Menos de 24 horas após a rejeição do voto impresso, a Câmara dos Deputados voltou à carga em ritmo de “passar boiada”. Os deputados aprovaram, em uma sessão açodada e muito tumultuada, a proposta de emenda à Constituição da reforma política, que incluía o chamado Distritão, um novo modelo de votação que alteraria radicalmente a forma como os brasileiros votam nas eleições. Um acordo de última hora derrubou a proposta, sob a condição de manter no texto a volta das coligações partidárias, como relatam Gil Alessi e Rodolfo Borges. Nem essa mudança é garantida, contudo, porque a proposta aprovada na Câmara, que ainda votará outros destaques apresentados ao texto, ainda será analisada pelo Senado. Tumultos políticos como o desta quarta-feira não vêm sem custo para o país. Enquanto tenta levantar a cabeça da areia movediça formada pela pandemia, o Brasil vai pagando o preço pela crise, sobretudo pelo papel de Jair Bolsonaro à frente de um discurso de ruptura democrática. Para o economista Pérsio Arida, ex-sócio do banco de investimentos BTG, e um dos pais do plano Real, “a incerteza institucional fomentada pelo presidente é um fator chave que afeta o investimento”, contam Carla Jiménez e Regiane Oliveira. O custo Bolsonaro tem efeitos no presente, para o futuro e até para o passado. Desde o início do Governo do ultradireitista, em 2018, o patrimônio cultural brasileiro vem sendo ameaçado pela falta de apoio. “À crônica falta de recursos, se juntam aos efeitos nefastos de um Governo que despreza a cultura como poucos e de um presidente que a equipara ao comunismo mais perigoso”, contam as repórteres Naiara Gortázar e Joana Oliveira, que se escoram no recente incêndio na Cinemateca Brasileira para traçar esse quadro. O que fazer quando o vírus da covid-19 já entrou em nosso corpo? Essa é a pergunta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) busca responder, apesar das propriedades preventivas das vacinas contra o coronavírus. Após o fracasso de uma série de medicamentos, a autoridade máxima da saúde mundial anunciou que vai testar três fármacos por meio de um macroensaio global, relata Miguel Ángel Criado. A falta de avanço nessa área se explica: segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o programa de agora será “o primeiro ensaio verdadeiramente mundial”. | |||||
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