Para manter seu alinhamento automático ao Governo Donald Trump, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro ignorou a aposta feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para o comando do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a instituição multilateral de crédito mais influente do continente. Ao contrário do Governo Bolsonaro vem afirmando, o Brasil teve, sim, um candidato ao posto, o economista Rodrigo Xavier, indicado por Guedes, antes de optar por apoiar o candidato da Casa Branca. O nome de Xavier chegou a ser sugerido a países caribenhos em documentos oficiais enviados pela pasta da Economia, mostram papéis obtidos pelo partido oposicionista PSOL aos quais o EL PAÍS teve acesso. O caso é só mais um dos movimentos da guinada histórica pró-EUA da diplomacia brasileira. A reportagem de Afonso Benites mostra que o Governo, que também acaba de ceder por mais três meses o prazo de importação de etanol americano com tarifas mais baratas, recebe nesta sexta a visita do secretário de Estado, Mike Pompeo, em Boa Vista, em Roraima.
O Rio de Janeiro, tão acostumado a escândalos de corrupção, conseguiu a proeza de estabelecer um novo patamar em matéria de crise política. O comando do Estado e da Prefeitura são simultaneamente alvo de robustas investigações por supostos esquemas de corrupção, e de ameaças de processos de impeachment. Nesta quinta, a ação pela destituição do governador afastado do Rio, Wilson Witzel, deu um passo decisivo, enquanto Marcelo Crivella escapou mais uma vez. A reportagem de Ana Paula Grabois explica os dois casos e mostra como a corrida eleitoral pela sucessão de Crivella virou uma disputa entre prontuários policiais.
Considerado uma ameaça terrorista pelo FBI, o movimento de cunho conspiratório QAnon está próximo de colocar uma representante no Congresso dos EUA. Marjorie Taylor Greene, que concorre pelo Estado da Geórgia nas eleições de novembro, é uma fiel seguidora do movimento e foi definida por Trump como uma “futura estrela republicana”. O aceno da Casa Branca mostra a que ponto o presidente dos EUA está disposto a ir pela reeleição, conta reportagem da correspondente Yolanda Monge. Mesmo no Brasil o movimento ensaia os seus primeiros passos. Em algumas das recentes manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro houve a presença de pessoas com camisetas ostentando o Q do grupo. Também há uma tendência crescente de referências à supostas “ameaças representados pelos pedófilos” em posts de apoiadores do presidente. É uma ala que, por exemplo, ajudou a campanha de difamação contra o youtuber Felipe Neto.
Há exatos 170 anos, em 18 de setembro de 1850, Dom Pedro II consolidou a opção brasileira pela concentração fundiária. A Lei de Terras, assinada pelo então imperador do Brasil, passou por um longo processo de discussões para chegar em sua versão final, mostra a reportagem de Ricardo Westin, da Agência Senado, parte da série Arquivo S, que explora os registros históricos das sessões da Casa desde o Império. "O preço deve ser elevado para que qualquer proletário que só tenha a força do seu braço para trabalhar não se faça imediatamente proprietário comprando terras por vil preço”, foi o parecer do Visconde de Abrantes, político da época, conta texto republicado pelo EL PAÍS.
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