A terça-feira em Brasília começou com tanques na rua e terminou com a derrubada do voto impresso na Câmara e a aprovação, no Senado, de um texto base para revogar a Lei de Segurança Nacional. Os deputados sepultaram, com apenas 229 dos 308 votos necessários para a aprovação, a proposta de emenda constitucional apresentada pela bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF). Está claro, como constatam Carla Jiménez e Afonso Benites, que os apoiadores no presidente —e o próprio Bolsonaro— seguirão empunhando a bandeira do voto impresso, mas a derrota no Congresso também deixa evidente que as desconfianças sobre o processo eleitoral brasileiro não encontram reverberação em grande parte da população. "A sensação que dá é de um som estridente que se repete e se repete cada vez mais alto, mas sem efeito, a não ser o de criar crispação política", resume a cientista política e socióloga Maria Hermínia Tavares de Almeida. Em entrevista a Felipe Betim, ela diz que se as intenções de Bolsonaro de alterar o sistema eleitoral já eram “um factoide para alimentar a desconfiança, açular os grupos mais radicais e criar caos político”, os novos baques para o bolsonarismo podem deixar o presidente “sem chão e sem bandeira.” Enquanto o Brasil se debate sobre pautas empurradas pelo presidente ao Congresso, os Estados Unidos de Joe Biden confluem para o entendimento. Com apoio da oposição republicana, o democrata conseguiu no Senado a aprovação do maior plano nacional de infraestrutura em mais de sete décadas. Mirando estímulos ao emprego nacional e uma blindagem frente ao avanço da economia chinesa, o projeto, batizado de Plano de Emprego Americano, inclui novos investimentos na casa dos 579 bilhões de dólares, como relata a correspondente Antonia Laborde, de Washington. Enquanto os EUA reforçam a recuperação para o pós-pandemia, o Haiti segue se aprofundando em uma crise histórica. Vítimas de um terremoto em 2010, os haitianos continuam desde então uma travessia pelo continente, em busca de alternativas para uma situação de miséria agravada pela crise de saúde do novo coronavírus. Depois de buscar uma nova vida no Brasil e Chile, os migrantes agora sobem o mapa para tentar chegar aos EUA. Muitas vezes, não conseguem chegar. Para Santiago Paz, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), trata-se de um “fluxo que vem crescendo”, como conta a reportagem do EL PAÍS. Longe dos dramas reais, o mundo do futebol segue inflamado pela transferência do atacante argentino Lionel Messi do Barcelona para o Paris Saint-Germain. Após uma saída conturbada e motivada por desacertos econômicos com o clube espanhol, o jogador assina um contrato por duas temporadas com o bilionário time francês, com opção de renovar por mais um ano. Mas a polêmica segue viva: perguntado por um jornalista sobre os culpados pelo fim do ciclo de Messi no time catalão, seu pai e agente, Jorge Messi, respondeu: “Veja lá no clube [Barcelona]”.
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