Rosângela Bittar: “A posse de Luiz Fux na presidência do Supremo, amanhã, inaugura o processo de decisões judiciais do tenso calendário eleitoral brasileiro, o da sucessão presidencial de 2022. No alto da lista de providências está a aprovação do grid de candidaturas e, nele, a dúvida na escuderia PT: estará ou não sob a direção de Lula? A ascensão de Fux é uma desvantagem. Na divisão do STF, o novo presidente se alinha à Lava Jato. Na Segunda Turma do STF, no entanto, onde se julgará o habeas corpus impetrado por Lula arguindo a suspeição do então juiz Sérgio Moro, o PT enxerga uma vantagem. Tanto se o ministro Celso de Mello reassumir seu posto no STF antes da aposentadoria, em novembro, quanto se não voltar. Os políticos apostam num placar de 3 a 2 a favor de Lula. Mas, se o decano não voltar, o PT também conta vitória, pois o empate de 2 a 2 favorecerá Lula.” (Estadão)
Vinicius Torres Freire: “Gente do agronegócio conta que há criadores e indústrias importando grão a preço mais alto do que o das exportações. Em geral, não faz sentido que se exporte a preço menor do que seria possível obter aqui dentro. No entanto, é gente do ramo que aponta o problema, reclamando da inexistência de um regulador eficaz de estoques. Jair Bolsonaro, que é do ramo da demagogia, tenta tirar o corpo fora com uma mistura de ignorância com oportunismo. Pede ‘patriotismo’ aos comerciantes (como pediu ao mercado financeiro) e que os supermercados vendam comida a preço de custo. Nada disso funciona no que interessa, mas a propaganda pode evitar algum desgaste político. Inflação da comida rodando a mais de 9% ao ano costuma lascar um pouco da popularidade de governantes. A ‘inflação do tomate’ (dos alimentos em geral, na verdade) em março de 2013 foi um dos motivos do mau humor que contribuiria para o clima ruim que explodiria enfim em junho de 2013. Ainda não há dados suficientes para estimar a causa do aumento da comida, que se concentra em arroz, em alta recorde de 15 anos, feijão, leite, soja, aves e ovos, na farinha de trigo e, mais recentemente, na batata. A alta do dólar deve ser um motivo forte –afeta qualquer produto “comercializável” no exterior. A inflação geral dos comercializáveis é quase o dobro da inflação geral. Em quarenta anos, a inflação no atacado e no varejo jamais foi tão díspar. A carestia parece se dever à conjunção de mercado mundial quente, real desvalorizado, problemas técnicos em alguns mercados e aumento de consumo doméstico.” (Folha)
Uma operação de busca e apreensão foi realizada ontem, pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, na casa do ex-prefeito Eduardo Paes. Ele é acusado de ter recebido R$ 10,8 milhões via caixa dois, da Odebrecht, para sua campanha de reeleição em 2012. O dinheiro teria sido recebido em mãos pelo hoje deputado federal Pedro Paulo. A denúncia do MPRJ foi aceita pelo juiz Flávio Itabaiana. Paes, que é o candidato favorito à sucessão do atual prefeito Marcelo Crivella, vê interferência no processo eleitoral. “Às vésperas das eleições para a Prefeitura, Eduardo Paes está indignado que tenha sido alvo de uma ação de busca e apreensão numa tentativa clara de interferência do processo eleitoral - da mesma forma que ocorreu em 2018 nas eleições para o governo do Estado.” (Globo)
Maiá Menezes: “As decisões são do juiz Flávio Itabaiana. O magistrado mandou prender black blocs por atos de vandalismo nos protestos de 2013 e até recentemente era responsável pela investigação de desvio de verbas públicas no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando o senador era deputado estadual. O argumento de ser vítima de uma perseguição política com a ajuda do Judiciário, que costuma ser usada por políticos investigados, é mais difícil de ser aceito em relação a um juiz como Itabaiana, que já irritou tanto a direita quanto a esquerda. O Rio terá uma eleição fora da curva. Não só por ter as datas de votação adiadas pela pandemia do novo coronavírus. Mas pelos problemas na Justiça dos principais nomes da disputa manterem abertas as feridas de desvio continuado de verbas públicas em um estado cujo governador eleito, Wilson Witzel, que derrotou Paes em 2018, ter sido afastado por suspeita de corrupção.” (Globo)
Então... Segundo Bela Megale, o mesmo MPRJ deve denunciar, em duas semanas, o deputado Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas. (Globo) |
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