: Ameaçado e perseguido, Alexandre de Moraes vira o “kinder ovo” no Planalto

Rede Brasil Atual: Cinco anos do golpe contra Dilma. Um crime continuado

Brasil de Fato: “Brasileiros passam fome porque não têm renda, não por falta de produção”, diz Stedile  

Ópera Mundi: EUA finalizam retirada de tropas do Afeganistão

Fórum: Senadores recorrem de arquivamento de ação contra Aras

Vi o Mundo: Com fuzil ou feijão, banqueiros querem seus 288% de juros anuais — sustenta Ladislau Dowbor

Poder 360: Indicadores econômicos têm altos e baixos 5 anos após impeachment

New York Times: Forças dos EUA deixam Cabul; evacuação termina

Washington Post: América sai do Afeganistão

WSJ: A guerra mais longa da América termina

Financial Times: Aumento da Covid nos Estados Unidos gera ameaça da UE de reimpor restrições de viagens

The Guardian: Caos e derramamento de sangue quando o último vôo dos EUA sai de Cabul

The Times: Vazamentos do Pentágono culpam Reino Unido por mortes em bombardeios

Le Monde: Covid: aposta ganha para 50 milhões de vacinados

Libération: Afeganistão. O jugo depois

El País: Os preços disparam por conta da luz e atrasam a recuperação

El Mundo: Biden sai correndo de Cabul e deixa para trás centenas de americanos

Clarín: Justiça reabre o caso do escândalo da vacinação VIP

Página 12:  Um drama sem teto

Granma: Omara de ouro, pela sexta vez

Diário de Notícias: Há 5 mil famílias à espera do apoio extraordinário a desempregados

Público: Ministério Público trava há um ano acesso da justiça francesa a Rui Pinto

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Contra a tempestade

The Moscow Times: Tribunal de Direitos Humanos da Europa decide que a Rússia não investigou adequadamente o assassinato da ativista Estemirova

Global Times: Retirada dos EUA não é fim da responsabilidade, mas início da reflexão e correção, diz representante chinês na ONU

Diário do Povo: O vínculo estreito de Xi com áreas étnicas

Foram registrados 313 óbitos por Covid-19 no país, totalizando 579.643 desde o início da pandemia.

 O pesadelo vivido pela população de Araçatuba (SP) não terminou quando os criminosos que invadiram a cidade na madrugada de ontem foram embora. Além de terem explodido caixas eletrônicos, feito moradores de escudos humanos e matado duas pessoas, os bandidos deixaram explosivos em pelo menos vinte pontos da cidade. Um dos criminosos também morreu e há quatro feridos internados. (Folha)

Segundo moradores, um ciclista atingido pela explosão de uma dessas bombas teve amputados os dois pés e todos os dedos das mãos. Um dos mortos, Renato Bortolucci, dono de um posto de gasolina, teria sido atingido na cabeça por um tiro de fuzil enquanto filmava a ação da quadrilha. (Metrópoles)

Vídeos mostram como foi a madrugada de terror em Araçatuba. (G1)

O governador João Doria disse ontem que, além do criminoso que morreu, dois foram presos, e que a ação da quadrilha não ficará impune. (Poder360)




Mesmo tendo liberado mais 10 milhões de doses da CoronaVac para o Ministério da Saúde ontem, o Instituto Butantan admitiu que não vai conseguir concluir hoje a entrega de 100 milhões de doses previstas no contrato. Ainda não há prazo para a liberação de 7,2 milhões de vacinas que ainda faltam. (G1)

Salvador (BA) correu na frente e começou ontem a aplicar a terceira dose de vacinas em idosos com mais de 80 anos que tenham completado a imunização há mais de seis meses. O Ministério da Saúde só pretende começar nacionalmente essa campanha no dia 15. (CNN Brasil)

Nesta segunda-feira o Brasil completou cinco dias com média móvel de mortes abaixo de 700, 671. Foram registrados 313 óbitos por Covid-19 no país, totalizando 579.643 desde o início da pandemia. (UOL)

A União Europeia recomendou novas restrições a viajantes oriundos dos EUA devido à escalada da variante delta no país, somada ao forte negacionismo e à baixa adesão às vacinas nos estados conservadores do Sul do país. (Poder360)




O corredor brasileiro Yeltsin Jacques entrou para a história do esporte paralímpico na noite de ontem (horário do Brasil) ao vencer os 1.500m categoria T11 (para atletas cegos), estabelecendo um novo recorde mundial e conquistando a centésima medalha de ouro do país em paralímpiadas. Só para lembrar, Yeltsin já havia levado o ouro nos 5.000m T11. E durante a madrugada Raissa Rocha Machado foi prata no lançamento de dardo F56, para atletas cadeirantes. Daqui a pouco começam as últimas competições de atletismo do dia (no Japão), e ainda temos chances de mais pódios. (Globo Esporte)

Confira o quadro de medalhas atualizado. (UOL)

Agro faz defesa enfática da democracia; já a Fiesp recua

Visto como um setor umbilicalmente ligado ao governo Bolsonaro, o agronegócio, ou pelo menos parte importante dele, divulgou na segunda-feira um manifesto fazendo uma defesa enfática da democracia e manifestando preocupação com “os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social em nosso país”. Sete entidades do setor, incluindo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), afirmam que o Brasil não pode se apresentar ao mundo como “uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocessos e rupturas institucionais”. Também ontem, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, suspendeu a divulgação de um manifesto bem mais brando elaborado incialmente pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e encampado pela entidade. (G1)

Marcello Brito, presidente da Abag, foi o entrevistado de ontem do Roda Viva. “A gente poderia ter muito mais gente assinando o manifesto de hoje e vários me falaram que gostariam de participar. Mas me falaram ‘infelizmente eu preciso me abster’. ‘Eu preciso me abster porque a minha cadeia de abastecimento depende de uma canetada governamental’.” Assista à íntegra no YouTube. (Globo)

Oficialmente a Fiesp adiou o manifesto para que mais setores possam aderir. Nos bastidores, porém, Skaf admite que foi pressionado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro. Segundo signatários do texto suspenso, Skaf deve favores a Lira por conta de demandas incluídas na reforma tributária. As demais entidades foram pegas de surpresa pelo recuo dos industriais paulistas. (Folha)

Sonia Racy: “A reação de Pedro Guimarães ao manifesto elaborado pela Febraban — e encampado pelo político Paulo Skaf da Fiesp como seu — não estava sendo esperada no mercado financeiro como um todo. O presidente da Caixa resolveu se retirar da federação, levando com ele o BB — banco público listado na B3.” (Estadão)




Contrariando decisão do governo de São Paulo, a Justiça autorizou a realização de um protesto contra o governo Bolsonaro no Vale do Anhangabaú no Sete de Setembro, mesmo dia de uma manifestação bolsonarista da Avenida Paulista. O governador João Doria teme que possa haver conflito entre os dois grupos. (Folha)

Enquanto isso... Jair Bolsonaro disse ontem que sua declaração sobre seu destino ser “a prisão, a morte ou a vitória” se deveu à “pressão muito grande” que vem sofrendo. Segundo o presidente, o ministro do STF Alexandre de Moraes aguarda que ele deixe o governo para aplicar-lhe uma “sanção restritiva”. (Globo)

Meio em vídeo. Segundo análise das redes sociais, quem vai se manifestar em 7 de setembro por Bolsonaro fala, principalmente, em ‘liberdade’. O problema é o seguinte: o conceito de liberdade, em política, tem significado. Vivemos numa democracia liberal — e esse liberal trata justamente da garantia de liberdades. E a ideia que Bolsonaro faz de ‘liberdade’ é exatamente a oposta daquela que o regime defende. O que Bolsonaro quer, na democracia liberal, não pode. E você? Entende o que quer dizer liberdade? Confira o Ponto de Partida no YouTube.




Preso desde o último dia 13 por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por impedir o livre exercício dos Poderes, incitar crimes contra a segurança nacional e homofobia. Em entrevistas e vídeos, nos quais sempre aparecia armado, ele incitava atos como a invasão do Senado, agressões a parlamentares e atentados contra o TSE. (Poder360)

Então... Ao saber da denúncia, Jefferson passou mal e precisou ser atendido na UPA do presídio Bangu 8, na Zona Oeste do Rio, onde está preso. (Metrópoles)

Mônica Bergamo: “A denúncia contra Jefferson (PTB), aliado de Bolsonaro, está sendo vista como fogo de palha por procuradores do MP Federal. A peça é assinada pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Ao final, ela pede que ‘seja apreciado eventual declínio da competência’, sugerindo que o caso não deve ser analisado pelo STF e que, portanto, a PGR não tem atribuição para fazer a denúncia.” (Folha)




Persio Arida em entrevista a Míriam Leitão: “Estamos traindo o futuro de duas formas. Uma é que temos que fazer parte do esforço do mundo para conter o aquecimento global. Outra é o que a gente poderia atrair de capitais hoje e não está atraindo é uma barbaridade. Estamos pagando um preço alto pela agenda errada na área ambiental. Crescimento baixo, aumento da pobreza e 14 milhões de desempregados. Paulo Guedes deveria andar na rua. Andar e olhar. Não estou falando de bairros pobres, mas de bairros abastados. Você vê a pobreza aumentar. Tem um potencial de crescimento que o Brasil está perdendo por causa de uma agenda retrógrada, na contramão do mundo.” (Globo)




Após duas décadas de guerra, as últimas tropas dos EUA deixaram o Afeganistão ontem nas mãos da mesma milícia Talibã cuja deposição motivou a invasão em 2001. O embaixador americano em Cabul embarcou no último voo militar a deixar o país. Nas redes sociais, o Talibã comemorou a retirada como “dia da libertação” do Afeganistão. E Washington admitiu que “civis podem ter morrido” no ataque com drones a um suposto homem-bomba que faria um atentado ao aeroporto de Cabul. Jornais e emissoras de TV dos EUA conversaram com testemunhas e apuraram que até dez pessoas, incluindo sete crianças, teriam sido mortas na ação. (G1)

Saída do Afeganistão encerra guerra mais longa dos EUA

 

Saída do Afeganistão encerra guerra mais longa dos EUA
Saída do Afeganistão encerra guerra mais longa dos EUA
Partida dos últimos aviões de Cabul completa a retirada militar e a maior ponte aérea da história, que evacuou 120.000 pessoas

PIB ensaia com relutância seu desembarque do Governo Bolsonaro

 


De nota em nota, de manifesto em manifesto, o setor produtivo brasileiro vai desembarcando do Governo Bolsonaro. Desde o início do ano, ao menos dois textos com críticas ao presidente foram divulgados por integrantes do primeiro escalão do mercado brasileiro. Uma terceira manifestação pública, pedindo "pacificação" entres os três poderes, estava em gestação e tinha entre os apoiadores a poderosa Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O texto deveria ser publicado nesta semana, mas foi adiado após a intervenção de interlocutores do presidente da Câmara e do ministro da Economia, Paulo Guedes, como conta Afonso Benites. O desagrado do PIB brasileiro com o Governo, contudo, já ficou tão evidente que dispensa a publicação do manifesto —que, aliás, todo mundo que quis já leu.

Enquanto os donos do dinheiro estudavam a melhor forma de se posicionar sobre o Governo, o Brasil assistia atônito a cenas de terror na cidade de Araçatuba, no interior do Estado de São Paulo. Uma quadrilha promoveu um mega-assalto a duas agências bancárias da cidade durante a madrugada de segunda-feira. A ação violenta, que deixou três mortos e outras seis pessoas feridas, contou com reféns sendo utilizados como escudo humano durante a fuga dos criminosos. Horas depois da ação, um ciclista atingido por explosivos —que tinham sensor de aproximação e foram instalados pela quadrilha em vários pontos da cidade— teve os pés amputados por conta dos ferimentos. Até o final desta segunda-feira, o grupo seguia foragido e alvo de uma força-tarefa da polícia, segundo o governador João Doria.

Os Estados Unidos puseram um ponto final em sua presença militar no Afeganistão. Ou melhor seria dizer um ponto e vírgula. A guerra mais longa da história do país, com direito a 120.000 pessoas evacuadas durante a operação de saída, deixou sequelas internas, para o Governo de Joe Biden, e em território afegão, com o ressurgimento do Estado Islâmico. Dado como derrotado após perder conflitos no Iraque e na Síria nos últimos anos, a organização terrorista voltou aos holofotes após reivindicar a autoria dos atentados da última semana em Cabul, que mataram ao menos 180 pessoas. Temendo novo avanço dos radicais jihadistas, a Coalizão Internacional para a Derrota do Daesh/Estado Islâmico, que conta com mais de 80 países, prometeu não medir esforços para combater os terroristas, o que inclui uma possível nova cooperação militar entre países, detalha Rafa de Miguel, de Londres.

Na China, o problema do momento são os jogos online. As autoridades chinesas anunciaram que vão proibir menores de idade de dedicar mais de três horas por semana aos games de internet, classificados como um "ópio espiritual". Desde a última restrição de horário imposta, em 2019, crianças e adolescentes têm jogado mais online, identificou o Governo. “Os adolescentes são o futuro da nossa pátria. Proteger a saúde física e mental de menores é uma das prioridades vitais de nosso povo”, dizem as autoridades, como conta Inma Bonet Bailén, direto de Pequim.

Enquanto isso, no Japão, a delegação brasileira ultrapassou a histórica marca de 100 medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Paralímpicos. O corredor Yeltsin Jacques garantiu o centésimo ouro da história do país no final da noite de segunda (horário brasileiro). Horas depois, nesta terça de manhã, a nadadora Carol Santiago conquistou mais um pódio e ampliou para 101 o número de ouros na história das Paralimpíadas para o Brasil. Somente nos Jogos de Tóquio, já foram 40 medalhas para o país, ao todo, sendo 14 de ouro. Assim, o Brasil está em sexto no quadro de medalhas. Acompanhe no EL PAÍS o avanço dos atletas paralímpicos brasileiros.


PIB ensaia com relutância seu desembarque do Governo Bolsonaro
PIB ensaia com relutância seu desembarque do Governo Bolsonaro
Investidores estão inseguros com arroubos autoritários de presidente, que afugenta investimentos do país. Fiesp adia manifesto por “pacificação”