quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O Brasil chegou a 128.653 mortes e 4.199.332 casos confirmados de coronavírus.

 Os incêndios florestais que atingem há semanas os estados da Califórnia, Oregon e Washington deixaram o céu de parte da Costa Oeste dos Estados Unidos laranja. Isso acontece em regiões próximas a grandes incêndios porque partículas de fumaça começam a se assentar e bloqueiam os raios solares. Essa é uma das consequências dos diversos focos de queimadas que vêm se espalhando rapidamente pelos três estados americanos, destruindo casas e forçando milhares de pessoas a deixarem a área. Veja o vídeo.

Céu apocalíptico. Foi como a imprensa chamou o fenômeno. O Serviço Nacional de Meteorologia da Baía de São Francisco informou que a tendência é que o céu fique ainda mais escuro e a qualidade do ar piore à medida que mais fumaça suspensa na atmosfera desça. Nas redes sociais, circularam imagens de ontem.




O Brasil chegou a 128.653 mortes e 4.199.332 casos confirmados de coronavírus. A média móvel de mortes registrou queda de 25% pelos critérios do consórcio. Apesar das 1.136 mortes registradas em 24 horas, o país segue em tendência de queda considerando a média móvel.

O anúncio da paralisação da fase 3 de testes da vacina da farmacêutica AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, repercutiu mundialmente. Desde a terça-feira, políticos brasileiros e instituições de saúde se manifestaram acerca do tema e consideram as próximas ações sobre a corrida para a vacina.

Mas o que se sabe sobre as suspensão dos testes da vacina de Oxford? A AstraZeneca disse que é incorreto relacionar a suspensão a um caso de mielite transversa, síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal. O presidente da AstraZeneca, Pascal Soriot, citou que a voluntária teve sintomas associados à mielite, mas que o diagnóstico ainda estava em investigação. Não foi a primeira paralisação dos estudos da vacina. A AstraZeneca informou que os estudos foram pausados em julho após um voluntário apresentar sintomas de doença neurológica. Depois de exames e de uma investigação independente, foi descoberto que o paciente tinha um quadro ainda não diagnosticado de esclerose múltipla.

Não há previsão de quando os testes devem ser retomados. Pacientes já vacinados continuarão sendo acompanhados pelos pesquisadores. Porém, segundo uma reportagem do Financial Times, os testes com a vacina poderão ser retomados na próxima semana. A informação foi atribuída pelo jornal a pessoas ligadas aos ensaios clínicos. De acordo com resultados preliminares das fases 1 e 2, publicados em 20 de julho, a vacina é segura e induziu resposta imune no corpo dos voluntários. Nestas duas primeiras etapas, que foram conduzidas simultaneamente no Reino Unido, as pesquisas tiveram 1.077 voluntários.

A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde, Soumya Swaminathan, alertou que não acredita que as possíveis vacinas estejam disponíveis para a população em geral em menos de dois anos, embora os primeiros grupos de risco possam ser imunizados a partir de meados de 2021. Na semana passada, uma porta-voz da OMS, Margaret Harris, tinha dito que não esperava uma vacinação generalizada “antes de meados de próximo ano”. Naquela ocasião, a OMS considerou alentador que várias vacinas estejam na fase 3 de estudos, mas alertou que “ainda há um trecho a percorrer”. Ao mesmo tempo, uma publicação confirmava que a vacina russa apresentava “resultados esperançosos”.




Miguel Nicolelis, cientista, sobre a relação da política com a ciência: “No Brasil e no mundo todo ela é tensa, sempre foi tensa. Veja o que aconteceu nos Estados Unidos. O Dr. [Anthony] Fauci [chefe do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas] primeiro se transformou em herói nacional. Mas quando ele começou a falar coisas que iam contra a experiência política do [presidente Donald] Trump, ele basicamente foi afastado da linha de frente, sumiu, não dá mais entrevistas para as grandes TVs americanas. Foi criada uma tensão do que a ciência preconiza e do que a experiência política deseja. Isso é bem diferente da Alemanha, onde o cientista-chefe do Instituto Robert Koch diz que vai dormir e acorda com a [chanceler federal] Angela Merkel ao telefone. Por isso fiquei surpreso quando os nove governadores do Nordeste decidiram criar esse comitê e o fato de que, seis meses depois, ainda estamos aqui. Mas não é fácil, evidentemente, porque a experiência política sempre tem prioridade. Só que quando a política bate de frente com a biologia, a biologia ganha de goleada. Repito isso sempre. Às vezes funciona, mas nem sempre é trivial convencer um gestor de que certas coisas têm de ser feitas”. (BBC)

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