segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Bolsonaro veta perdão de dívida de igrejas e pede derrubada do veto

 

Conforme pedido pelo Ministério da Economia, o presidente Jair Bolsonaro vetou, ontem, o perdão a dívidas tributárias acumuladas por igrejas. A medida, aprovada pelo Congresso Nacional, inclui esquecer R$ 868 milhões que não foram pagos à previdência. O veto, porém, não ocorreu por o presidente discordar do projeto. De acordo com sua assessoria, ele cometeria crime de responsabilidade caso sancionasse o texto como ficou. Bolsonaro foi ao Twitter se explicar. Ele afirma considerar “absurdas” as multas às igrejas. “Confesso, caso fosse deputado ou senador, por ocasião da análise do veto, votaria pela derrubada”, disse na sequência. E se aprovasse o texto, segundo ele, poderia sofrer impeachment. Mas os parlamentares não sofrem este risco. (G1)




A extensa aliança que dá sustento à candidatura do atual prefeito Bruno Covas à reeleição, em São Paulo, é prenúncio da campanha eleitoral de 2022. O discurso exalta a política, alianças partidárias e moderação. São, ao todo, nove legendas que saíram em apoio, incluindo MDB, DEM, Cidadania e PV. É o mesmo grupo que o governador João Doria, tucano como Covas, espera ter ao seu lado para disputar o Planalto. (Folha)

Então... O mesmo se dá com outro candidato na briga pela prefeitura paulistana, o ex-vice-governador Márcio França, do PSB. Este fim de semana ele recebeu apoio do PDT. A mesma formação, que também inclui o Solidariedade, ocorrerá nas candidaturas em Porto Alegre, Fortaleza e Rio Branco. (BR Político)

Aliás... A ex-prefeita Marta Suplicy deixou o Solidariedade. Ela optou por apoiar a candidatura de Covas, em São Paulo. (Terra)

Também foram lançados oficialmente a prefeito, em SP, Jilmar Tatto (PT), Antonio Carlos (PCO) e Marcos Costa (PTB). A principal candidatura pela esquerda deverá ser a de Guilherme Boulos, do PSOL, que será oficializada amanhã. (Estadão)

No Rio de Janeiro, são candidatos Luiz Lima (PSL). Martha Rocha (PDT) e Suêd Haidar (PMB). Mas a disputa deverá ficar entre o atual prefeito, Marcelo Crivella, e o ex, Eduardo Paes.

Então... Crivella conta com o apoio da família Bolsonaro, mas está envolvido em um escândalo de corrupção crescente.

A relação do prefeito com o empresário Rafael Alves, que seria responsável por um QG da Propina dentro do governo, está sendo investigada pelo Ministério Público. Os procuradores têm em mãos mensagens em que Alves pede a Crivella para não demolir a casa do senador Romário, construída irregularmente, e é prontamente atendido. Este QG da Propina teria carta branca para extorquir empresários. (G1)




Sérgio Abranches: “O que a pandemia fez foi acentuar o crescimento da desigualdade que já estava associada à globalização recente, mas isso aumenta a consciência de que há um fosso que precisa ser eliminado. Pessoas que tiveram que recorrer ao mesmo tipo de assistência médica que os pobres viram o que é a vida da maioria. Ela também produziu uma solidão forçada, que não é por escolha individual. Com isso, interrompe o isolamento social voluntário e cria mais laços de solidariedade. Isso ajuda a espanar a polarização ideológica e deixar claro que nem tudo que a esquerda diz que se deve ter, como o gasto público em saúde, é mau. A pandemia torna a sociedade mais amigável a uma outra visão, de oposição a esses governos de extrema direita. Ela também chama atenção para que o isolacionismo não tem cabimento nessa situação. O governo brasileiro vinha memetizando os EUA e rejeitando tudo o que é chinês, e de repente tem que cooperar com a China na questão da vacina. Aí é uma dúvida, porque os partidos estão todos oligarquizados. Mesmo no Brasil, onde estamos supostamente com um comando ultraliberal na economia, ficou claro que o consenso pela austeridade sem limites se rompeu. E não é voltarmos ao Estado de bem-estar anterior, porque ele não responde mais à crise da rede de proteção social, que foi pensada para um tipo de trabalhador que está deixando de existir. A rede não alcança esse mundo da economia do conhecimento, que não tem o mesmo vínculo empregatício nem o mesmo horizonte de trabalho que tinha o trabalhador anterior. No Brasil, acho que o alarme ainda não soou suficientemente forte. Não há essa noção de que tem um inimigo da democracia que é comum a todos e que a ideia é restaurar as condições de competição democrática de ideias. Nos EUA, acho que há. A convenção do Partido Democrata mostrou a tentativa de uma coalizão ampla dentro do partido.” (Globo)





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