“Não adianta ficar sentado chorando”. “Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara?”."Todo mundo quer viver 100 anos". As frases são do ministro da Economia, Paulo Guedes, cuja falta de sensibilidade reflete uma política econômica desconectada com a realidade da maioria dos brasileiros. Homem do mercado, fiador do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, e que, em tese, seria um dos agentes moderadores do presidente, ele tem se destacado mais por suas declarações caricatas que por seu trabalho. No fim de semana, uma intervenção artística espalhou lambe-lambes com fotos e frases do ministro pelas avenidas Faria Lima e Paulista —o coração financeiro do Brasil. Reportagem de Regiane Oliveira, Felipe Betim e Marina Rossi analisa a trajetória do ministro em dois anos e meio de Governo e mostra como os arroubos de Paulo Guedes começam a constranger até setores do PIB, descontentes com a ausência de resultados obtidos pelo ministro. Para Débora Freire, economista da UFMG, as frases também indicam “um desespero de quem não está sabendo como lidar com a crise econômica”. Em Brasília, a CPI da Pandemia se aproxima da reta final e volta a sua atenção nesta semana para novos personagens e outros focos de investigação. Na terça-feira, 31 de agosto, os senadores ouvem o depoimento do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, suspeito de ser um intermediário da VTCLog (empresa contratada pelo Ministério da Saúde para cuidar da armazenagem e distribuição de medicamentos e vacinas). Em entrevista a Afonso Benites e Carla Jiménez, o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, criticou o Ministério Público Federal e reafirmou a intenção da comissão parlamentar de inquérito de levar as denúncias sobre a má condução da pandemia no Brasil a tribunais federais. "A CPI ocupou um espaço que deveria ter sido ocupado por outras instituições. Eu lamento a atuação do Ministério Público Federal. Os membros do Ministério Público Federal hão de refletir sobre as amarras que foram impostas a eles pelo Governo Jair Bolsonaro. A história não perdoará a omissão que a PGR teve nesse período", afirmou o senador. Até o domingo, o Brasil somava 579.308 mortes causadas pela covid-19. A expectativa da CPI é concluir o relatório em setembro. E ainda nesta edição, destacamos um avassalador relato do jornalista chileno Jorge Said, que narrou em detalhes as horas que antecederam a fuga dele do Afeganistão, com a ajuda dos militares espanhóis. "Agora penso que eu poderia ter demorado mais a chegar, ter me atrasado por qualquer motivo e ter chegado lá no momento exato em que a bomba explodiu, ou o terrorista poderia ter se adiantado 10 horas e se encontrar comigo. Agora penso nisso", narra ele. O atentado terrorista em Cabul provocou um ponto de inflexão no Governo de Joe Biden, mostra reportagem da correspondente María Antonia Sánchez-Vallejo, em Nova York. No domingo, Biden recebeu nos EUA os corpos dos militares norte-americanos mortos nas explosões, que vitimaram também outras dezenas de civis afegãos que tentavam deixar o país. Horas depois, Biden se viu diante do que pode se tornar uma crise doméstica: ele falou sobre a ameaça do forte furacão Ida, que atingiu a costa dos Estados Unidos e se aproxima de Nova Orleans, despertando os temores do Katrina, como conta Luis Pablo Beauregard, de Los Angeles. Nas páginas de cultura, lançamos um olhar para o incansável trabalho de Paul McCartney, protagonista da minissérie documental McCartney 3, 2, 1, lançada pelo Disney +. "Esta série de seis capítulos de meia hora torna-se uma viagem extremamente interessante pela obra musical de um dos mais importantes criadores da história do pop, um compositor e músico cujas melhores canções são referências imbatíveis da música popular e parte da memória coletiva de mais de uma geração", escreve o jornalista Fernando Navarro. | ||||||||||
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário