terça-feira, 31 de agosto de 2021

PIB ensaia com relutância seu desembarque do Governo Bolsonaro

 


De nota em nota, de manifesto em manifesto, o setor produtivo brasileiro vai desembarcando do Governo Bolsonaro. Desde o início do ano, ao menos dois textos com críticas ao presidente foram divulgados por integrantes do primeiro escalão do mercado brasileiro. Uma terceira manifestação pública, pedindo "pacificação" entres os três poderes, estava em gestação e tinha entre os apoiadores a poderosa Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O texto deveria ser publicado nesta semana, mas foi adiado após a intervenção de interlocutores do presidente da Câmara e do ministro da Economia, Paulo Guedes, como conta Afonso Benites. O desagrado do PIB brasileiro com o Governo, contudo, já ficou tão evidente que dispensa a publicação do manifesto —que, aliás, todo mundo que quis já leu.

Enquanto os donos do dinheiro estudavam a melhor forma de se posicionar sobre o Governo, o Brasil assistia atônito a cenas de terror na cidade de Araçatuba, no interior do Estado de São Paulo. Uma quadrilha promoveu um mega-assalto a duas agências bancárias da cidade durante a madrugada de segunda-feira. A ação violenta, que deixou três mortos e outras seis pessoas feridas, contou com reféns sendo utilizados como escudo humano durante a fuga dos criminosos. Horas depois da ação, um ciclista atingido por explosivos —que tinham sensor de aproximação e foram instalados pela quadrilha em vários pontos da cidade— teve os pés amputados por conta dos ferimentos. Até o final desta segunda-feira, o grupo seguia foragido e alvo de uma força-tarefa da polícia, segundo o governador João Doria.

Os Estados Unidos puseram um ponto final em sua presença militar no Afeganistão. Ou melhor seria dizer um ponto e vírgula. A guerra mais longa da história do país, com direito a 120.000 pessoas evacuadas durante a operação de saída, deixou sequelas internas, para o Governo de Joe Biden, e em território afegão, com o ressurgimento do Estado Islâmico. Dado como derrotado após perder conflitos no Iraque e na Síria nos últimos anos, a organização terrorista voltou aos holofotes após reivindicar a autoria dos atentados da última semana em Cabul, que mataram ao menos 180 pessoas. Temendo novo avanço dos radicais jihadistas, a Coalizão Internacional para a Derrota do Daesh/Estado Islâmico, que conta com mais de 80 países, prometeu não medir esforços para combater os terroristas, o que inclui uma possível nova cooperação militar entre países, detalha Rafa de Miguel, de Londres.

Na China, o problema do momento são os jogos online. As autoridades chinesas anunciaram que vão proibir menores de idade de dedicar mais de três horas por semana aos games de internet, classificados como um "ópio espiritual". Desde a última restrição de horário imposta, em 2019, crianças e adolescentes têm jogado mais online, identificou o Governo. “Os adolescentes são o futuro da nossa pátria. Proteger a saúde física e mental de menores é uma das prioridades vitais de nosso povo”, dizem as autoridades, como conta Inma Bonet Bailén, direto de Pequim.

Enquanto isso, no Japão, a delegação brasileira ultrapassou a histórica marca de 100 medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Paralímpicos. O corredor Yeltsin Jacques garantiu o centésimo ouro da história do país no final da noite de segunda (horário brasileiro). Horas depois, nesta terça de manhã, a nadadora Carol Santiago conquistou mais um pódio e ampliou para 101 o número de ouros na história das Paralimpíadas para o Brasil. Somente nos Jogos de Tóquio, já foram 40 medalhas para o país, ao todo, sendo 14 de ouro. Assim, o Brasil está em sexto no quadro de medalhas. Acompanhe no EL PAÍS o avanço dos atletas paralímpicos brasileiros.


PIB ensaia com relutância seu desembarque do Governo Bolsonaro
PIB ensaia com relutância seu desembarque do Governo Bolsonaro
Investidores estão inseguros com arroubos autoritários de presidente, que afugenta investimentos do país. Fiesp adia manifesto por “pacificação”

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