Bolsonaro atropela com tanques a derrubada do voto impresso

 

Sem votos para evitar a derrota da PEC do voto impresso na Câmara, o presidente Jair Bolsonaro resolveu apelar para tanques de guerra. E, para que sua estratégia funcione, eles não precisarão disparar um tiro sequer. O mandatário recebe na Esplanada dos Ministérios na manhã desta terça-feira um desfile de 14 blindados da Marinha, que estão a caminho de um exercício militar nas proximidades de Brasília, em Formosa (GO). Sem força para derrubar o projeto no Legislativo, Bolsonaro se refugia mais uma vez no simbolismo. O correspondente em Brasília Afonso Benites conta que a manobra “será uma tentativa de mostrar alguma força diante de uma iminente derrota na pauta que serviu de diversionismo e de injeção de ânimo em sua militância: a da recriação do voto impresso como uma alternativa ao eletrônico. Bolsonaro dá mais um sinal de que seguirá em campanha para 2022 a despeito das consequências de seus atos para o país. É por atitudes como essa que o colunista Oliver Stuenkel se questiona sobre como reagiria a comunidade internacional a uma ruptura democrática no Brasil. "À primeira vista, o ambiente internacional hoje é bem mais hostil a movimentos golpistas do que era durante a Guerra Fria (...), mas atores externos teriam meios limitados de conter a consolidação de um sistema autoritário por parte do atual mandatário brasileiro", analisa Stuenkel, que conclui: "Se Bolsonaro fracassar na tentativa de um golpe, não será por pressão de atores externos, mas, sobretudo, pela resiliência dos defensores internos do Estado Democrático de Direito." No adeus às Olimpíadas —a de melhor desempenho da história do esporte brasileiro— uma reflexão sobre os atletas que não chegaram ao pódio, mas ainda assim são campeões, com marcas nunca antes alcançadas por brasileiros em Jogos Olímpicos. A reportagem de Joana Oliveira conta as histórias por trás dos esportistas que lutaram contra adversidades muito antes de buscarem medalhas. São atletas como Ana Sátila: “Literalmente remando contra a maré, a atleta de 25 anos, que representou o Brasil na canoagem slalom, tornou-se a primeira brasileira finalista na modalidade na história das Olimpíadas, ficando em décimo lugar. “Devemos reconhecer e celebrar as conquistas desses atletas que não conquistaram medalhas e lembrar que só estão ali [nas Olimpíadas] os melhores do mundo”, comenta Katia Rubio, professora da USP e autora do livro Atletas olímpicos brasileiros. De Tóquio, passamos para Titanzinho, no Ceará, onde um farol centenário resiste em meio aos principais pontos turísticos de Fortaleza. Enquanto a vida segue despreocupada nas famosas praias do Futuro e Beira-Mar, a comunidade local trava uma luta contra a especulação imobiliária e batalha por reparos no monumento histórico. Sem qualquer reforma há mais de 40 anos e fincado em um bairro pobre da cidade, o Farol Velho parece ter se tornado tão invisível aos olhos do Estado quanto a comunidade que o rodeia.

Bolsonaro atropela com tanques a derrubada do voto impresso na Câmara Partidos tentam impedir desfile militar, enquanto Marinha explica que evento já estava planejado. Presidente da Câmara diz que votação pode ser adiada